PESQUISA DE CAMPO: PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA/PI E MUSEU DO HOMEM AMERICANO
Por: Salezio.Francisco • 27/8/2018 • 2.851 Palavras (12 Páginas) • 396 Visualizações
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3.DESENVOLVIMENTO
3.1 HISTÓRIA DO PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA
Localizado na região Nordeste do Brasil, o Parque Nacional Serra da Capivara é um parque arqueológico, inscrito pela UNESCO na lista do Patrimônio Mundial. Um conjunto de chapadas e vales abrigam sítios arqueológicos com pinturas e gravuras rupestres, além de outros vestígios do cotidiano pré-histórico. O Parque Nacional Serra da Capivara é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza localizada nos municípios piauienses de Canto do Buriti, Coronel José Dias, São João do Piauí e São Raimundo Nonato.
Na década de 70, o ex-prefeito da cidade de Petrolina/PE recebeu da cidade de São Paulo um memorando turístico. O ex prefeito por já ter visto as pinturas rupestres da região e ter achado que eram “pinturas de índios”, decidiu enviar fotos dessas pinturas. Nessa época, Niède Guidon - a pioneira nos estudos arqueológicos na região de São Raimundo Nonato- trabalhava no Museu do Ipiranga em São Paulo e viu as fotos das pinturas rupestres enviadas pelo ex prefeito. Então, Niède, percebendo que eram pinturas totalmente diferentes das que ela já tinha visto decidiu realizar estudos mais aprofundados na região.
Houveram muitos conflitos entre a comunidade e Niède Guidon, pois para a implantação do Parque Nacional era necessário que as pessoas se deslocassem para outras áreas. A questão da desintegração de posse dessas áreas possuíram requisitos fundamentais para que não ocorressem de maneira que não viesse a desfavorecer a parte afetada.
3.2 PATRIMÔNIO DO PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA
O parque foi criado através do decreto de nº 83.548, emitido pela Presidência da República em 5 de junho de 1979, com a finalidade de proteger um dos mais importantes exemplares do patrimônio pré-histórico do país. Originalmente com 100 000 hectares, a proteção do Parque foi ampliada pelo decreto de nº 99.143 de 12 de março de 1990 com a criação de Áreas de Preservação Permanentes de 35 000 hectares. A administração da unidade está a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).
O Parque Nacional Serra da Capivara é uma unidade de conservação arqueológica com uma riqueza de vestígios que se conservaram durante milênios. O patrimônio cultural e os ecossistemas locais estão intimamente ligados, pois a conservação do primeiro depende do equilíbrio desses ecossistemas. O equilíbrio entre os recursos naturais é o condicionante na conservação dos recursos culturais e foi o que orientou o zoneamento, a gestão e o uso do Parque pelo poder público.
É um local com vários atrativos, monumental museu a céu aberto, entre belíssimas formações rochosas, onde encontram sítios arqueológicos e paleontológicos espetaculares, que testemunham a presença de humanos e animais pré-históricos. O parque nacional foi criado graças, em grande parte, ao trabalho da arqueóloga Niéde Guidon, que hoje dirige a Fundação Museu do Homem Americano, instituição responsável pelo manejo do parque.
O Parque Nacional Serra da Capivara situa-se no domínio morfoclimático da Caatinga, mas possui muitas matas de transição de Cerrado no seu limite norte. A vegetação é formada por arbustos fracos, mas extremamente ramificados, com galhos curtos e duros, com aspectos de espinhos. O tronco das árvores é liso, as folhas pequenas e a folhagem é leve e deixa passar luz. A vegetação herbácea geralmente desaparece fora da estação das chuvas.
As “matas brancas” do nordeste do Brasil ou caatingas, como as chamavam os nativos, são formações biogeográficas caracterizadas por plantas xeromórficas (que perdem todas suas folhas na época seca). Ocupa 650.000 km² do Nordeste do Brasil, exceto a faixa litorânea, dos quais apenas 0,1 % encontram-se preservados legalmente.
As pesquisas realizadas no parque resultaram no registro de 33 espécies de mamíferos não-voadores, 24 de morcegos, 208 espécies de aves, 19 de lagartos, 17 de serpentes e 17 de jias e sapos. No parque destaca-se o Mocó, único mamífero endêmico da Caatinga. O maior predador de toda a região do parque é a onça-pintada, que pode ultrapassar 50kg e se alimenta de outros vertebrados que pode capturar.
O parque é também habitado pela única população conhecida de macacos-prego (Sapajus libidinosus) que habitualmente usa ferramentas de pedra e de madeira para obter alimento, além de usar esses objetos também para comunicação e ameaças. Apesar de macacos de outras populações usarem habitualmente ferramentas de pedra, geralmente eles só as usam para uma finalidade (p.ex. quebrar cocos), não tendo nenhuma outra população a variedade e complexidade dos macacos-prego da Serra da Capivara no comportamento de usar ferramentas. Estudos arqueológicos sobre o uso de pedras pelos macacos-prego do parque revelaram que esse comportamento ocorre a, pelo menos, 700 anos.
Em agosto de 2016, a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), co-gestora do parque, encerrou suas atividades por falta de verbas. Por algumas semanas as atividades de manutenção e monitoramento foram suspensas, com as visitas turísticas ocorrendo sem cobrança. Em Janeiro de 2017 a FUMDHAM renovou seu acordo de gestão compartilhada com o Ministério da Cultura, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), garantindo assim, teoricamente, as verbas e suporte legal para a gestão do parque.
A Fundação Museu do Homem Americano, ao elaborar o Plano de Manejo do Parque, estabeleceu uma política de proteção que inclui a integração da população circunvizinha do parque às ações de preservação. Implantou um projeto de desenvolvimento econômico e social que visa educar e preparar as comunidades para que possam participar do mercado de trabalho que o parque está criando na região: obras de infraestrutura, manejo e turismo ecológico e cultural.
As condições essenciais para a proteção do parque são a erradicação da miséria e da fome e a criação de novas formas de trabalho alternativo. O Plano de Manejo considera a população atual como um dos elementos dos ecossistemas a serem preservados e propõe que o Parque Nacional seja o motor de criação de recursos econômicos, em uma área onde a seca impiedosa limita a agricultura e a criação.
3.3 PROTEÇÃO E GESTÃO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Área de maior concentração de sítios pré-históricos
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