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Marx - Economia Política

Por:   •  21/4/2018  •  2.656 Palavras (11 Páginas)  •  315 Visualizações

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Depois de caracterizar os dois pólos contrastantes, Marx analisa a primeira forma de valor: a forma simples. Pode-se considerar, esse momento histórico como uma sociedade pré-capitalista, onde a produção é destinada a subsistência e o excedente é destinado a troca. Com isso, pode-se inferir que a troca é feita de forma fortuita, onde o valor não está fixado. Logo, a forma relativa da mercadoria A é expressada no corpo físico da mercadoria B. A forma simples, de cara, mostra uma insuficiência, visto que a troca é feita de forma individual, onde valores de uso diferentes são trocados para necessidades individuais, ou seja, só há um equivalente pra uma relativa, compara-se uma mercadoria com outra mercadoria. Essa insuficiência da forma simples,faz Marx, ir mais além e achar a segunda forma de valor: a forma total desdobrada.

A forma total e desdobrada, já expõe uma dialética marxista na qual, Marx utiliza de fatores da forma simples, e não utiliza algum deles para a evolução do pensamento. Diante disso, a forma individual de valor se transforma numa forma mais completa e abrangente, entrando numa relação de valor com um conjunto de mercadorias. Por exemplo.

1 calça = 3 canecas

1 calça = 2 óculos

1 calça = 4 estojos

Com isso, a partir da passagem da forma simples para a total desdobrada, o valor já é fixado, no qual já são produzidos valores de uso para troca, não só mais o excedente. E com isso, é a primeira vez que o valor aparece como massa amorfa de trabalho humano indiferenciado(abstrato).O trabalho contido na forma de valor relativa e desdobrada aparece como outro trabalho equivalente a qualquer outro trabalho humano indiferenciado. O valor, também, sai da forma individual e começa a abranger um “mundo de mercadorias”, ou seja, já começa a ter papel social. Na forma total desdobrada, a forma de equivalente particular conceitua-se que cada mercadoria terá um corpo de valor particular. Os trabalhos concretos também agora surgem como efetivação da expressão da forma particular. A forma total desdobrada, com essa análise marxista também mostra suas insuficiências, não há permutabilidade direta, tanto na forma relativa quanto na forma equivalente. Na primeira, a cada mercadoria nova que entra no mercado, cria-se uma nova expressão de valor, com isso as expressões de valor ficam desconexas e variadas. E na forma equivalente, ainda se deve considerar o valor de uso e a forma equivalente é ilimitada.

Marx em seu estudo da forma valor, inverte as formas relativa e a equivalente e a partir disso encontra a forma universal. Essa forma é a primeira a realmente relacionar as mercadorias entre si como valores, e inicialmente, usa como objeto de estudo o linho, uma mercadoria de aceitação geral, e a tecelagem(seu trabalho concreto).Com isso, a tecelagem, mesmo sendo trabalho privado e concreto, o trabalho humano abstrato contido nas outras mercadorias, fazem com que a tecelagem seja transformada em forma universal de manifestação do trabalho humano como tal. E já nas sociedades capitalistas, o mundo das mercadorias(mundo humano) escolhe o ouro como equivalente universal e surge como forma dinheiro, visto que é uma mercadoria valiosa e mesmo que ela seja fundida ou separada, suas características físicas não se alteram. Não é que o valor está no ouro por suas características físicas, o ouro se põe como equivalente universal porque ele se coloca mais apto para tal função(expressar o valor da melhor forma), contudo o valor é algo social e efetivamente é importante nas relações sociais de produção, de organização e distribuição de mercadorias. A forma corpórea é a considerada encarnação visível, a crisalidação social e universal de todo trabalho humano. Dessa forma o ouro(dinheiro) se torna como monopólio dessa posição na expressão de valor do mundo das mercadorias, o ouro se transforma em mercadoria-dinheiro, dessa forma o dinheiro(ouro) tem uma permutabilidade imediata e isso faz com que a sociedade o escolha e esta forma se fixa como maior representante do fetiche organizando as relações sociais.

Analise a relação entre forma-dinheiro e teoria do fetiche da mercadoria

Nesta parte em seu estudo, Marx conclui que o ápice do fetiche da mercadoria é a forma dinheiro. Marx caracteriza fetiche da mercadoria como algo fantasmagórico, onde as pessoas estabelecem relações sociais através de coisas(coisas essas que são a mercadoria, dinheiro etc.)(conceito de reificação), e também confere que a mercadoria tem uma trajetória diferente do que quando foi produzida. Partindo desse ponto, Marx faz uma evolução de pensamento desde a sociedade feudal até as sociedades capitalistas em torno no valor e da dependência.

Na sociedade feudal, as relações do servo e do senhor feudal não eram determinadas, organizadas e distribuídas pela mercadoria, tinha-se uma relação de dependência, onde a relação de servidão e a corvéia ditavam as relações sociais, onde era produzido para subsistência, a produção era determinada pelo servo e o que “sobrava”(chamado, excedente), era destinado a troca.Com isso, na sociedade feudal não existe fetiche, pois só o excedente era trocado e não havia um equivalente universal.

Nas sociedades mercantis, já não havia uma relação de dependência, o produtor já tinha seu trabalho privado, e o transformava em social no contato com outros produtores. Logo, o fetiche acontece de forma parcial, por conta da troca entre coisas, e de não haver um equivalente universal.

Nas sociedades capitalistas, a mercadoria já dita as relações sociais e até tem o controle da organização e distribuição social como diz o conceito de reificação ou coisificação. Segundo Marx, o caráter misterioso da mercadoria não resulta do valor de uso, nem das determinações quantitativas de valor, mas resulta no fato de que ela reflete aos homens os caracteres sociais de seu próprio trabalho como caracteres objetivos dos próprios produtos do trabalho como propriedades sociais que são naturais a essas coisa.E também reflete a relação social dos produtores a partir do momento em que a troca acontece(relação entre o produtor e o trabalho total), relação objetiva à margem dos produtores. O caráter misterioso da mercadoria dialoga em parte com o valor de uso, já que o valor de uso do equivalente universal expressa o valor de todas as outras mercadorias.Nessa sociedade o fetiche é intrínseco a mercadoria, na qual impõe-se relações sociais de produção a esse produto como se fosse algo da natureza da mercadoria como as suas propriedades

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