BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP, 2004

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um autoconhecimento que leve-a compreender quem ela é, onde está inserida e de como pode melhorar sua posição neste cenário.

Neste contexto o Balance Scorecard apresenta-se como uma ferramenta importante para traçar um planejamento estratégico organizacional, segundo Kaplan e Norton (2000), a mesma é capaz de traduzir a missão e a estratégia da empresa em objetivos e medidas, organizados segundo quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos, do aprendizado e crescimento. Desta forma, formalizando e desmistificando horizontes organizacionais, dando assim, a organização um planejamento palpável de seu futuro e conhecimento de sua realidade atual.

Ainda segundo Kaplan e Norton (2004) durante a construção do scorecard são definidos objetivos para as perspectivas já mencionadas. Este método auxilia os gestores a desenvolver uma estratégia do princípio ao fim e replicá-la para que cada um na organização esteja envolvido a implementá-la.

Para Crepaldi (2004), o BSC é uma ferramenta que proporciona o gerenciamento de toda a organização por meio de indicadores de desempenho, através das quatro perspectivas (financeira, clientes, processos internos e aprendizagem e crescimento) sendo um instrumento de grande importância na gestão estratégica das organizações.

Na tentativa de exemplificar a aplicação pratica do BSC, Kaplan e Norton (1997) citam a seguinte estrutura ilustrada abaixo na figura 1:

Figura 1: Balanced Scorecard

FONTE: Adaptada KAPLAN, R.S; NORTON, D.P. 1997.

De acordo com Kaplan e Norton (1997), as perspectivas do BSC podem ser descritas da seguinte forma:

• Perspectiva financeira: Esta é a perspectiva de como os acionistas veem a organização, na qual são mensurados os valores financeiros do patrimônio, como fluxo de caixa, ativos e capital de giro. Um dos principais pontos estratégicos dessa perspectiva é criar indicadores que gerem maior evolução da receita, diminuição dos custos e rentabilidade e segurança para seus investimentos;

• Perspectiva do cliente: Essa é a perspectiva de como a empresa é vista pelos seus clientes, direcionando a organização a entender melhor as necessidades, quais os valores atribuídos e qual o nível de satisfação deles, para que assim consigam a retenção e definição do foco de atuação.

• Perspectiva dos processos internos: É a perspectiva que proporciona a melhoria das ações da organização, identificando os pontos críticos que estão prejudicando o cumprimento dos objetivos traçados, auxilia na eliminação dos erros e na melhoria de qualidade tanto nos produtos quanto nos serviços ofertados pela empresa.

• Perspectiva de aprendizado e crescimento: Nessa perspectiva a organização define a sua capacidade de crescer e inovar, gerando valor e criando vantagens competitivas, pois essas vantagens são essências na sobrevivência da empresa no mercado, buscando cada vez mais a qualidade de produção, a satisfação dos clientes internos e externos e visando também a geração de lucro.

Assim, pode-se definir que o BSC é uma ferramenta de organização de estratégias, uma espécie de mapa de como seguir e quais as medidas necessárias para atingir o melhor desempenho.

Na visão de Person (2010), o autor compara a construção de um BSC a uma organização de uma viagem onde se é necessário escolher um destino, escolher a rota a ser traçada, planejar o tempo. O autor enfatiza que quando bem executado o BSC traz resultados que podem ser incríveis, pois o esclarece a estratégia em todos os níveis da organização.

Person (2010) afirma que as organizações modernas necessitam traçar um mapa de estratégias e o BSC é a ferramenta de grande possibilidade de sucesso, devido a sua amplitude e simplicidade. Considera-se assim que a implementação do Balanced Scorecard seja capaz de manter as empresas rumo à excelência de gestão, funcionando como sistema adaptáveis ao mercado e focada aos seus objetivos estratégicos finais.

Cabe destacar ainda que existem muitas pesquisas sobre a implantação do BSC em grandes organizações. Todavia, quando o assunto é direcionado às pequenas empresas são raros os trabalhos que tratam do tema, seja para implementação de estratégias vinculadas à medidas de desempenho, seja para avaliação de resultados obtidos mediante o uso desta ferramenta.

4. MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia da pesquisa visa apresentar a forma, através da qual, são obtidas as respostas necessárias para alcançar os objetivos estabelecidos.

5.1 TIPO DE PESQUISA

Segundo Gil (2008), pesquisa pode ser definida como o procedimento racional e sistemático cujo objetivo é proporcionar respostas aos problemas.

A necessidade de uma pesquisa surge quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou quando há desordem no estado atual da informação que dificulte a adequada relação com o problema proposto.

Gil (2008) ensina que uma pesquisa pode ser feita com dois propósitos e pode ser classificada em razões de ordem intelectual (o pesquisador tem o intuito de satisfazer uma necessidade intelectual pelo conhecimento decorrente do resultado da pesquisa) ou razões de ordem prática, a qual será utilizada no presente trabalho, de modo a efetuar a aplicação prática dos resultados originários da pesquisa.

Para atender aos resultados esperados pela presente pesquisa, será utilizado o método de estudo de caso já que ao serem comparadas outras estratégias de pesquisa, é possível notar que a referida metodologia está longe de ser apenas uma estratégia exploratória.

5.2 ESTUDO DE CASO

Em conformidade com os ensinamentos de Gil (2008), define-se um roteiro para pesquisa de Estudo de Caso: a) formulação do problema b) definição da unidade-caso c) Determinação do número de casos d) elaboração do protocolo e) coleta de dados f) avaliação e analise dos dados g) preparação do relatório final.

A formulação do problema é a primeira e mais delicada fase de elaboração de um Estudo de Caso. Nessa fase, deve-se garantir que o problema apresentado seja passível de verificação por meio do tipo de pesquisa selecionado e que o pesquisador tenha acesso às informações necessárias para respondê-lo.

A definição de uma unidade-caso é de extrema importância para que a pesquisa não fique demasiadamente abrangente. Isso é explicado por Gil (2008) ao citar