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O Problema Metafísico

Por:   •  2/3/2018  •  940 Palavras (4 Páginas)  •  248 Visualizações

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eterno e incorruptível, enquanto o que é apenas aparente pertence ao mundo material, é finito e corruptível. Para Platão, “o mundo ideal é o fundamento, a causa do mundo material”.

Aristóteles ataca o problema metafísico através do estudo das quatro causas do ser: material, formal, eficiente e final. Mas, ao contrário de Platão, a natureza específica – a essência das coisas – não está no plano das ideias, mas nelas mesmas. Aristóteles só concorda com Platão ao admitir a necessidade de uma “razão ao fundamento último das coisas, (...) a existência de uma realidade espiritual”, não a causa eficiente do mundo, mas o seu fim último.

Essa solução para o problema metafísico influenciou decisivamente a especulação filosófica nos séculos seguintes. O estudo das coisas finitas leva a postular a existência de um Ser Supremo, “infinito, absoluto, necessário”: para os estóicos, o Logos; para os neoplatônicos, o Uno; para os Pais da Igreja e os escolásticos, Deus; para Spinoza, a Substância; para Leibnitz, a Mônada suprema.

A partir de Descartes, o problema metafísico começa a dividir a primazia da atenção dos filósofos com o problema gnosiológico, que lida com o valor e o alcance do conhecimento. Sem essa solução, as investigações metafísicas seriam meros “castelos no ar”. Mesmo assim, Descartes, Pascal, Leibnitz, entre outros, propõem uma solução metafísica muito semelhante à do pensamento cristão prevalente. Mas é Spinoza quem oferece uma visão inovadora: os dois planos – o material e o espiritual –, são “estreitamente conjugados entre si, representando as faces duma única Substância”.

Hume e o empirismo inglês, que contestam “o valor objetivo e transcendente da razão humana”, e também Kant, para quem o fundamento da realidade, a realidade em si, a realidade numênica, “é intangível e incompreensível”, acabam por retirar o problema metafísico do âmbito das especulações filosóficas.

No século XX, o neopositivismo e a filosofia analítica propõem outra fonte para o entendimento metafísico: não no ser, nem no conhecimento, mas na linguagem, no sentido semântico das palavras. Assim, qualquer proposição que não possa ser traduzida em proposições experimentais “simplesmente não tem sentido”. Desta forma, conclui Mondin, na filosofia contemporânea “é impossível qualquer visão do mundo que tenha a pretensão de ser a última resposta à última pergunta”.

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