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ORIGEM E CRESCIMENTO DO CAPITAL INDUSTRIAL

Por:   •  1/3/2018  •  1.923 Palavras (8 Páginas)  •  268 Visualizações

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2.2. A integração comercial catarinense no mercado nacional.

No início do século XX, começaram a se consolidar os setores que comandariam a economia catarinense até o início dos anos 1960: têxtil, madeireiro e alimentar. Entre 1880 e 1899 foram fundados apenas 86 novos estabelecimentos industriais em Santa Catarina. De 1900 a 1914 surgiram 392 novos estabelecimentos, essa última expansão citada acabou por mudar o padrão de crescimento da economia catarinense que até então era ditado pelas pequenas atividades mercantis e fabris. Até meados dos anos 1940 a base produtiva da economia catarinense era comandada pelo pequeno e médio capital mercantil. A presença de indústrias com mais de 80 trabalhadores era possível ser verificada em vários setores, mas representava uma pequena parcela no conjunto, tanto na produção como na geração de emprego.

A partir da segunda metade dos anos 1910 até o final dos anos 1920, o valor das exportações catarinense aumentou em seis vezes, ritmo que se manteve nos anos 1930. O aumento das exportações catarinenses para o mercado interno de 1915 a 1929 se deve a partir das seguintes mudanças:

a) a expansão do complexo cafeeiro e seus desdobramentos na expansão urbana em São Paulo;

b) o processo de diversificação econômica ocorrido nos anos 1920 em São Paulo e Rio de Janeiro;

c) a expansão urbana na capital federal;

d) a construção de ferrovias integrando a região Sul à Sudeste e de ferrovias ligando o interior catarinense aos portos;

e) a proximidade com duas praças importantes em nível regional: Curitiba e Porto Alegre.

A oferta de mão-de-obra sempre foi flexível em Santa Catarina, não chegando ao ponto de estrangular por completo a produção das principais mercadorias exportadas. O mercado de trabalho para todos os setores era formado por colonos imigrantes, pescadores açorianos, caboclos de planalto e mão-de-obra oriunda de outros Estados. Nosso Estado respondeu de forma positiva ao aumento da demanda nacional após 1915. O forte dinamismo interno fomentou a interação com os novos meios da economia presentes no âmbito nacional.

2.3 As indústrias Originárias

Em Santa Catarina, a indústria originária esta no segmento extrativo -erva-mate - madeira e carvão, no alimentício e no textil. Vejamos como estes segmentos surgiram :

2.3.1 Extrativismo

Dentro da indústria extrativista de Santa Catarina, inicialmente destacavam-se a ervateira, a carbonífera e a madereira.

2.3.1.1 Erva- Mate

A erva-mate cobria o Brasil meridional e Mato Grosso. Em Santa Catarina, a erva-mate concentrava-se no Alto Vale do Rio Uruguai e no planalto norte, onde a extração teve inicio no século XIX.

A erva mate foi responsável em boa medida pela fixação inicial dos imigrantes de Joinville e de São Bento do Sul e pela construção da Estrada Dona Francisca e ramal ferroviário da EFSPRG ligando Porto União ao Porto de São Francisco do Sul.

A produção teve uma ascensão nos anos de 1910, iniciando com 5.761t em 1910 e passando para 19.852t em 1920. A produção se estabilizou nos anos de 1920 e 1930 e começou a declinar nas décadas seguintes. Basicamente, 80,0% da produção exportada eram destinadas ao mercado exterior, tendo Chile e a Argentina como grandes consumidores.

2.3.1.2 Carvão

A descoberta do carvão mineral em território catarinense deu-se no inicio do século XIX, " dizem que foram descobertas as jazidas pelos tropeiros, quando por esse leito passava uma estrada de Lages à Laguna.

No final do século, o carvão despertou interesse dos ingleses que, por intermédio de Visconde de Barbacena, organizaram em 1876 The Donna Thereza Christina Railway Company Limited, para construir a ferrovia e em 1833 a Tubarão para explorar carvão. Ambas tiveram vida curta: a primeira foi dissolvida em 1903 e a segunda abandonada em 1887.

Durante a curta existência, a Tubarão empregou 265 mineiros, que extraíram 700 T de carvão, destinadas a Buenos Aires. Os ingleses abandonaram a área em função do carvão catarinense, ser de baixa qualidade, apresentando alto teor de rejeito piritoso comparado com o carvão europeu.

Com o abandono da área pelos ingleses, a concessão de terras foi transferida à firma Lage & Irmãos e a ferrovia encampada pelo governo federal e repassada a Cia. EF São Paulo - Rio Grande e em seguida para a carbonífera Araranguá.

Somente com os adventos da Primeira Guerra, devido à queda nas importações, foi que efetivamente começaram as atividades carboníferas de uma forma mais racional. Surgiram varias companhias carboníferas de pequenos proprietários locais. Somente no final dos anos de 1930, havia quatro companhias carboníferas que tinham mais de cem trabalhadores : CCU, Barro Branco, CBCA e Rio Carvão.

Por ser um mineral básico para industrialização, em 1931 o governo Vargas decretou a obrigatoriedade do consumo de 10,0% de carvão nacional.

2.3.1.3 Madeira

Para entendermos a origem o complexo madeireiro em Santa Catarina, sua formação e desdobramento, a premissa maior encontra-se na disponibilidade abundante de recursos florestais, com destaque para a araucária. A extração da madeira constituía-se na época, a fonte mais rápida, fácil e disponível de acumulação capitalista.

No inicio do século XX, a reserva brasileira de pinheiro era de aproximadamente a 200.000Km²de superfície.

Além da disponibilidade de recursos naturais, o surgimento de atividades ligadas à exploração da madeira tem a ver com a expansão da produção artesanal que estava vinculada ao alargamento do mercado interno.

Com a construção da estrada de Ferro Santa Catarina, entre Blumenau e Ibirama, a madeira constituiu-se no principal produto transportado, representado em 1913 em mil réis, 39,5%.

Entre as colônias fundadas por imigrantes, as localizadas no Vale Rio do Peixe e planalto norte, dada à abundância de recursos florestais para fomentar a acumulação capitalista, foram as que continuaram dedicando-se às atividades madeireiras. A madeira fixava o homem na terra, pois existia uma imensa e inóspita

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