Introdução as Relações Internacionais
Por: Sara • 17/9/2018 • 7.819 Palavras (32 Páginas) • 300 Visualizações
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A área de Relações Internacionais exige que o profissional esteja sempre interessado em aprofundar seus conhecimentos, assim como adquirir novos, visto que o cenário internacional está sujeito à constante mudanças. A atualização e o interesse por novos assuntos é o que faz o especialista completo e eficiente na sua área de trabalho, por isso o bacharel em RI tem uma visão de mundo fundamentada nos acontecimentos que formaram uma realidade ou influenciaram sua existência.
23/03 – AULA CONCEITUAL
É essencial para a formação do internacionalista que ele entenda alguns conceitos importantes para a formação e sustentação do mundo como conhecemos. Também é importante ter em mente que nenhum conceito é absoluto, por isso deve estar atento as mudanças do cenário mundial que poderão acarretar em alguma modificação dessas definições.
A Anarquia rejeita todo o tipo de autoridade e recusa o Estado, ou seja, é a ausência de um poder superior que controle tudo que está abaixo dele. Nas Relações Internacionais, a anarquia representa a ausência de poder supranacional, mas não o caos, sem a conflitualidade de todos contra todos, por isso não quer dizer que é incontrolável. Dessa forma, não há legitimidade no espaço externo.
Importante para a consolidação de um cenário mundial são os atores internacionais, pois são capazes de influenciar e agir no espaço internacional. Podem ser classificados em estatais e não estatais. O Estado é o primeiro grande ator e é o que possui maior influência nesse meio. Os não estatais são representados por ONGs, multinacionais, organizações intergovernamentais, forças transnacionais e grupos civis.
Esses atores organizam suas reuniões e deveres conforme a agenda internacional. Ou seja, os principais temas de discussões do sistema internacional. Esses temas são definidos pelos próprios, e por esse motivo, os temas nem sempre são os mais importantes, ficando em segundo plano assuntos que não sejam do interesse político-econômico dos atores.
A autodeterminação é o direito de um povo decidir o que quer para si. Essa ideia surgiu nas Revoluções Liberais junto com a burguesia, ela nasce de uma falsa ideia de escolha e liberdade, uma vez que os privilegiados eram a minoria de brancos e ricos. Esse conceito se refere a um direito humano de primeira geração por defender autonomia e liberdade política. Dentro das Relações Internacionais, ela representa a não ingerência na política dos Estados, e é de suma importância para se relacionarem internacionalmente. Um povo é autodeterminado se há legitimidade no comando do Estado – por exemplo, se for uma ditadura aceita pelo povo.
Dentro do sistema anárquico internacional existe uma balança de poder. Os Estados se relacionam para equilibrarem suas forças e evitarem serem subjugados por um Estado de força maior.
O Estado é o principal ator das relações internacionais. Na Idade Moderna, o regime vigente feudal deu espaço para o Estado Moderno, caracterizado por possuir soberania, território e um povo. Ele surge em 1648 com o Tratado de Vestfália, que reconheceu soberania e autonomia dos governos. Numa gradual evolução, o Estado desfez seus laços com a Igreja Católica, se tornando laico. Após a Segunda Guerra Mundial surge o Estado Contemporâneo que garantiu direitos políticos, civis, econômicos e sociais de bem-estar da população.
31/03 – CONTINUAÇÃO DOS CONCEITOS
A hegemonia é caracterizada pela supremacia de um sobre outros. Essa supremacia é calcada no prestígio e intimidação dos Estados com maior poder bélico, cultural, econômico. No cenário das RI, a hegemonia é atribuída ao Estado com maior influência no meio.
As high-politcs fazem menção às políticas externas consideradas duras. São os temas mais importantes da agenda internacional e tratam sobre assuntos de interesses estratégicos e de sobrevivência do Estado. Por sua vez, as low-politcs tratam dos temas menos importantes da agenda, sendo eles direitos humanos, meio ambiente, saúde, educação, comércio justo.
O poder é o conceito definidor das Relações Internacionais, pois ele designa a capacidade ou a possibilidade de agir e produzir efeitos no cenário. Apesar de ser diferente dos recursos de poder, é uma ação relacional a recursos econômicos, militares, políticos e culturais. O poder pode ser exercido a partir de duas vertentes, uma sustentada na violência e outra na racionalidade. Segundo o teórico Joseph Nye, existem dois tipos de recursos de poder: hard e soft power. O primeiro se refere aos recursos de poder tradicionais e sua influencia pode ser sentida na prática, pois é dominador. Pode dar se como exemplos a localização, as fronteiras, a população presente, recursos militares e naturais. Já o segundo citado, representa o poder suave do convencimento e das ideias, pouco perceptíveis na prática. Os exemplos são o desenvolvimento econômico, o conhecimento, a ideologia, a tecnologia e a cultura.
Seguindo a cronologia de poder, temos a soberania. Ela representa o poder de última instância na sociedade. É o poder supremo, exclusivo e não derivado pertencente ao Estado. A soberania o exercício da autoridade do poder político, de que dispõe o Estado, de exercer o comando e o controle, sem submissão aos interesses de outro Estado.
Esses conceitos formam a base para construção do entendimento do cenário internacional para os estudantes de RI.
06/04 – SOCIOLOGIA DAS RI
O Sistema Internacional é um conjunto de relações entre os atores no meio onde se processam as relações sociais. Como há certa interdependência, também pode se averiguar as consequências das relações no meio. É o palco e o ambiente onde se processam as Relações Internacionais. O Sistema é caracterizado pela anarquia, pois a ordem nasce das relações que são estabelecidas entre os atores, seguindo sempre pela lógica da competição e da sobrevivência.
O SI pode ser definido como fechado, por causa de suas definições geográfica, ou global, pois o sistema já alcançou todas as partes do planeta, não tendo mais espaços para conquistar. Assim, o sistema internacional abrange todas as relações e fluxos entre seus atores e cobre todas as atividades além das fronteiras do cenário.
Além disso, o SI é caracterizado como espaço heterogêneo, onde vários atores agem diferencialmente. Isso porque cada ator possui singularidade em suas características, capacidades, recursos e interesses. É um espaço desprovido
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