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Resenha - Antígona

Por:   •  1/10/2018  •  1.056 Palavras (5 Páginas)  •  337 Visualizações

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sua espada, Creonte, por sua vez, recuou e Hémon, cravou a espada no próprio peito.

Ao saber dessa notícia, Eurídice, esposa de Creonte e mãe de Hémon, se suicida, mas antes disso, lamenta a morte do filho e deseja que todas as desgraças caiam sobre o rei. O livro chega ao fim com Creonte desejando a própria morte.

Nesta obra, Sófocles, narra o embate entre o Direito Positivo e o Direito Natural. Antígona defende que seu irmão, Polinice, deve ter o mesmo tratamento que Etéocles, também seu irmão, e defendia isso baseada na religião e se utilizando de amor fraternal entrando em contraposição à vontade do rei, ou seja, ela representa o Direito Natural. Em contrapartida, Creonte, defende que as leis do Estado devem ser respeitadas, visto que, somente assim, conseguiria manter uma unidade na pólis, ou seja, ele representa o Direito Positivo.

O decreto instaurado por Creonte vai de desencontro aos costumes e tradições do povo, mas como pode uma lei ser criada apenas no intuito de servir como correção aos indivíduos? Antígona mostra, pelas suas ações, que nem Creonte é mais forte que o respeito a um costume sagrado e com isso ela vai ganhando apoio da população de Tebas, do Corifeu e de Tirésias, mostrando que o Direito Natural é muito mais forte que o Direito Positivo. Creonte, por sua vez, mantém sua decisão de punir Antígona com a morte, pois, para ele, quem desobedeceu as leis deve ser punido porque se abrir uma exceção na lei para um indivíduo outros vão querer também, e isso fragilizaria a autoridade do rei e por consequência, abriria margem para que o povo se colocasse contra um Estado que não tem o poder de punir quem se opõe a ele. Creonte

age racionalmente, luta pelo cumprimento das leis da pátria, em detrimento de qualquer valor religioso ou moral.

Esta obra trata de assuntos que são recorrentes nos dias atuais, como por exemplo, deve haver harmonia entre Direito Natural e Direito Positivo? O jusnaturalismo possui função de ordenar e sustentar o positivismo, já que este não é autossuficiente, necessitando de legitimidade, e esta legitimidade encontra-se aparente no Direito Natural. O Direito vem como organizador da sociedade, nasceu no intuito de regulamentar as ações sociais, mas não regular todas as ações sociais, visto que, se assim fosse, transformaria o ser humano em um robô. Portanto, é necessário que haja harmonia entre os dois, para que, a sociedade, a parte mais interessada, não sofra as consequências, como foi o caso de Antígona.

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