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Protestantismo no Brasil

Por:   •  4/6/2018  •  1.654 Palavras (7 Páginas)  •  335 Visualizações

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O fato é que a missão integral se tornou um conceito, atrelada a ideias de um senso comum que associa a evangelização somada a ação social, com uma perspectiva reducionista, apesar de logica, compromete se com causas sociais para adquirir o direito de anunciar o evangelho, para dar credibilidade as suas ações evangelísticas, pois o que importa mesmo é a conversão das pessoas e o crescimento da igreja.

O ser humano é um todo. Partindo da perspectiva bíblica, o ser humano poderia ser definido como sendo uma comunidade integrada de corpo e alma. Entretanto, a ausência de compreensão do indivíduo como ser integral, pela própria Igreja, tem levado a mesma a desvalorizar não somente o ser humano na sociedade, como também o próprio evangelho para o qual ele foi chamado a proclamar no mundo. Só existe fidelidade na evangelização quando existe fidelidade na missão integral da Igreja.

A obra de missões não pode ser reduzida a anseios egoístas. Fazer missões requer o desejo intenso de manifestar a glória de Deus aos perdidos. Tudo o que pode resultar desse fato é secundário. Na igreja primitiva notamos a organização administrativa que ocorria como fruto da pregação do evangelho de Deus entre os povos. Muitos eram aqueles que se achegavam ao povo de Deus em busca do Pão Espiritual e de pão para os seus estômagos. Havia uma distribuição diária de alimento aos necessitados (Cf. Atos, 6:8). A comunidade cristã vivia uma comunhão profunda refletida não apenas em seus afetos, mas também em seus bens (Cf. Atos, 4:32). Tudo isso era resultado do evangelho pregado pelos apóstolos, porém não eram o objetivo da obra missionária.

Em nossos dias temos visto o alargamento da visão missionária em relação à ação social. Graças a Deus, muitos missionários têm resgatado o tema da responsabilidade social da igreja sobre os pobres. Contudo é preciso ter cautela sobre as exigências que a justiça social faz a missão que realizamos. A missão da igreja não pode ser determinada, ou até mesmo modelada pelas exigências sociais. Concordo com Jonathan Leeman em seu artigo “O Deus do Evangelho Missional não é um Deus muito Pequeno”? Quanto aos problemas que ameaçam a missão integral da igreja. Embora ele tenha baseado seu texto em poucas fontes, as suas reflexões são pertinentes para a missão. O Deus da missão precisa ser pregado em toda a sua glória e majestade. Não podemos reduzir a sua santidade em favor de uma resposta às cobranças sociais.

A sociedade precisa ser impactada pelas boas-novas de salvação sem esquecer suas obrigações para com aqueles que vivem nas sarjetas. A igreja de Cristo precisa cumprir o seu papel como mensageira da verdade e instrumento de mudança social. As exigências sociais que cabe à igreja não podem ser relegadas ao esquecimento. Uma sociedade mais justa deve ser resultado da missão de Deus realizada pela igreja. No entanto, qualquer benefício que a sociedade goze sem a glória de Deus não passa de ações sociais de cunho humanista. O Senhor nos chama a realizar missões para a sua glória. Portanto, nos empenhemos pela maior e melhor causa que podemos nos engajar, a Missio Dei (Missão de Deus).

A missão integral busca englobar esforços para libertar as pessoas de toda prisão social, política e econômica, porém as igrejas não devem propor programas políticos, pois este não é o papel da igreja, pois o evangelho não é um programa social e político. O evangelho não é um programa social e político. Não se trata, entenda-se bem, de que as igrejas evangélicas tenham que propor um programa político na América Latina. Essa não é sua missão. A mensagem de salvação deve chegar a cada um em sua circunstância, mostrando como o pecado afeta todas as esferas da vida e as relações entre os homens.

“A mensagem também deve demonstrar como a entrega pessoal a Jesus Cristo transforma a vida de cada um, de modo que os efeitos da conversão sejam visíveis na sociedade em que o crente vive”.

Desta forma as mudanças sociais virão pela mudança da sociedade, ou seja, a mudança de cada indivíduo e de suas estruturas com o testemunho evangélico. A missão integral chama a igreja a uma atitude diferente para com a missão. Em nosso contexto, as igrejas evangélicas estavam dirigidas somente para a salvação da alma, oferecendo a reconciliação com Deus por meio de Jesus Cristo, deixando de lado as necessidades do corpo e a reconciliação do ser humano e seu próximo, proclamavam a justificação pela fé e omitiam a justiça social enraizada no amor de Deus pelos pobres, buscando sempre o crescimento numérico de membros, transformando o evangelho em uma mensagem para o indivíduo e a vida privada, mas não para a sociedade e a vida pública. Contudo, Jesus nos oferece o modelo perfeito de serviço e envia sua igreja para ser uma igreja serva, sendo a missão de Cristo a missão da igreja, de se entregar pelo próximo por amor.

“Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu vos enviei ao mundo”.(João 17.18)

Conclusão

Fazer o uso de tais mecanismos conforme a teologia da missão integral, não faz com que o meio se torne mais importante que o fim? Ou seja, o trabalho social não passa a se tornar regra para a pregação do evangelho? Pois, a impressão que dá é que não existe transformação social através da conversão e pregação do evangelho. E primeiro deve haver transformação social para só então poder pregar a palavra.

Esses métodos sociais não tiram o mérito da obra de Deus e o coloca no homem? Segundo a Teologia da Missão Integral, por exemplo, um trabalho missionário feito em uma localidade onde grade parte da comunidade está desempregada, deverá primeiro prover emprego, condições mínimas sociais para só então pregar o evangelho.

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