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A TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA

Por:   •  15/8/2018  •  2.488 Palavras (10 Páginas)  •  280 Visualizações

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- Há outros/as psicólogos/as que atuam juntamente com você nesta instituição?

Não, aqui sou só eu como psicóloga. Por isso que eu falo, se a gente fosse desenvolver, seria legal ter uma (psicóloga) só pro CRAS, porque dois profissionais trabalhando junto é muito melhor pra você ter idéias, porque quando é só você vem só demandas do tipo “faça isso, faça aquilo”.

- Como o/a senhor/a percebe ou como o senhor definiria as possibilidades de atuação do/a psicólogo/a realizado aqui dentro? (É possível trabalhar no atendimento clínico?; no atendimento a grupos de apoio à comunidade?). Quais trabalhos são realizados aqui pelo psicólogo ou pela equipe de psicólogos?

Se você for pensar, o numero de pessoas que passa por você é muito grande, porque só de idosos a gente tem numa faixa de 150, e ai tem o reviver que é mais 15. Antes tinha o grupo de grávidas também. E ai o psicólogo é requisitado a estar em todos os grupos e visitas. Tem as visitas do PAIF, que é com os assistentes sociais pra levar cesta, essas coisas. Isso a gente teria que participar. A gente teria que participar então do grupo do reviver, que tem uma outra demanda que você tem que pensar nas atividades, porque um não fala, outro não anda, outro não conversa, então enfim, são muitas questões diferentes num grupo só, e o que eu sugeri foi que colocasse eles para participar de outros grupos, com outros garotos sem deficiência. Alguns conseguimos colocar na natação, outros no violão. Os professores querem excelência NE? Mas não é esse o objetivo inicial. Se ele se descobrir, muito bom, mas o intuito não é o suporte vitalício, é encaminhas e inserir na sociedade. Tem também as crianças, da manha e da tarde, os adolescente da manha e da tarde. Com os adolescentes é outro trabalho, além da participação do psicólogo em todas as oficinas ele tem de participar das reuniões socioeducativas e as reuniões com os pais.

- Como o/a senhor/a, enquanto psicólogo/a, enxerga o lugar do psicólogo em uma perspectiva da Psicologia Comunitária?

A gente tem uma função muito importate, a gente poderia desenvolver muitos trabalhos. muitas coisas. Eu estou fazendo um curso do SUPERA, que fala sobre drogas, e tem uma moça do assentamento aqui do lado, que veio com essa demanda, então eu falei "nossa é a hora de aproveitar esse conhecimento", porque assim, tinha gente fumando dentro do assentamento (o assentamento fica dentro do ginásio de esportes ao lado), tem crianças, uma gambiarra eletrica danada, plástico, porque as casas são todas de lona. Além desses, tem o problema de que a fulana tem um cachorro e o cachorro fica passeando na casa de todo mundo. Assim são coisas em termos de convivência de vizinhos, e depois que eles mudarem para as casas que são proximas, isso vai continuar também (eles ganharam do governo casas atraves do programa minha casa minha vida). Então em termos de atuação do que a gente poderia fazer, eu penso muito nesse sentindo em termos de convivência, para além do específico, do serviço, eu penso nas familias, no trabalho do PAIF; acho que a gente poderia ter uma atuação melhor, as vezes a gente faz essas visitas e as vezes não pra fazer por causa da demanda, então as vezes o assistente social faz e até eles já comentaram isso, da gente ter alguns grupos mesmo que não seja dentro do serviço de convivência, propor aqui na sala multiuso, alguns grupos sobre os mais variados temas. A gente já pensou em pegar o pessoal que tem o bolsa familia, pra propor de alguma forma maneiras de gerenciar esse "quase nada" que eles recebem, chamar o SENAI pra tá falando sobre aproveitamento de alimentos, por exemplo, eu compro um frango, ai primeiro eu tiro a pele e uso ela pra determina coisa, depois eu tiro tal parte... a gente aprende essas coisas com a mãe, a cortar batata, a gente não tira a metade da batata, porque se tirar muito ela pode brigar com você e de pensar que essas pessoas não tiveram isso na familia delas, porque as vezes o pai morreu ou cresceram sozinhas cuidando dos irmãos; então desde as coisas mais simples que a gente considera besta, tipo gerenciar uma compra do mês, de postura dentro da familia, de falar "olha, a senhora é a mãe, não precisa ser melhor amiga, porque ela pode ter varias, você é a mãe, ou o pai e seu lugar é esse". Nesse sentido de Intervenção social, eu acho que tem muita coisa a gente poderia fazer e pela demanda de trabalho acaba sendo muito complicado, e o maximo que a gente consegue fazer são reuniões como essas que propus pra Rosa, que chegou aqui reclamando de pessoas que estavam usando drogas e eu falei pra trazer eles aqui pra gente conversar com eles aqui, pra eu ver a abertura que vai ter. Ai ela me falou que "ah se eu falar que vai dar cesta vai vir todo mundo" mas eu disse pra ela que não era pra mentir. Então aqui tem muito uma coisa de achar que a pessoa precisa receber alguma coisa pra fazer outra, assim, a gente vai ter um grupo sobre qualquer coisa, então ah, eu preciso dar uma lembrancinha. O problema não é ter, o problema é ser uma condição. A gente tem que pensar sempre no que fazer pra não estar atrelado assim. As pessoas, esperam da gente - psicologos - uma salinha, um sofá e um atendimento individual. Gente o diretor da assistencia, perguntou pra mim onde era a minha sala pra fazer os atendimentos, mas não tem. Ai eu tento comparar aqui com um psicologo na escola. Na escola pode ate ter sala, conversar individualmente mas é para uma intervenção social. você não vai trabalhar questões muito profundas do psiquismo, aqui você vai identificar uma demanda, ver o que está acontecendo pra ver no que você pode intervir e mesmo pra mediar relações na família, na escola. Mas o que as pessoas imaginam é que vamos dar palestra e falar o que não é pra elas fazerem como "não pode bater na criança". Então assim, a demanda da população é essa, ouvir da gente o que precisa fazer e atendimento individual. E todo mundo acha que a única pessoa que está habilitada pra ouvir alguém é o psicólogo.

- Em relação a população; qual a visão que eles têm do psicólogo aqui nessa instituição (cada grupo adequar a pergunta a respectiva instituição)?

Eles veem a gente como aqueles que aprovam ou não o bolsa família, que aprova ou não a cesta básica. Então assim, as vezes que a gente vai falar alguma coisa, tem que tomar um certo cuidado, porque fica numa "coisa" muito punitiva e as vezes as pessoas querem esconder alguma coisa e não é pra isso, a gente tenta muito quebrar essa impressão. Assim, não é de todo mundo, não é generalizado, mas isso acontece as vezes;

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