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A perda de autonomia do governo justificando a crise econômica do governo Dima Rousseff

Por:   •  16/1/2018  •  3.243 Palavras (13 Páginas)  •  427 Visualizações

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Dessa forma, é possível influir que até o ano de 2001 as taxas de inflação eram positivas, apesar de alguns deslizes nos números, após o período de 1993, os indicadores se mostravam aceitáveis. Diante destes dados ainda é necessário acompanhar o crescimento da economia para comprovar o bom momento que o país vinha tendo e os bons números que vinha alcançando. A partir disto, tem-se o próximo gráfico, capturado do site da Folha de S. Paulo, que demonstra a variação anual do PIB brasileiro.

[pic 2][pic 3]

Pode-se verificar a instabilidade deste gráfico, contudo, com exceção de 2009 (após crise mundial de 2008), todos os anos o crescimento é acima do valor de 1%, valores baixos, mas ainda assim positivos. Se comparado com outros países, segundo dados do IBGE, em 2013 o Brasil apresentou números melhores que Estados Unidos (1,9%), Alemanha (0,4%) e Japão (1,6%).

[pic 4]

Gráfico 3: Evolução do PIB por ano

Como é possível notar em 2014 há a estagnação do crescimento do PIB, isto decorre no último ano do primeiro mandato de Dilma Rousseff, ano de eleição. Em 2009 a justificativa usada era aceita, pois houve uma crise mundial que afetou todo o mundo, entretanto, em 2014 a mesma justificativa ainda é utilizada, segundo Belluzo (2014):

“O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, avançou 2,3% em 2013, ao passo que o México, que é o atual “queridinho” dos mercados, cresceu apenas 1,1%. [...] os países que tiveram recuperação muito acima da média após a crise de 2008 são justamente aqueles que não respeitam o tripé macroeconômico, formado por metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário: China, Índia e Indonésia.”.

Cenário Político pós-eleições de 2014

A partir de agora este artigo se voltará a apresentar os dados mais recentes da economia brasileira e apresentará a teoria de Benjamin Cohen como ferramenta de análise para os eventos econômicos pós-eleições presidenciais de 2014.

O ano de 2014 apresentou eleições históricas e repletas de polêmicas. Logo no início da corrida por votos houve a confusa morte de um forte candidato presidenciável, além disto, vários curiosos personagens se mostraram ao grande público gerando ainda mais discussões sobre a conjuntura política. Com um primeiro turno de votos divididos majoritariamente para três candidatos e uma enorme provocação entre os dois mais votados, sendo considerada pela imprensa como a campanha mais dura desde a redemocratização, segundo Magalhães (2014) "A despeito das baixarias, uma eleição muito qualificada. Há muito tempo PT e PSDB não pareciam tão diferentes." O segundo turno foi o mais disputado desde 1989 com 52% de Dilma Rousseff contra 48% de Aécio Neves.

Apesar de: “Esta presidente aqui está disposta ao diálogo” ser uma das frases pronunciadas pela presidente em seu discurso como reeleita, e em seguida respondida por seu adversário: “A maior de todas as prioridades é unir o Brasil em torno de um projeto honrado e que dignifique todos os brasileiros", os anos seguintes foram de impasse e instabilidade no quesito político brasileiro.

Pelo que se parece o clima de amistosidade não durou muito tempo e as eleições não acabaram, para Villas (2015) “pela primeira vez, desde a redemocratização do Brasil, estou aqui meio assustado, meio sem entender porque os perdedores não se conformam em ter sido derrotados nas urnas em outubro do ano passado.” O fato é que a oposição se posicionou, se articulou e agiu de forma a pressionar o governo de Dilma Rousseff. As pressões da oposição por si só não fariam efeito, não seriam relevantes para instaurar uma crise brasileira, contudo as direções que foram tomando a economia brasileira foram elevando a crise a outras dimensões, dessa forma não seria só a oposição pressionando o governo, mas agora seria somado aos grandes empresários brasileiros e logo depois pela população, despida de instrução e educação econômica, sofrendo um efeito cascata e atingindo proporções gigantescas. Segundo o site do jornal Estadão (2016) “a primeira manifestação contra o governo Dilma Rousseff em 2016 reuniu ao menos 3 milhões de pessoas em atos pelos 26 estados e Distrito Federal [...] Essa foi a maior manifestação da história do País, superando os atos pelas Diretas Já, no início dos anos 80”.

Os eventos proporcionados por tais pressões externas não são exclusivos do Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, a atividade de lobby (atividade de pressão de um grupo organizado sobre políticos e poderes públicos) alcançou US$ 3,3 bilhões no ano de 2012, segundo a organização Center for Responsive Politics.

Em entrevista para o programa Um Brasil, o economista Ricardo Amorim diz que a crise econômica brasileira só será resolvida quando der fim à crise política. Segundo Amorim (2016) “Acabando a crise política, solucionar os problemas macroeconômicos brasileiros não é complicado.”. Para ele o governo de Dilma Rousseff tomou algumas medidas erradas no que diz respeito ao incentivo da produção, a inflação e contas públicas. Contudo, tomar tais medidas requer antes da implantação, coragem e autorização do Congresso Brasileiro e parece difícil acontecer um alinhamento entre poder executivo e legislativo.

Outro evento que vale ser mencionada é a nomeação do ex-presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva para Ministro da Casa Civil por Dilma Rousseff. Esta atitude gerou polêmico por conta de Lula estar sendo investigado e uma vez que nomeado ministro teria foro privilegiado em suas investigações. Entretanto, para muitos, a atitude tomada pela presidente seria uma manobra política. Natuza Nery em uma roda de debate, sobre a situação do país, organizada pela Rede Globo diz que esta é uma forma de “Salvar politicamente o governo e tomar as rédeas do governo Dilma.” (PROGRAMA… 2016). Como dito, muitos pactuam de tal afirmação, no mesmo programa, Lucia Hippolito concorda afirmando “A presidente não sabe articular politicamente” (PROGRAMA… 2016).

Arcabouço teórico

Como fonte de teoria este artigo beberá principalmente dos trabalhos escritos por Benjamin Cohen, assim sendo um meio teórico de embasamento da tese aqui apresentada.

Cohen (2009) faz relação da moeda ao poder, logo irar-se apropriar desta teoria para o relacionamento da economia e do poder. Como significado de poder deve-se entender o poder de influenciar, contudo.

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