A Biotecnologia da Saúde

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- Doença de Huntington (DH): é doença hereditária, autossômica dominante, neurodegenerativa, afetando sistema nervoso central geralmente a partir dos 30 anos.

Gene (huntingtin) no cromossomo 4 está alterado por conter muitas repetições (42 a 100 ou mais) da trinca CAG, tornando região da proteína poliglutaminica e aumentando interações proteína-proteina, acumulando proteína huntingtina em células encefálicas, sendo esta a provável causa dos sintomas clínicos da DH. Quanto maior o nº de repetições, mais cedo DH desenvolve e mais grave é.

Estes sintomas são dificuldade p/ falar e engolir alimentos, memória de curto prazo e concentração diminuem, irritabilidade, apatia, instabilidade emocional, agressividade, depressão etc.

Seu diagnóstico se dá por PCR que amplifica trinca de nucleotídeos, e faz-se determinação da suas repetições por eletroforese.

- Anemia falciforme: é doença genética hereditária, autossômica recessiva e predomina em negros. Glóbulos vermelhos perdem forma arredondada e flexível e ficam como uma foice rígida, dificultando passagem do sangue por vasos finos bem como oxigenação dos tecidos. Essa condição faz com que hemácia falciforme sofra apoptose precoce, causando anemia, pois são muitas células a serem repostas.

A hemoglobina é a proteína presente nos eritrócitos, responsável por carregar oxigênio, e uma mutação nela é que causa a falciformização. GAG é trocado por GTG na β-globina da hemoglobina, originando hemoglobina anormal HbS (normal é HbA).

Como sintomas têm-se picos de dor devido a interrupção dos vasos quando hemácias se enroscam, não permitindo irrigação adequada, cansaço constante em via da falta de oxigenação de tecidos, síndrome pé-mão, que ficam inchados devido ao rompimento dos vasos quando hemácia tenta ultrapassar vasos estreitos, icteria, onde olhos e pele ficam amarelados por acumulo de bilirrubina liberada quando glóbulo vermelho morre, problemas no baço devido a circulação lenta de sangue, facilitando infecções entre outros.

O diagnostico pode ser feito no teste do pezinho, além de teste de falcização, onde sangue sob baixa oxigenação é observado microscopicamente, apenas indicando ou não a presença da doença, sem indicar seu genótipo. A eletroforese de hemoglobina permite diferenciar a base genética, sendo que a anemia falciforme tem mobilidade reduzida, apresentando única banda que corre menos comparada a pessoa normal, sendo que o traço falcêmico tem 2 bandas, uma mais acima e outra mais abaixo. Outro tipo de diagnostico é por PCR+RFLP, onde região mutada do DNA é amplificada. Produtos amplificados são tratados com enzima de restrição MStII, que quando não há mutação, gene possui sitio para corte, e o gel de eletroforese aparece com duas bandas, e já quando há mutação, não existe mais sitio de clivagem e apenas uma banda aparece no gel (homozigoto anêmico). No caso de individuo heterozigoto, serão observadas 3 bandas, pois metade será clivada e a outra não.

- CONCEITOS E DIAGNÓSTICOS SOBRE CÂNCER

- Câncer é conjunto de mutações em genes que causam crescimento desordenado de células (neoplasia), tendendo a invadir tecidos e órgãos vizinhos. É alteração a nível celular que passa a se repicar desordenadamente. Ele surge a partir da perda de controle da divisão normal das células, onde células novas superam as que morrem, resultado de um descontrole do ciclo ou perda da capacidade da célula em sofrer apoptose.

- Tumor maligno é o que invade outros tecidos causando metástase, podendo ser resistente ao tratamento. O benigno cresce de forma organizada e limitada, mais lenta, não invadindo tecidos vizinhos mas podendo comprimir órgãos e tecidos;

- Metástase: células cancerosas invadem outras camadas celulares e caem na corrente sanguínea ou linfática e se espalham p/ outras partes do corpo, onde estabelecem metástase. É o principal fator de risco do câncer, podendo ser fatais;

- Forma da célula cancerosa é alterada com relação á normal, tendo seu núcleo maior, deformação na membrana e crescimento espalhado;

- Tipos de câncer:

Leucemia: surge na medula óssea e tende a acumular em grandes números no sangue;

Linfoma: gânglios linfáticos e tecidos do sistema imune;

Sarcoma: em células que originam tecidos de suporte (osso, cartilagem etc);

Carcinoma: células que recobrem superfícies internas e externas do corpo.

- Causas: são variadas, externas (principais) ou internas ao organismo, estando inter-relacionadas;

- Base genética do câncer: alguns genes estão associados ao câncer

- Genes que promovem proliferação celular: são os oncogenes, controladores positivos do ciclo celular e estão ativos no câncer. São fatores extracelulares que estimulam divisão celular ou enzima/proteína na célula que repassa estímulo acentuado como fatores de crescimento, transcrição, etc. Oncogenes originam de protoncogenes, responsáveis por crescimento e divisão normal e sua conversão a oncogene estimula de forma anormal o ciclo celular;

- Genes que inibem crescimento celular: são os supressores de tumor e sua expressão esta diminuída em células cancerosas. Atuam como freio na divisão celular por codificarem proteínas que diminuem crescimento celular, impedindo células de se tornarem malignas;

- Genes que reparam DNA: codificam proteínas que quando em função normal, corrigem erros de duplicação do DNA. Mutações nesses genes podem permitir falha no reparo, gerando mutações. Estão reprimidas quando há câncer.

- Genes que promovem apoptose: codificam proteínas que ativam morte celular programada quando há acumulo de danos no DNA. Se há problemas nesses genes, apoptose é bloqueada, células lesadas sobrevivem e multiplicam, sendo bom para o câncer essa capacidade de escapar da morte;

- Genes que induzem crescimento de vasos sanguíneos: são genes indutores de angiogenese. Codificando p/ fatores de crescimento endoteliais a fim de estimular surgimento de vasos sanguíneos. Células cancerosas secretam fatores que estimulam crescimento capilar, podendo o tumor dispor de alimentação. Estão mais ativos em caso de câncer.

- Genes que permitem adquirir características invasivas e migratórias: são genes que dão estabilidade de células aos tecidos