Gestão de empresas
Por: Rodrigo.Claudino • 6/12/2017 • 7.311 Palavras (30 Páginas) • 379 Visualizações
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O fayolismo assumiu o aspecto de uma escola de chefes. Com um estilo esquemático e bem estruturado, FAYOL introduziu as primeiras diretrizes para o comportamento e ação dos "executivos" de hoje.
Os resultados dos experimentos de Hawthorne fizeram com que Chester BARNARD repensasse a teoria das organizações e desse nova forma as funções básicas do dirigente. BARNARD, apesar de não ter participado dos experimentos na Western Electric mantinha constantes contatos com MAYO, e seus colaboradores e outras importantes figuras da Escola de Relações Humanas. Estes contatos trouxeram ao conhecimento de BARNARD a importância do fator psicológico e necessidades sociais do indivíduo no trabalho, fatores estes não considerados por FAYOL.
BARNARD (1971 ), via a organização como um sistema cooperativo, com atividades planejadas, a partir da cooperação de duas ou mais pessoas. Um sistema cooperativo deve ter como ponto vital uma perfeita rede de comunicações entre os diversos setores. O autor chama de executivo os indivíduos que ocupam as posições de interconexões entre os diversos setores. BARNARD diz que:
". . . a função dos executivos é a de servir como canais de comunicações, na proporção em que as comunicações têm de passar através de posições centrais. Mas, desde que o objetivo do sistema de comunicação é a coordenação de todos os aspectos da organização, segue-se que as funções dos executivos se relacionam com todo o trabalho essencial à vitalidade e duração de uma organização, na extensão, pelo menos, em que ele deve ser realizado através da comunicação formal" (p.213)
Ao introduzir o termo executivo, BARNARD faz a distinção entre o trabalho executivo e a função executiva. Para o autor, trabalho executor é o trabalho especializado que mantém a organização em operação; já as funções executivas servem para manter um sistema de esforço cooperativo.
As funções do executivo são operacionalizadas pelo autor, em três partes:
- As que se relacionam com o sistema formal de comunicação;
- As de promover o asseguramento de serviços pessoais que constituem o material das organizações;
- As de formular e definir os propósitos, objetivos, e fins da organização.
BARNARD, que chegou à presidência da Bell Telephone Company de New Jersey, foi um executivo prático e um acadêmico amador. O autor não conseguiu transmitir com toda sua profundidade, seu hábil modo de administrar, mas o que nos forneceu com sua obra foi o suficiente para marcar o início do estudo sistemático do executivo.
6.2.2. Os executivos de JENNINGS
Eugene JENNINGS (1972), analisa o executivo inicialmente frente ao contexto social que hoje vivemos. O autor atribui ao executivo de forma genérica, a responsabilidade de encontrar o caminho a seguir para controlar e dirigir as atividades humanas. Esta expectativa tem induzido no executivo um sentimento de incerteza e um constante teste de sua maturidade emocional, trazendo como compensação a procura quase universal de um ideal para o desempenho do executivo eficaz.
O autor, tomando como base a maturidade e comportamento individual, parte do solitário tomador de decisões para um indivíduo que tem necessidade de delegar autoridade a subordinados que se especializassem em áreas de importância administrativa. JENNINGS (1972), tipifica três formas de comportamento administrativo para o executivo: o autocrata, o burocrata e o democrata.
O autocrata apresenta um padrão básico de comportamento rico em tradição. Tradição que tem respeito ao poder em mãos de indivíduos específicos, que deviam manejá-lo e guardá-lo cuidadosamente. O burocrata constitui uma tentativa de tratar as responsabilidades executivas por meio de um conjunto, racionalmente planejado de procedimentos e de funções integradas em relação a uma orientação global. A formalidade e uniformidade são características importantes do burocrata. Numa comparação entre os dois primeiros tipos apresentados, o autor é feliz ao afirmar que a burocracia é uma autocracia sutil.
O democrata baseia-se na orientação à repartição. Ele põe em prática a arte de repartir-se e repartir seus recursos administrativos com outras pessoas, visando o bem-estar individual e da organização.
A incerteza profissional, as forças que o oprimem - organização, trabalhadores e governo - o ken[2] constantemente vivenciado faz com que o executivo viva profundos estados de ansiedade. Surge então o "neurocrata", tipificado por JENNINGS, que os define como sendo aqueles homens cujos esforços neuróticos fazem deles administradores eficazes. Indivíduos neuróticos, geralmente com tendências ao poder, ordem e amor, que utilizam toda a sua energia para que a estrutura organizacional Ihe forneça os meios para manejar eficazmente seus esforços neuróticos.
JENNINGS (1972), vê o acesso e manutenção destes indivíduos em nobres posições organizacionais, com o patrocínio da sociedade. Diz o autor que:
". . . a sociedade tende a promover às altas posições três tipos de homens: a personalidade inadequada e anti-social, plácita e emocionalmente obtusa; o padrão agressivo e obsessivo-coercitivo, orgulhoso, ambicioso, dominador e intolerante; e a personalidade desprovida de sentimentos éticos, provida de inteligência aguda, mas moralmente velhaca e cínica" (p. 195).
Posições estas que tornam o neurocrata um ser freqüente nas organizações, trazendo para as mesmas um "neurotismo institucionalizado" que evita e dificulta a melhoria de um saudável ambiente interno.
Ainda na opinião de JENNINGS (1972), o executivo ideal de hoje mistura um pouco de autocracia, de burocracia e de democracia, de forma a produzir um estilo administrativo eficaz que possa ser flexivel com o objetivo de ir ao encontro das necessidades e problemas, em permanente evolução.
Na visão de JENNINGS o executivo atual deve orientar-se na direção da realidade, com equilíbrio administrativo e tendo como meta maior as expectativas e necessidades de seu pessoal, organização e sociedade como um todo. Ele deve ser um servo, mas pelo fato de ser forte e ter controle amplo sobre o contexto, ser principalmente flexível.
O executivo flexível antes de tudo precisa ter controle sobre si mesmo, ser firme, saber usar as técnicas burocráticas quando necessário, pôr em prática a liberdade e a igualdade.
Como
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