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O Processo de Abertura de Capital - Iguatemi

Por:   •  22/4/2018  •  7.606 Palavras (31 Páginas)  •  343 Visualizações

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Ainda sobre este atual contexto abordado até aqui, este estudo se torna de fundamental importância por se tratar de um mecanismo alternativo para a captação de recursos. Os gestores de empresas necessitam do conhecimento dessa fonte de capitalização, sendo muito importante estar ciente das implicações que o processo de abertura do capital trará para a empresa.

No próximo capítulo, intitulado “abertura do capital”, serão abordadas as etapas para uma IPO, descrevendo os passos e exigências legais para tal processo. Posteriormente, no capítulo denominado “procedimentos metodológicos”, serão apresentados os métodos de pesquisa e como foi feita a coleta dos dados utilizados para o desenvolvimento deste trabalho. A partir de então, a “análise de resultados”, tendo como base a pesquisa documental juntamente com a entrevista, objetivam identificar as mudanças percebidas na empresa após o processo de abertura do capital. Por fim, em “considerações finais”, são confrontados e analisados os resultados obtidos com relação o que tinha sido proposto inicialmente.

2 ABERTURA DO CAPITAL

Em um dado momento quando a empresa se depara com a situação de buscar alternativas para o financiamento de seus investimentos ou à reestruturação de seus passivos financeiros, a captação de recursos pelo lançamento de valores mobiliários é uma alternativa aos financiamentos bancários. (PINHEIRO, 2012).

É sempre recomendável, mesmo que a taxa de retorno do investimento seja maior do que o custo do empréstimo, que se faça uma análise entre os recursos de terceiros e recursos próprios. (CAVALCANTE, 2001).

Quando uma empresa abre o seu capital, sendo denominada então de companhia de capital aberto, ela emite ações para o público e pode posteriormente listar essas ações em bolsa de valores e mercados organizados. A abertura de capital pode ser realizada através de duas modalidades, por meio do mercado primário utilizando o método de underwriting, ou através do mercado secundário utilizando o método block-trade. A operação de underwriting significa que a empresa emite novas ações para a captação de recursos, havendo a transferência dos recursos diretamente do investidor para a empresa. O método block-trade, sendo uma operação de mercado secundário, não há a canalização dos recursos para o caixa da empresa, é colocado no mercado um lote de ações que pertencem a um acionista ou um grupo de acionistas. (CAVALCANTE, 2001).

O presente trabalho abordará portanto apenas o método de underwriting pois é o mecanismo que busca capitalizar a empresa diretamente através da subscrição de novas ações.

2.1 Análise de viabilidade, conveniência e preparações preliminares

Primeiramente no processo há uma etapa interna que diz respeito a análise da conveniência e preparações preliminares. Esta primeira etapa tem como por objetivo preparar e estruturar a empresa de maneira que sejam revisadas as razões para a abertura do capital, os planos de investimento, disposição em atender novas exigências legais, mecanismo mais adequado para a captação, custos estimados entre outros fatores. (CASAGRANDE NETO, 2010).

A decisão de abrir o capital aborda aspectos de avaliação objetiva e subjetiva, a discussão sobre a viabilidade e aplicabilidade deve ser trabalhada e pensada exaustivamente entre os administradores e sócios, pois não existe uma fórmula de decisão que se possa usar em todas as empresas. O momento do mercado e da empresa devem ser profundamente estudados juntamente com os novos custos e obrigações. (CAVALCANTE, 2001).

Existem também quatro fatores que se referem ao momento da abertura e que devem ser levados em conta na análise de viabilidade do projeto. Deve se analisar e identificar quando as condições de mercado estiverem boas, o desempenho da empresa estiver forte, quando houver uso para os recursos e quando as demonstrações contábeis estiverem disponíveis. (PINHEIRO, 2012).

É recomendável ainda nas etapas preliminares a estruturação da área de relações com investidores, contratando ou identificando dentro da empresa profissionais com as habilidades específicas da função e selecionando um Diretor de Relações com Investidores (DRI). (CASAGRANDE NETO, 2010).

A abertura do capital como forma de captação de recursos também se pressupõe que a companhia emitente das ações ofereça algumas condições de atratividade econômica, avaliados principalmente, pelos resultados financeiros, estudos setoriais e pelas características básicas da emissão. (ASSAF NETO, 2012).

A escolha e contratação de auditoria independente devem ser consideradas como uma das prioridades no processo, devido ao fato que a auditoria inicial demanda uma quantidade razoável de tempo, e que conforme a Instrução CVM 400/2003, a opinião da auditoria deve constar no prospecto de emissão. A auditoria independente tem como principais responsabilidades executar o serviço de acordo com as exigências legais, informar a CVM inconsistências nas publicações e elaborar relatórios à administração sobre procedimentos internos e procedimentos contábeis. (CASAGRANDE NETO, 2010).

A empresa tem como opção a contratação de consultorias especializadas e ainda as consultas de auxilio e aconselhamento da BM&FBOVESPA. Nas consultorias se destacam os escritórios de advocacia, consultores de governança corporativa e agências de classificação de risco. O aconselhamento com a BM&FBOVESPA busca orientar os administradores quanto os fatores mais importantes para o sucesso da operação, e se, o processo ainda estiver em fase inicial e preparativa, pode elaborar uma análise mais aprofundada sobre a conveniência de abrir o capital. Caso esta etapa inicial já estiver sido concluída e processo já estiver em uma fase avançada, a BM&FBOVESPA pode ainda ajudar a empresa a ganhar mais visibilidade junto à comunidade financeira. (CASAGRANDE NETO, 2010).

A regulamentação vigente exige que a oferta pública seja coordenada por um intermediário financeiro, podendo ser banco múltiplo, banco de investimento, corretora de valores ou distribuidora. É costume das empresas consultarem as suas instituições financeiras habituais, mas é recomendável também a consulta de mais instituições. A instituição que for escolhida como a coordenadora líder da operação é chamada de underwriter e tem como papel coordenar os procedimentos de registro na CVM, estruturação de timing da oferta, processo de formação de preço, plano de distribuição (organização do pool) e organização da apresentação

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