A ESCOLHA DA ESTRATÉGIA DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA EMPRESA

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(estratégia, estrutura, recursos) aos ambientes internacionais.

Apesar da complexidade do referido tema, muitas empresas estão considerando-a como peça chave nas relações comerciais, e já não é mais tratado como um fenômeno. Dessa forma, para sua melhor compreensão, é necessário tratá-la como um processo contínuo que está em constante crescimento e que está diretamente ligada a estratégias de cada empresa.

2.1 Motivações para a internacionalização

Os fatores que estimulam as empresas no sentido de internacionalizar podem ser as características de mercado, a rápida evolução da tecnologia, o desenvolvimento de instituições que apoiam o comércio internacional, a pressão dos consumidores e ainda o aumento da concorrência global. (MOREIRA, 2013, p. 40).

O quadro abaixo identifica os principais fatores, de acordo com a visão de Almeida (2007), relacionados com os motivos que influenciam a empresa a atuar no comércio exterior.

Quadro 1: Motivos de internacionalização para empresas brasileiras

Expansão de mercado

- Maior capacidade de resposta aos clientes internacionais

- Fortalecimento da posição competitiva - Diversificação do portfólio geográfico e redução de riscos

Melhoria da eficiência - Economias de escala e de escopo

Aprendizagem

- Acesso a recursos a custos inferiores

- Ganhos de arbitragem

- Acumulação de conhecimento e desenvolvimento das competências empresariais existentes

- Alavancagem de competências empresariais a novos produtos e segmentos

- Desenvolvimento e aquisição de novas competências empresariais

Fonte: Almeida, (2007, p. 83).

Para incrementar a ideia do autor supracitado, Lorga (2003), apresenta como determinantes para a internacionalização da empresa a ideia de balanço entre oportunidades que podem ser auferidas pela organização em uma ação global e os riscos associados ao processo.

Apresentam-se duas formas de se analisar os motivos que levam as empresas a se lançar no mercado externo. Pró-ativamente, através de motivações internas, devido mudanças ocorridas na empresa e reativamente, quando surgem como uma resposta a situações externas, mudanças necessárias devido alterações neste ambiente. Como exemplo de motivações reativas pode-se determinar a questão das pressões com a ociosidade na capacidade de fabricação, a diminuição de vendas no mercado interno e até mesmo o momento em que o mercado interno fica saturado. Já como dos fatores proativos destaca-se a obtenção de vantagens lucrativas, oferta de produtos exclusivos, benefícios fiscais e economias de escala.

Para Zen (2012), as empresas buscam recursos, mercados e tecnologia motivados normalmente por aspectos como a expansão dos negócios e a manutenção da competitividade no mercado de origem. Mariotto (2007), ao descrever os motivos que levam uma empresa a expandir suas atividades para mercados internacionais, destaca mais cinco fatores: a) procura de novos mercados; b) procura de recursos naturais ou acesso a fatores de produção mais econômicos; c) aquisição de novas aptidões; d) redução do risco; e f) resposta ao incremento da competitividade global.

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (2012), as empresas do setor industrial investem no exterior em busca de aumento de sua competitividade, ampliação da economia de escala ou estabelecimento de plataformas de exportação. Este último motivo mostrou-se bastante importante para as empresas de bens intermediários e, principalmente, para as de bens de consumo, cujo investimento para estabelecer plataformas de exportação em outros países foi a opções mais citada.

A motivação para se lançar no mercado externo são diversas, no entanto todas estão ligadas a fatores internos ou externos à empresa e também estão relacionados a fase do processo de expansão internacional em que a empresa se encontra.

2.2 A importância da Internacionalização para as empresas e seus benefícios

Para Guido Mantega (2005), a internacionalização é fundamental para o fortalecimento das empresas e aumento da competitividade dos países, em um ambiente de acirrada concorrência internacional.

Atualmente, nas empresas a principal necessidade está em desenvolver ações efetivas por profissionais que saibam lidar com diferentes realidades, pois, uma vez que os produtos estão no mercado externo é necessário enfrentar a concorrência e também oportunidades que possam surgir. Na maioria das vezes esse profissional é o próprio empreendedor, dono da empresa. O empreendedor demonstra-se como um calculista e está constantemente sintonizado com as mudanças ambientais, que possam sugerir uma oportunidade favorável (MINTZBERG; AHALSTRAND; LAMPEL, 2000, p. 103).

Um fator importante para a internacionalização é a necessidade de diluir riscos, não se deter apenas em um mercado, interno ou externo, mas sim saber equilibrar ambos, sem deixar de inserir os produtos brasileiros no exterior. Para o Brasil um equilíbrio desses dois mercados desenvolve uma economia mais resistente, e evita que país se isole.

As vantagens desse processo são a diminuição do custo fixo na fabricação de produtos, uma vez que, com a abertura para novos mercados, a produção é maior, em grande escala, dilui a dependência do mercado doméstico. Para Almeida (2007), os benefícios auferidos por uma empresa em processo de internacionalização podem vir em ganhos de escala e escopo, de eficiência e de aprendizagem. Outra vantagem para empresas exportadoras é a diferença cambial, quando o dólar está valorizado consequentemente o real se desvaloriza, a exportação se torna muita mais atraente e vantajosa. Outro ganho de escala, o valor agregado à marca, isso porque as marcas brasileiras no exterior são mais valorizadas no mercado interno, tendo como um exemplo típico as Havaianas.

Para Moreira (2013), a internacionalização facilita a acumulação do conhecimento, a criação de novos recursos e o desenvolvimento de novas atividades, e as experiências anteriores (especialmente de gestores e liderança) facilita o aprimoramento em estratégias de internacionalização.

O olhar para o futuro, saber real situação