FATORES DE ESCOLHA PELO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
Por: Salezio.Francisco • 14/3/2018 • 4.641 Palavras (19 Páginas) • 352 Visualizações
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Nesse sentido, o objetivo desse estudo é identificar os fatores que influenciam a escolha dos graduandos pelo curso superior de Licenciatura em Matemática. Para tanto, busca-se responder à seguinte situação problema: Quais os fatores, sejam sociais, econômicos ou psicológicos, influenciam a escolha pelo curso de Licenciatura em Matemática? A hipótese é de que os fatores sociais precedem os psicológicos, e esses antes dos econômicos. A justificativa desse estudo se direciona ao graduando, que poderá ter subsídios para a escolha do curso superior.
2 Fatores influenciadores na escolha pelo curso superior
As pesquisas de Lowe e Simons (1997:2004) incluem-se no grupo dos referencias teóricos mais importantes no campo da psicologia vocacional, tendo como base o pressuposto de que o desenvolvimento cognoscitivo de um indivíduo torna-se mais sofisticado ampliando sua estrutura cognitiva, levando-o a uma independência em relação à família, tomando assim, decisões importantes que regerão seu futuro. Lowe e Simons (1997:2004) consideram três fatores que influenciam durante a escolha por um curso superior (Quadro 1).
Quadro 1: Fatores influenciadores na escolha pelo curso superior, a partir da teoria de Lowe e Simons (1997:2004).
Fatores influenciadores
Econômico
Psicológico
Social
- A escolha do curso universitário está associada ao mercado de trabalho.
- O conhecimento transforma em produtividade e, consequentemente, aumenta a renda.
- A lei da oferta e da procura, a tradição, o custo dos estudos, os ciclos econômicos e a tecnologia.
- Conhecer os próprios interesses é essencial quando se pensa em escolher uma profissão.
- Sua escolha está condicionada ao gosto, e procura virtudes na profissão que estejam em acordo com sua realização no plano individual e profissional.
- A dúvida em prestigiar no ato da escolha do curso o interesse pessoal ou os rumos para os quais o pensamento aponta.
- A família é fundamental no desenvolvimento e na formação de valores, fornecendo, dessa forma, informações, desenvolvimento e habilidades.
- A sociedade, seus pares, o ambiente familiar, sócio cultural e histórico influenciam nos objetivos educacionais.
- A vulnerabilidade a terceiros, mesmo após suas escolhas realizadas.
Com relação ao “fator econômico”, Lowe e Simons (1997) colocam que as escolhas dos cursos superiores estão interligadas ao modelo econômico atual de mercado em que estão imersas. A busca de informações aumenta a intensidade à sua própria vocação e ao seu autoconhecimento. Ao procurar um curso superior, o indivíduo norteia sua decisão em suas próprias expectativas, informações que possam ter recebido de um ambiente de recompensas (BALL; DAVIES; REAY, 2001).
Na concepção de Lowe e Simons (1997), sabe-se que nem todos os indivíduos recém formados no ensino médio e que possuem um perfil econômico acadêmico favorável candidatam-se aos cursos mais seletivos, de maior prestígio e rentabilidade. Também, nem todos aqueles que possuem características desfavoráveis desistem imediatamente de se candidatar aos cursos mais concorridos. Apesar de sua escolha parecer pessoal e simples, pode-se tornar um tanto complexo, quando não se conhecem os riscos existentes e a várias alternativas que possam surgir ao longo de sua trajetória acadêmica (SAMPAIO, 2000). Após sua primeira escolha, todas as outras serão descartadas em primeiro plano.
A escolha pelo curso superior é uma decisão complexa e que poderá acarretar no indivíduo alegrias ou frustrações (DURU-BELLAT, 2002). Para Lowe e Simons (1997), tal escolha recai em cursos que oferecem melhores condições de trabalho e salários, seguindo assim a relação oferta e procura, o que não seria totalmente verdade. Se por um lado, as escolas sofrem com a escassez de professores de Matemática, por outro lado, o graduando que termina o ensino superior não é devolvido as escolas públicas, pois são absorvidos por entidades particulares que também sofrem com a falta de professor de Matemática.
Com relação ao “fator psicológico”, Lowe e Simons (2004) entendem que a influência de impulsos e desejos na escolha de um curso superior colocam o indivíduo a pensar que se encontra no lugar certo. Os diferentes tipos de personalidade conduzem interesses, disposições e competências específicas. Sobre as disposições específicas, Sparta e Gomes (2005) defendem que alguns indivíduos procuram por habitats que correspondem aos seus interesses e suas concepções de mundo. É comum alguns indivíduos argumentarem que escolheram determinado curso superior por acreditarem que possuem habilidades específicas ao exercício da profissão.
O reforço dessas habilidades são verossimilhanças ao comportamento do indivíduo (LOWE; SIMONS, 1997). Ademais, se o ambiente é reconhecido pelo indivíduo como aquele que proporcionará momento de satisfação, então este será uma importante variável para determinar a escolha pelo curso superior. Um ambiente favorável a exploração de suas potencialidades contribui para o reconhecimento de sua própria identidade, variável essa que se altera entre os indivíduos (SPARTA; GOMES, 2005).
Se por um lado o ambiente favorável alinhada a possibilidade de desenvolvimento de suas potencialidades profissionais possam ser amplificadas, por outro lado, por mais que as decisões sobre a escolha do curso superior possam ser descritas como relativamente autônomas, baseadas em preferências e interesses de natureza idiossincrática, o indivíduo considera a progressão na carreira, sua ação e re(ação) a mundos novos, a relação dialógica com o estudante e seu pares. Enfim, o que Lowe e Simons (2004) definem como sendo o velho dilema entre a dúvida e a certeza na escolha, no avanço do ser individual e profissional.
Com relação ao “fator social”, Lowe e Simons (1997) esclarecem que a discussão e a decisão profissional geralmente ocorre na adolescência, e um dos fatores influenciadores na escolha encontra-se no seio da própria família. Muitas vezes, os filhos seguem a profissão de seus pais, querem ser o espelho, conscientes do orgulho promovido
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