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A AÇÃO SOCIAL NA IGREJA

Por:   •  25/12/2018  •  6.329 Palavras (26 Páginas)  •  585 Visualizações

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É uma pesquisa descritiva. Segundo Vergara (2003), as pesquisas descritivas expõem as características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Esse tipo de pesquisa não tem o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, todavia, serve de base para tal explicação.

É bibliográfica, porque a fundamentação teórica foi elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos, periódicos e de material disponibilizado na Internet. Por se tratar de um estudo qualitativo e conseqüentemente não necessitar de critérios numéricos para a análise dos dados, o universo desse trabalho é investigado com base em uma amostragem não-probabilística. Assim, consideram-se como universo de pesquisa todas as organizações religiosas.

Existem organizações evangélicas que são reconhecidas por especialistas e muito impactantes favorecendo um número considerável de pessoas, e há ainda grupos de evangélicos que visitam hospitais, abrigos de idosos, presídios, moradores de rua e que participam nos Conselhos Municipais (da Criança e Adolescentes, de Saúde, da Educação e do Meio Ambiente), e também nos Conselhos Tutelares.

Vestir o nu, abrigar órfãos, viúvas e estrangeiros, alimentar o faminto e dar água ao sedento, são ações muito mais complexas nos dias de hoje. Os dicionários de administração definem responsabilidade social como “aquela que as organizações assumem em relação ao pagamento de salários dignos, arrecadações corretas de carga tributária, aumento da qualidade de vida, ou qualquer outro fator inerente que possa agregar benefício para a sociedade como um todo”.

Portanto, este artigo visa compreender a responsabilidade social praticada pelas igrejas, principalmente quando se refere aos mais fracos, pobres e necessitados, contribuindo para tornar o mundo mais justo e igualitário.

Na essência do evangelho existem inúmeras razões para que os cristãos se envolvam no serviço de ação social na igreja, mas por que essa prática não é prioridade entre os cristãos? Os princípios bíblicos apontam para a necessidade de gastarmos nossas vidas em auxiliar os outros. Apesar de os religiosos conhecerem tais princípios, não tem havido sintonia entre o evangelismo e a ação social. Com tal dissociação, o evangelismo é mero proselitismo e propaganda.

1. HISTÓRIA DA AÇÃO SOCIAL

No contexto de grande parte das igrejas cristãs, observam-se, tanto no aspecto individual quanto na estrutura organizacional, pontos divergentes entre estudo da Bíblia e ação social. Pessoas ligadas a departamentos de educação religiosa e a departamentos de assistência social no âmbito eclesiástico são, geralmente, de grupos diferentes e sem conexão de atuação. Isso provavelmente seja resultado da tradição protestante clássica que estimula a leitura devocional da Bíblia, "para guardar no coração", mas nem sempre avança no sentido de fomentar novos caminhos e metodologias de estudo comunitárias da Bíblia, no sentido de produzir reflexão e engajamento para transformação da realidade social.

Entende-se por ação social aquela que é orientada pelas ações de outros. Isto é, ação social é todo comportamento cuja origem depende da reação ou da expectativa de reação de outras partes envolvidas. É uma atitude sobre a qual recai ao menos um desejo de intercâmbio, de relacionamento. Ela é determinada não só pelos resultados para o agente, mas também pelos efeitos (reais ou esperados) que pode causar ao outro. Na verdade, para entendermos se uma ação é social devemos prestar atenção no contexto em que ela ocorre.

A Sociologia, ciência que tenta explicar a vida social, nasceu de uma mudança radical na sociedade, resultando no surgimento do capitalismo. No século XVIII foi caracterizada por modificação, fazendo o homem considerar a sociedade, um novo “objeto” de estudo.

Essa posição foi provocada pelas revoluções industrial e francesa, que modificaram totalmente o andamento que a sociedade estava adotando na época. A Revolução Industrial, por exemplo, concebeu a estabilização do capitalismo, um novo meio de viver, o desmoronamento de costumes e instituições, a automação, o acréscimo de suicídios, prostituição e violência, a concepção do proletariado, etc. Essas novas essências vão, paulatinamente, modificando o pensamento moderno, que vai se tornando coerente e científico, trocando as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum.

Na Revolução Francesa, encontram-se filósofos a fim de transformar a sociedade, os iluministas, que também objetivavam demonstrar a irracionalidade e as injustiças de algumas instituições, pregando a liberdade e a igualdade dos indivíduos que, na verdade, descobriu-se mais tarde que esses eram falsos dogmas. Esse cenário leva à constituição de um estudo científico da sociedade.

Contra a revolução, pensadores tentam reorganizar a sociedade, estabelecendo ordem, conhecendo as leis que regem os fatos sociais. Era o positivismo surgindo e, com ele, a instituição da ciência da sociedade. Tal movimento revalorizou certas instituições que a revolução francesa tentou destruir e criou uma "física social", criada por Comte, "pai da sociologia[1]".

Outro pensador positivista, Durkheim[2], tornou-se um grande teórico desta nova ciência, se esforçando para emancipá-la como disciplina científica. Foi dentro desse contexto que nasceu a sociologia, ciência que, ainda antes de ser apreciada como tal, exortou a reflexão da sociedade moderna colocando como "objeto de estudo" a própria sociedade, tendo como principais articuladores, Augusto Comte, e Emile Durkheim.

Para Max Weber (1864 -1920)[3] a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais. Estas são todo tipo de ação que o indivíduo faz, orientando-se pela ação de outros. Só existe ação social, quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir de suas ações com os demais.

Weber estabeleceu quatro tipos de ação social. Estes são conceitos que explicam a realidade social, mas não é a realidade social:

“1 – ação tradicional: aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado; 2 – ação afetiva: aquela determinada por afetos ou estados sentimentais; 3 – racional com relação a valores: determinada pela crença consciente num valor considerado importante, independentemente do êxito desse valor na

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