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A LOGÍSTICA COMO ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO: UMA ANÁLISE ACERCA DA INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA CAPIXABA E DA RELEVÂNCIA DO TERMINAL INDUSTRIAL MULTIMODAL DA SERRA - TIMS

Por:   •  4/7/2018  •  13.722 Palavras (55 Páginas)  •  359 Visualizações

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Segundo acepção mais comum, o termo logística deriva do francês logistique e significa:

Parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: a) projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação manutenção e evacuação de material (para fins operativos ou administrativos); b) recrutamento, incorporação, instrução e adestramento, designação, transporte, bem-estar, evacuação, hospitalização e desligamento de pessoal; c) aquisição ou construção, reparação, manutenção e operação de instalações e acessórios destinados a ajudar o desempenho de qualquer função militar; d) contrato ou prestação de serviços (Ferreira, 1999, p. 1231).

Essa definição não é suficientemente explicativa, pois não abrange todos os pontos a serem tratados neste estudo. Para tanto, uma definição mais completa e usada por diversos autores que tratam do tema é a do Council of Logistics Management (CLM), na qual

Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes (apud BALLOU, 2006, p.27).

Para Ballou (2006), a missão da logística é “colocar os produtos ou serviços certos no lugar certo, no momento certo, e nas condições desejadas, dando ao mesmo tempo a melhor contribuição possível para a empresa”, tratando, assim, a logística como um fator otimizador, que tem por objetivo fazer tudo da melhor maneira, com menores custos e maiores lucros e benefícios possíveis para o responsável.

Esta terminologia não é específica para tratar dos setores público ou privado, servindo a ambos. Neste sentido, Bowersox e Closs (2006) expõem que a “implementação de melhores práticas logísticas tornou-se uma das áreas operacionais mais desafiadoras e interessantes da administração nos setores privado e público”. Para Bowersox e Closs (2006), “o que faz a logística contemporânea interessante é o desafio de tornar os resultados combinados da integração interna e externa numa das competências centrais da empresa”.

Bowersox e Closs (2006) afirmam ainda que a responsabilidade operacional da logística está diretamente relacionada com a disponibilidade de matérias-primas, produtos semiacabados e estoques de produtos acabados, no local onde são requisitados, ao menor custo possível.

Segundo Fleury (2000), apesar dos graves problemas ainda existentes, a logística, no Brasil, passou por extraordinárias mudanças durante a década de 1990. Isso pode ser avaliado tanto em termos das práticas empresariais, quanto da eficiência, qualidade e disponibilidade de infraestrutura de transportes e comunicações, elementos fundamentais para existência de uma logística moderna. Em função disso, a logística no país vem se constituindo em um negócio de grandes proporções, tendo evoluído muito rapidamente nos últimos anos. De acordo com Fleury e Wanke (2003, p.54):

A crescente importância da logística no Brasil não deriva apenas do volume de recursos movimentados ou da crescente responsabilidade e poder de seu principal executivo. Existe uma clara percepção nas empresas de que a logística representa um papel estratégico, pois contribui para gerar vantagem competitiva sustentável. Tal vantagem advém do fato que os clientes vêm dando importância crescente aos serviços logísticos em suas avaliações sobre os fornecedores.

Sob outro ângulo, Lacerda (2000) afirma que a definição da localização de instalações em uma rede logística - sejam elas fábricas, depósitos ou terminais de transporte - é um problema comum e dos mais importantes em decorrência dos altos investimentos envolvidos e dos profundos impactos que as decisões de localização têm sobre os custos logísticos.

O transporte tem importância fundamental para os sistemas logísticos das organizações produtivas, assim como para o funcionamento eficiente das economias regionais e nacionais. Sem um sistema de transporte eficiente e confiável, regiões e nações ficam impossibilitadas de desenvolver-se. Da mesma forma, empresas que não disponham de sistemas de transporte igualmente eficientes perdem competitividade, por não serem capazes de oferecer níveis adequados de serviços a seus clientes, além de incorrerem em custos excessivos (FLEURY, 2003).

O Brasil vive uma situação peculiar no que diz respeito a seus sistemas de transportes. Se por um lado verifica-se um enorme esforço de modernização por parte dos embarcadores e transportadores, por outro, convive-se com graves deficiências na infraestrutura e no aparato regulatório. Como consequência, observam-se enormes distorções na matriz de transportes brasileira, dominada pelo modal rodoviário, ainda altamente deficiente e que contribui para o estabelecimento de substanciais barreiras ao aumento da eficiência e melhoria dos serviços oferecidos.

O sistema de transportes brasileiro encontra-se numa encruzilhada. De um lado, um forte movimento de modernização nas empresas, que demandam serviços logísticos cada vez mais eficientes, confiáveis e sofisticados, a fim de se manterem competitivas num mundo que se globalizou, e onde a logística é, cada vez mais, determinante para o sucesso empresarial. De outro, um conjunto de problemas estruturais, que distorcem nossa matriz de transportes, e contribuem para o comprometimento, não apenas da qualidade dos serviços e da saúde financeira dos operadores, mas também e principalmente do desenvolvimento econômico e social do país (FLEURY, 2003, p. 237).

O objetivo maior do transporte é permitir a movimentação eficiente de produtos até os mercados de todo o país, promovendo, desse modo, a disponibilidade de produtos a um custo razoável (BOWERSOX e CLOSS, 2001). Na origem dos problemas estruturais estão as questões de priorização dos investimentos governamentais, as de regulação e fiscalização e o custo do capital que levaram o país a uma dependência exagerada do modal rodoviário. Como consequência, verificam-se baixos índices de produtividade, elevado nível de insegurança das estradas, baixa eficiência energética, e altos níveis de poluição ambiental. Tudo isso vem ocorrendo, segundo Fleury (2003), ao mesmo tempo em que o transporte aumenta sua importância na economia brasileira. Por outro lado, os governos tem grande interesse em manter um ambiente de transporte estável e eficiente, de modo a sustentar o crescimento econômico.

Nos últimos anos, cresceu a utilização do transporte de mercadorias

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