Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Modelo de Memoriais

Por:   •  20/12/2018  •  2.801 Palavras (12 Páginas)  •  285 Visualizações

Página 1 de 12

...

III. DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja declarada, “ab initio”, a nulidade do processo, com fundamento no art. 396, § 2º, do Código de Processo Penal. Requer, ainda, a absolvição do réu, com fulcro no art. 386, IV, do Código de Processo Penal. Subsidiariamente, caso Vossa Excelência entenda pela procedência da denúncia, pede a incidência da atenuante prevista no art. 65, I, do Código Penal.

Observações: o pedido é consequência lógica do tópico “do direito”. Em um rascunho, anote tudo o que deve ser pedido, para que nada fique de fora. No exemplo, não falei em fixação de regime, pena mínima ou benefícios, como o sursis. Mas, em sua peça, é interessante que seja pedido tudo o que o réu tiver direito. Na segunda fase, é melhor “pecar” pelo excesso.

Pede deferimento.

Comarca, data.

Advogado.

Observações: o “pede deferimento” é opcional. Ademais, só mencione a comarca se o problema disser onde o processo está tramitando, senão, diga “Comarca...”. Não coloque a sua cidade de prova. Em relação à data, em memoriais, a FGV costuma pedir que a peça seja datada no último dia de prazo. Por fim, não invente número de OAB ou nome para o advogado (ex.: “advogado Fulano”), sob pena de anulação da prova.

1. Introdução: em regra, ao final da audiência de instrução, as partes devem oferecer, oralmente, suas alegações finais (veja o art. 403 do CPP). Em seguida, o juiz profere a sentença, e o réu é condenado ou absolvido logo após a audiência. No entanto, em alguns casos, em razão da complexidade do caso ou do número de acusados, o juiz permite que as partes ofereçam as alegações finais por escrito, no prazo de 5 (cinco) dias - sabe quando você pede ao professor para entregar o trabalho na próxima aula? É a mesma ideia. Quando isso ocorre, dizemos que as alegações foram apresentadas por memoriais.

2. Fundamentação: art. 403, § 3º, do CPP.

3. Competência: o juiz da causa.

4. Prazo: 5 (cinco) dias, sucessivamente, para a acusação e para a defesa.

5. Teses: em memoriais, a defesa tem a última chance de se manifestar antes da sentença. Por isso, é uma das peças que mais comportam teses, pois nela deve ser pedido tudo o que for de interesse do réu – nulidades, teses de mérito, extinção da punibilidade e que sejam evitados excessos do julgador. Portanto, não preciso dizer que se trata de peça com grande possibilidade de ser cobrada na segunda fase.

5.1. Nulidades: as nulidades estão no art. 564 do CPP – marque o dispositivo com um “post-it” ou com clipes, pois é comum cair na segunda fase. As nulidades são vícios processuais que maculam todo o procedimento, fazendo com que o julgamento do mérito seja inviabilizado. Algumas situações que podem cair em sua prova: o réu foi citado por edital e, em vez de suspender o processo, o juiz deu prosseguimento normal (veja o art. 366 do CPP); o processo foi distribuído para juiz incompetente; o recebimento da petição inicial violou o art. 395 do CPP; não foi dada oportunidade para que o réu oferecesse resposta à acusação; a ordem a ser obedecida em audiência não foi observada – testemunhas de defesa ouvidas antes das testemunhas de acusação (a ordem está no art. 400 do CPP), por exemplo. Em caso de nulidade, peça que o processo seja anulado até o ato viciado. Se todo o processo estiver contaminado, requeira a nulidade “ab initio”. Jamais peça a absolvição com base em nulidade.

5.2 Teses de mérito: as teses de mérito ensejam a absolvição do réu, com fundamento no art. 386 do CPP – jamais peça, em memoriais, absolvição com fundamento no art. 397 do CPP. Em regra, a maior dificuldade dos examinandos é em relação a qual dos incisos escolher para fundamentar o pedido. Para que você não passe aperto, veja a seguinte explicação:

Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:

I - estar provada a inexistência do fato

Neste inciso, há a certeza de que o fato não ocorreu. Falta materialidade.

II - não haver prova da existência do fato

Aqui, prevalece o princípio do “in dubio pro reo”. Não há certeza da inexistência do fato, mas, na dúvida, considera-se inexistente, em benefício do acusado.

III - não constituir o fato infração penal

É o dispositivo a ser adotado quando o fato não constituir crime. Alguns exemplos: incidência do princípio da insignificância (atipicidade material), ausência de previsão legal (atipicidade formal) etc. O erro de tipo, as excludentes da ilicitude e as da culpabilidade também fazem com que o fato deixe de ser infração penal, mas há dispositivo específico para estas hipóteses – veja o inciso VI.

IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal

Assim como ocorre no inciso I, há certeza de que o réu não praticou o delito. Pode parecer bobagem existir um inciso para a dúvida e outro para a certeza. No entanto, tenha em mente que a fundamentação adotada pelo juiz reflete em outras áreas, como no Direito Civil. Dessa forma, a dúvida ou a certeza podem influenciar na possibilidade de ajuizamento de ação de indenização na esfera cível, por exemplo.

V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal

Não há prova de autoria, mas também não ficou demonstrada de forma inquestionável a inocência (hipótese do inciso III). E, na dúvida, “pro reo”.

VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

É o dispositivo a ser adotado nas hipóteses de erro de tipo inevitável (afasta a tipicidade), de erro de proibição inevitável (afasta a culpabilidade), de coação moral irresistível ou de obediência hierárquica (afastam a culpabilidade), de excludentes de ilicitude ou em caso de inimputabilidade (excludente da culpabilidade) por doença mental ou embriaguez completa acidental.

VII

...

Baixar como  txt (17.2 Kb)   pdf (61.6 Kb)   docx (19 Kb)  
Continuar por mais 11 páginas »
Disponível apenas no Essays.club