Critica a lei de say e demanda efetiva
Por: Jose.Nascimento • 10/1/2018 • 1.991 Palavras (8 Páginas) • 502 Visualizações
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Parte da crítica Keynesiana a lei de Say, é executada pela diferença entre o fluxo circular proposto por ambas as partes. Para Say, tudo que é ofertado é demandado, pelo motivo que um produtor produzia seu produto com intuito de conseguir os produtos que não conseguia produzir, porém necessitava. Em um mercado de escambo, a moeda como meio de troca reduziria os custos de transação, de forma em que seria muito mais prático o comércio. Portanto a produção de uma mercadoria, geraria a demanda por outra mercadoria, pois a primeira seria trocada por moeda, e a moeda trocada por um produto que o novo portador dela necessita.
Entretanto, Keynes, ao analisar a economia em que vivia no século XX, denominando-a de economia monetária de produção, introduziu novos aspectos a esta economia, a diferenciando da economia de Say, nos sentidos dos papeis da moeda dentro de um fluxo circular diferenciado, incerteza no futuro como pretexto para retenção de moeda, e ainda o aumento da riqueza proporcionado pela poupança.
O fato da moeda ter um novo papel dentro do fluxo circular, a reserva de valor de alta liquidez, faz com que a população possa ter a opção de guardar moeda para um gasto futuro, rompendo com o fluxo circular de Say, em que toda moeda auferida era gasta para comprar outros produtos.
A mesma característica da moeda como reserva de valor, fez com que a população mediante a incerteza do futuro, retivesse moeda como forma de segurança, uma vez que a liquidez é a principal defesa da população mediante a incerteza ou crise, rompendo mais uma vez com a relação de Say entre tudo que é ofertado é demandado, pois após a venda de um produto, o portador da moeda pode reter a moeda para preservar sua riqueza ou se proteger contra incertezas do futuro.
Outra característica fundamental das novas atribuições que o portador de moeda pode fazer para utilizá-la de forma alternativa a não comprar produtos, é a aplicação em ativos financeiros, buscando o aumento e preservação da riqueza. Em uma economia monetária de produção, o setor financeiro exerce um papel importante, fornecendo ativos que quando aplicados, podem gerar um aumento de riqueza, rompendo novamente com o fluxo circular clássico, pois possibilita novas opções para quem tem moeda em sua posse.
Desta forma, Keynes ao atribuir novas características a economia em vigência, foi capaz de criar um fluxo de renda muito mais atualizado e complexo do que os clássicos e Say, possibilitando novos caminhos para utilizar a moeda, que vai além da compra de produtos em que necessita.
4. Princípio da Demanda Efetiva
O princípio da demanda efetiva ocorre quando, em uma função de oferta supostamente maximizadora de lucro, o nível de produção dependerá da expectativa de demanda do empresário. O quanto ele irá produzir, segundo sua função de oferta, dependerá do quanto espera vender e, por consequência, da expectativa de demanda. Da mesma forma, o seu lucro efetivo depende não apenas do seu nível de produção, neste caso dependeria apenas da oferta, mas sim realizar a venda de toda a sua produção, portanto depende de acertar ou não sua expectativa de demanda.
Nesta economia monetária da produção, a expectativa de demanda, no primeiro momento, e a demanda efetiva, no segundo momento, são variáveis determinantes do nível de produção. Para facilitar a explicação, Keynes considerou que os empresários acertam suas expectativas de demanda ou que rapidamente consertam os seus erros de expectativas, por isso consideram estas expectativas como de curto período de tempo.
Sendo assim, a oferta procura se adequar ao nível de demanda esperada. Sendo assim, há uma completa inversão do sentido de causalidade na igualdade entre oferta e demanda em relação à lei de Say. Para o Princípio da Demanda Efetiva, o nível esperado de demanda determina o nível de oferta.
O principal interesse dos empresários é a demanda em termos de gastos monetários, pois assim se realizam as suas vendas, receitas e lucros. Não interessa a demanda como um simples desejo ou intenção. Portanto, demanda significa gastos, com transações em moeda, pois os empresários também têm que pagar seus contratos com fornecedores e trabalhadores em moeda. Estes gastos podem ser em consumo, investimento, do setor privado ou do setor público, no mercado interno ou para exportação.
Portanto, o princípio da demanda efetiva é o oposto da lei de Say, pois a causalidade é inversa, a demanda gera a oferta, diferente do caso de Say, em que a oferta gera a demanda. Isto implica em que a oferta será calculada com a expectativa de vendas, ou seja, a expectativa de gastos dos trabalhadores.
Os empresários no princípio da demanda efetiva, fazem primeiramente um cálculo revelando a expectativa de venda ou receita que eles têm, depois buscam financiamentos para conseguir realizar a produção, pois é necessário dinheiro para adquirir mão de obra e capital fixo, esses financiamentos são possibilitados devido aos empréstimos bancários ou reservas de valor anteriormente poupadas.
Tendo em posse os recursos necessários, é feita a contratação da mão de obra, que remunerada, e parte dessa renda é consumida, e parte é poupada. A parte gasta pelos trabalhadores tem como fim produtos produzidos pelas empresas que os empregam de forma geral, e a poupança é aplicada em ativos no setor financeiro.
Portanto é nítida a diferença entre os dois fluxos, e seus mecanismos, a causalidade entre a lei de Say e o princípio da demanda efetiva é inversa, devido principalmente ao espaço de tempo entre a formulação de ambas, e o nível de avanço da economia neste espaço de tempo.
5 Considerações finais
Quando a lei de Say afirma que a “oferta cria a sua própria demanda” está em jogo não o fato de que toda a venda corresponde a uma compra, mas o sentido da causalidade para que o ato mercantil ocorra. Neste sentido, pode-se dizer que numa de economia de escambo ou mesmo numa economia mercantil simples, onde a moeda tem apenas a função de meio de troca, a Lei de Say poderia até servir para explicar que a oferta cria sua demanda, mas não numa economia monetária da produção.
Nessas economias mercantis não é possível identificar a figura do comprador ou do vendedor porque simplesmente essas categorias não
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