DESAFIOS DE UMA EMPRESA FAMILIAR

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da mesma família, a qual trabalha a possibilidade / desejo de continuidade, tendo como fator determinante para escolha do sucessor a hereditariedade.

1.1 CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS FAMILIARES

Na medida em que as gerações se sucedem, o grau de complexidade das empresas familiares aumenta, tendo em vista que cresce a possibilidade de ocorrerem conflitos de interesses, pois, a princípio, aumenta-se progressivamente o número de proprietários, diminuindo a proximidade entre os mesmos.

As empresas familiares podem ser classificadas em diversos tipos, sendo esta classificação norteada pelo foco da análise e dos critérios a serem utilizados. No quadro 1 apresentamos uma síntese dos principais tipos encontrados.

Desta forma, de acordo com Lethbridge (1997), citado por Moreira Júnior e Bortoli Neto (2007), podemos classificar as empresas familiares em três tipos: tradicional, híbrida e de influência familiar. As tradicionais predominam sobre as demais, sendo aquelas que têm capital fechado, controle financeiro e administrativo exercido exclusivamente pelos familiares. As híbridas têm capital aberto, com controle exercido pela família, todavia dirigidas por gestores profissionais. E por último as empresas de influência familiar, cuja maioria das ações são controladas por terceiros, mas por possuir isoladamente parcela significativa das ações, estas mantêm o controle estratégico da organização, ainda que não participe da administração direta.

Bueno, Fernández e Sánchez (2007), classificam as empresas familiares em três tipos, considerando aspectos sócio-demográficos, geração ocupante do poder e vínculo da família com a empresa.

Na classificação realizada com base nos aspectos sócio-demográficos, observa-se fatores como idade da empresa, ramo de atividade, forma jurídica e mercado geográfico, sendo relevante se observar que o mercado abrangente é local, regional, nacional ou até internacional.

Bueno, Fernández e Sánchez (2007), também classificam as empresas familiares pela quantidade de gerações que se sucederam à frente da organização. Existem autores que consideram uma empresa familiar somente aquela que passa da segunda geração.

Conforme ilustra o Quadro 1, quando a empresa é dirigida pelos sócios fundadores, ela é considerada de primeira geração, sendo que passa a ser de segunda geração quando estes se afastam dos cargos ocupados em favor de seus herdeiros (filhos ou sobrinhos). Semelhantemente, quando os netos dos fundadores passam a gerir a organização, temos uma empresa de terceira geração.

Ressalte-se que a gestão dessas organizações não tem necessariamente que ser exercidas diretamente por um ou mais membros da família, ou seja, ao herdar a propriedade não significa que se herde a gestão. Os herdeiros poderão delegar a gestão a profissionais externos, quando assim julgarem mais conveniente.

Na medida em que as gerações se sucedem, aumenta a complexidade da empresa, aumentando também os conflitos de interesses, visto que aumenta a quantidade de proprietários, diminuindo a proximidade entre os mesmos, no entanto permanece a necessidade de conciliar os interesses, de modo a preservar a estrutura organizacional da empresa.

Outra classificação é quanto ao vínculo entre a família e a empresa. Esse critério de classificação leva em consideração aspectos relacionados à vontade da família em manter o empreendimento e como se dá a participação na gestão da empresa.

Gallo (1995), citado por Bueno, Fernández e Sánchez (2007), apresenta quatro modelos de empresas familiares, representados na Figura 3.

A empresa de trabalho familiar é gerenciada pelos membros da família, sendo os filhos incentivados a trabalharem nela, sendo que os proprietários são os gestores.

Na empresa de direção (administração) familiar, o controle é exercido pelos membros proprietários, mas a gestão é exercida pelos membros que apresentam capacitação para fazê-lo.

Empresa familiar de investimento é aquela na qual os familiares não se envolvem diretamente na gestão da organização, mas participam das decisões estratégicas.

No último modelo apresentado, a empresa familiar conjuntural, o vínculo entre as duas instituições é apenas circunstancial, não sendo clara a intenção de manter a gestão ou mesmo a propriedade, tendendo a ser desfeita.

Empresa familiar classificada por Amendolara (1995), citado por Moreira Junior e Bortoli Neto (2007) baseia-se na forma como o poder é exercido pelo fundador / dirigente, seguindo três vertentes, sendo a primeira a concentração absoluta da responsabilidade pela gestão, caracterizando-se pelo conservadorismo e autoconfiança. A segunda é caracterizada pelo poder compartilhado, quando o fundador / dirigente começa um processo de abertura, permitindo a participação de membros familiares na organização, restringindo, contudo ao limite de questões básicas e rotineiras, mas não no centro do poder verdadeiramente. A terceira é formada pelas organizações cujo poder é semi-delegado, ou seja, a empresa já conta com uma estrutura gerencial profissionalizada ou em fase de profissionalização, com conselho de administração formado e uma diretoria com relativa autonomia para tomada de decisões.

1.2 CENÁRIO NACIONAL - EMPRESAS FAMILIARES

Em pesquisa realizada pela Empresa Prosperare que consultou a revista Valor 1000 e os relatórios do SERASA, ilustrou-se alguns aspectos das empresas familiares no cenário nacional. Segundo tal Estudo:

Portanto é indiscutível o fato de que as empresas familiares são de suma importância para a economia mundial e nacional, pois são elas que mais produzem, faturam e empregam, segundo os números acima coletados.

2 ORIGEM, DESAFIOS

2.1 ORIGEM

A FrigoFrios foi inaugurada em 2002 por um casal, em prédio alugado no centro da cidade, sendo que o açougue se inseriu rapidamente ao mercado, atingindo até mercados circunvizinhos. Era uma empresa com um quadro de funcionários bem reduzido (o casal de proprietários, dois irmãos e um primo). Hoje conta com prédio próprio construído com recursos oriundos do negócio, localizado também no centro da cidade, equipado com câmara fria, escritório, amplo espaço com balcões e frízeres, se tornando o maior da cidade / região.

A empresa é administrada pelo Sr. José e a Sra. Eliete, os quais