A Influência da globalização no mercado local
Por: Kleber.Oliveira • 10/12/2017 • 6.946 Palavras (28 Páginas) • 401 Visualizações
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· o avanço do neoliberalismo;
· a crise do comunismo;
·a superação dos modelos produtivos de Taylor e Ford[3] ;
·a ciência e a tecnologia;
Queremos salientar, que estes fatores isolados não levam à consumação de uma transformação, mas no conjunto vêm provocando impactos em todos os setores envolvidos (político, econômico e social), obrigando o surgimento de mecanismos organizacionais que propiciem padrões para atender um mercado mais competitivo.
1.1 O avanço do neoliberalismo
O liberalismo[4] teve como período clássico de 1846 a 1914, “... em que a evolução política e econômica coincidiu para uma expansão cada vez maior das liberdades individuais, (...) a liberdade de comércio de mercadorias e de movimentação internacional de capitais e de pessoas, a crença no progresso ilimitado da ciência e da técnica, das artes e da sociedade, a crítica confiança na ‘civilização’ do Ocidente” (Campos, Fernandez, 1993: 69). Inúmeros fatores vieram intervir após a primeira guerra mundial, não dando espaço para a consumação deste pensamento: o avanço do fascismo, as revoluções comunistas, a tentativa de estabelecer uma nova divisão geo-política com a Liga das Nações e o comércio internacional estrangulado e em depressão.(id, ibdt.).
Ainda na década de 40, renasce nos Estados Unidos e na Europa com base na obra de Friedrich Hayek, “O Caminho da Servidão”[5] , escrito em 1944, com a proposta de combater o solidarismo reinante e o Keynesianismo[6], o novo liberalismo – o neoliberalismo. Naquele momento histórico, política com linhas tão individualistas não ganhou força, tendo em vista que o capitalismo estava se fortalecendo a cada momento nas décadas de cinqüenta e sessenta.
Os neoliberais acreditavam que o estado de bem-estar social tornava os cidadãos iguais, acabando com a liberdade e com a força da concorrência e que “... a desigualdade era um valor positivo – na realidade imprescindível em si – pois disso precisavam as sociedades ocidentais” ( Anderson. 1995:10).
Estas idéias permaneceram por longo tempo adormecidas, até a chegada da crise dos anos setenta e início dos anos oitenta. Os defensores deste modelo político explicavam que a inflação crescente deste período se dava em virtude dos gastos por parte do estado com políticas sociais, aumentando cada vez mais os seus déficits públicos.
A proposta neoliberal, que ganhava consenso nos meios econômicos fortalecida pela mídia, tinha como finalidade à diminuição da ação do estado sobre a economia. Nesta visão encontramos as idéias das privatizações, as propostas nas mudanças da legislação trabalhista e a redução nos gastos sociais, que foram adotadas pelos países desenvolvidos como Inglaterra com a eleição de Margareth Thatcher, em 1979, à primeira ministra, Ronald Reagan, em 1980, eleito presidente dos Estados Unidos, e Helmut Kohl, em 1982, primeiro ministro da Alemanha, e nesta linha de pensamento muitos outros países passaram a seguir a mesma cartilha.
Os países em desenvolvimento são obrigados a adotar as políticas neoliberais por pressões externas, muitas vezes impostas por organismos internacionais, como o Banco Mundial, que para formalizar seus contratos de empréstimos, exigem a adoção de um conjunto de medidas de ajustes da economia.
Soares (1996: 15) afirma que “O Banco Mundial exerce profunda influência nos rumos do desenvolvimento mundial. Sua importância hoje deve-se não ao volume de seus empréstimos e à abrangência de suas áreas de atuação, mas também ao caráter estratégico que vem desempenhando no processo de reestruturação neoliberal dos países em desenvolvimento, por meio de políticas de ajuste estrutural”.
Como podemos notar as políticas neoliberais vão progressivamente se difundindo pelo mundo, ajudando a intensificar as mudanças nas sociedades atuais, através da ingerência dos países desenvolvidos e dos organismos internacionais.
1.2 A crise do comunismo
Em tempos de pós-desagregação do império soviético, de colapso do socialismo real na Europa Oriental e da demolição do muro de Berlim, duzentos anos depois da Revolução Francesa, está simbolizado neste momento, uma vitória do capitalismo e a consagração da globalização da economia como valor dominante. A queda de barreiras ideológicas veio acompanhada da queda de barreiras comerciais e protecionistas, permitindo que qualquer empresa possa agir considerando praticamente o mundo todo como seu mercado.
O capitalismo ganha novas características neste período pós-queda do muro de Berlim, “readquire tal ímpeto que invade os espaços até então protegidos pelo regime da economia centralmente planificada, nos países onde se ensaiam, ou se ensaiavam, experimentos socialistas. (...) de repente, o mundo inteiro parece estar a tornar-se capitalista” (Ianni. 1995a: 23).
O capitalismo, desde os seus primórdios, se impõe como um poderoso sistema, interferindo nas formas sociais de vida e trabalho, ganhando maior impulso no século XX. Até mesmo em países como a China, Coréia do Norte e Cuba, que permanecem com seus regimes comunistas, a influência do capitalismo se faz presente na forma de cerco, bloqueios, hostilidades e penetrações.
Nesta ótica, criam-se novos paradigmas de independência e de auto-suficiência de cada país, surgem novas relações de interdependência, ocorrem transformações contínuas, necessidades antes supridas internamente por produtos e serviços passam a ser criadas e supridas por diversas nações.
Dentro da concepção empresarial, para sobreviver e prosperar num ambiente desse tipo, as empresas terão de afinar suas habilidades competitivas continuamente, em intervalos de tempo cada vez mais curtos.
1.3 A superação dos modelos produtivos de Taylor e Ford.
Com o desenvolvimento da industrialização, iniciado com a Revolução Industrial, a organização do processo produtivo teve sua evolução e passou a ser adotado com base na idéias de Taylor e Ford.
O modelo produtivo desenvolvido por Taylor concentrava-se na tarefa em si, na busca de métodos mais eficientes para a execução de um trabalho. O seu objetivo era o de descobrir uma base científica ou objetiva para conceber e executar os trabalhos. Sendo assim, estabeleceu alguns princípios e orientações que até hoje vêm norteando as ações
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