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Surgimento do terrorismo

Por:   •  19/6/2018  •  2.714 Palavras (11 Páginas)  •  396 Visualizações

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Essa explosão de ódio e violência motivada por uma causa – por mais absurda que seja – é o que separa, para os pesquisadores, o perfil de um terrorista do de um psicopata. “O psicopata tem um problema no cérebro que o torna incapaz de sentir emoções, culpa e arrependimento como as pessoas normais”, diz Renato Sabbatini, neurocientista da Unicamp. “É como um problema na configuração do hardware de um computador.” Ele diz que imagens dos cérebros dessas pessoas quase sempre revelam que eles têm uma atividade deficiente no lobo frontal, a região abaixo da testa que cuida das emoções. Por não sentirem remorso ou qualquer inibição de origem emocional, são capazes de cortar suas vítimas com a tranqüilidade de quem prepara um jantar numa noite agradável. “É pura ingenuidade achar que os 19 homens que participaram dos atentados contra Nova York e Washington se enquadrem nesse perfil”, diz Sabbatini.

O psiquiatra Henrique Del Nero, da Universidade de São Paulo (USP), diz que há outra diferença fundamental que coloca em lados opostos esses dois tipos de criminosos: “Psicopatas não agem como suicidas, eles sentem prazer na violência e nunca interromperiam esse prazer se matando”, diz Del Nero. “Já os terroristas podem se suicidar porque têm a convicção de que vale a pena morrer em seu esforço contra o inimigo.” Eles acreditam estar lutando por uma causa maior que suas próprias vidas.

A necessidade de ser aceito por um grupo, sentir-se parte de uma comunidade, escolhido e reconhecido como alguém especial seria o suficiente para atrair muitos adeptos a seitas fanáticas ou grupos extremistas.

Agora misture esses ingredientes à pregação do uso da violência e à catequisação de que matar em troca da própria vida é uma honra suprema, e estaria pronta a receita explosiva que mantém esses grupos em ação. Se por trás dessa mente existir uma narrativa religiosa que incita o sujeito a cometer atentados, ele certamente o fará.

Com a crença de que a morte pela causa levará o terrorista ao paraíso, qualquer espécie de negociação torna-se praticamente impossível.

Por exemplo, no atentado ocorrido no dia 11 de setembro, eles não queriam a libertação de prisioneiros, dinheiro, nem o reconhecimento de algum Estado, apenas atacar e humilhar um país que eles consideram um representante do mal.

Na cabeça de um terrorista, a guerra existe, eles estão do lado do bem e não conseguem enxergar civis inocentes, para eles só há inimigos.

De acordo com William Sargant, autor do livro "A Batalha pela Mente", parece existir uma "fisiologia para a conversão e a lavagem cerebral " ou "controle do pensamento".

A teoria de lavagem cerebral sustenta que a única forma de forçar uma mudança de atitudes em adultos é limpar as suas mente - apagando crenças existentes por meio de uma combinação de indução de estresse mental e tensão nervosa, receptividade à sugestão, e exaltação frenética da massas. Sargant argumenta que essas técnicas têm sido usadas através dos tempos por agentes bem diversos, tais como pastores religiosos e treinadores de futebol americano. Através da lavagem cerebral, novas idéias podem ser introduzidas e firmemente fixadas mesmo em mentes que não estejam dispostas a recebê-las de início. Não é coincidência que as religiões fundamentalistas de todos os tipos usem essas técnicas, oferecendo uma mistura de salvação, redenção, promessas de recompensa eterna no céu, sentimentos de culpa, timidez e inadequação.

Um testemunho impressionante dessa conversão é mostrada por Abd Samad Moussaoui, o irmão de um homem suspeito de planejar o seqüestro nos ataques terroristas de 11 de setembro. Em 4 de outubro de 2001 ele deu uma entrevista na CBS "Ele um dia amou a América, mas foi lavado cerebralmente, foi feita uma lavagem cerebral por um grupo radical islâmico.Ele gostava de calças jeans, basquetebol e do cantor Bruce Springsteen, mas passou a odiar os Estados Unidos após se juntar ao grupo”

A tarefa de produzir a mente do terrorista é facilitada enormemente quando se inicia na infância. As crianças e jovens são condicionados a pensar somente como seus pais ou líderes, ou até mesmo a parar de pensar. O terrorista atual tem uma noção de certo e errado baseada fundamentalmente na opinião pessoal dos líderes de suas comunidades. "Constata-se uma total limitação na capacidade que eles têm de pensar por si próprios".

TERRORISTA SUICIDA

Nas últimas duas décadas, mentes sombrias têm se espalhado pelo mundo com uma missão consciente e bem definida: provocar profundo medo e ansiedade, dor, desespero e muitas mortes, incluindo as delas próprias, ao se explodirem juntamente com o alvo escolhido. Eles são os terroristas suicidas.

Esse tipo de terrorista provoca um dano físico devastador ao ser realizado em áreas públicas. Eles são motivados por razões políticas, religiosas ou étnicas, e seu maior ideal é produzir um efeito psicológico negativo em uma população inteira, e não apenas nas vítimas de seus ataques.

Muitas podem ser as causas que motivam um terrorista suicida: a expulsão de estrangeiros, provocar mudanças políticas, realizar retaliação e vingança, ganhar projeção local ou global, construir uma imagem de poder, angariar apoio do público, recrutar novos voluntários, preservar território, cultura ou religião, etc.

Qualquer que seja a causa que o terrorista invoca, ele é firmemente impulsionado pela crença de que a vitória da causa deve ser alcançada a qualquer custo. Os terroristas, em nome da religião, costumam justificar a violência em nome da autodefesa ou para vingar as comunidades religiosas a que pertencem. "Eles acreditam que existe uma diferença entre o certo e errado, mas também que se fizerem alguma coisa em nome da causa, ela será justificada, mesmo que seja errada".

O perfil do terrorista suicida não é o de um psicopata ou de um bandido, como se acredita. Normalmente ele é um ser humano como qualquer outro, com princípios morais e religiosos. São geralmente pessoas tímidas, introvertidas e não violentas, de uma forma geral.

Então por que estes indivíduos estariam dispostos a se juntar a um grupo terrorista? O Dr. Jarrold Post, da Universidade de George Washington, e ex-chefe da CIA, acha que a principal razão é de natureza social. Como acontece com todos os seres humanos, ele necessita pertencer a um grupo que o aprove, e encontrar seu lugar dentro dele. A missão do terrorista

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