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Trabalho sobre Cultura

Por:   •  23/10/2018  •  1.540 Palavras (7 Páginas)  •  382 Visualizações

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Esse vetor da cultura como consciência de um presente minado por graves desequilíbrios é o momento que preside à criação de alternativas para um futuro de algum modo novo. Em outro contexto ideológico Antônio Gramsci propôs a "crítica do senso comum e a consciência da historicidade" da própria visão do mundo como pré-requisitos de uma nova ordem cultural.

A partir do século XVIII aproximam-se, às vezes, fundem-se as noções de cultura e progresso.

As luzes não se apagam pelo fato de as terem refletido criticamente o pensamento hegeliano-marxista, sociologia do conhecimento é uma certa fenomenologia avessa ao racionalismo clássico. E, se me for permitida uma comparação com o que aconteceu com o idealismo neoplatônico no seu encontro com o cristianismo, diria que, assim como o Logus precisou fazer-se carne e habitar entre nós para manifestar-se de modo pleno aos homens, também a razão contemporânea saiu a procura da encarnação e das socialização no desejo de superar o já velho projeto ilustrado, salvando-o do risco de involuir para aquela "filosofia estática da razão", de que se queixava o insuspeito Mannheim, ou de pôr-se irresponsavelmente a serviço do capital e da maquina burocrática. A inteligência dos povos ex-coloniais tem motivo de sobra e experiência acumulada para desconfiar de uma linguagem ostensivamente neo-ilustrado que se reproduz complacente em meio ás mazelas e aos escombos deixados por uma pseudomodernidade racional sem outro horizonte alem dos próprios lucros.

No entanto, quando as luzes se iluminam a si mesmas reconhecendo sua fonte e seus limites, o retorno que podem empreender juntos aos homens e ás coisas traz o benefício da modéstia que só diz o que saiba e nada promete além do que pode cumprir. A dialética da ilustração, porque se move e enquanto se move, não se exaure nos efeitos perversos que nela apontaram os leitores apocalípticos da tecnocracia e da indústria cultural quando se puseram a desmistifica a imagem a crítica do neocapitalismo que os integrados não cessam de pintar e de fundir. De qualquer modo, a cultura encarnada e socializada tem um papel cada vez mais central a desempenhar na construção de um futuro para as nações pobres.

Convém recapitular as áreas semânticas da díade "colos-cultos", lembrando que cada elemento podia, conforme o contexto, atualizar significados materiais ou simbólicos:

1) Os aspectos econômicos figurados em 'colo" representam o momento ativo e energético de um sociedade em transplante. A exploração da terra, por exemplo, era a prática fundamental de sobrevivência na velha Roma e na Europa medieval. O latin, língua entranhadamente campesina, forjou a locução "colere vitam", ao pé da letra, "lavrar a vida", que aparece em uma das comédias de Plauto com o significado puro e simples de viver. "Ergomet vix vitam colo" : eu mesmo mau vou lavrando a vida (Rudens, 1,5,25). Vou gramando, como se diria em gíria brasileira. E quem saberia deslindar, nesta expressão, o social da sua metáfora natural!? A vida se faz aqui objeto de uma ação continuada, uma tarefa com que o lavrador, enquanto labuta, se lavra a si mesmo.

2) Quanto ao momento religiosos, realiza a lembrança, reapresenta as origens, repropõem o nexo do indivíduo com uma totalidade espiritual ou cômica. O culto dá sentido ao tempo redimindo-o da entropia cotidiana e da morte que cada novo minuto decreta sobre o anterior. "Morte, onde está sua vitória?", este desafio que Paulo faz à grande inimiga em sua fala aos coríntios, e o sumo a suma de todas as crenças. O culto não se confunde com a manipulação direta dos objetos e do outro com fins práticos (vale aqui a distinção universal entre magia e devoção); o culto, em si, na sua pureza, e enquanto alheio às instâncias de poder que deles se apropriam, significa o respeito pela alternidade das criaturas, pela sua transcendência, o desejo de ultrapassar os confins do próprio ego,e vencer com as forças da alma as angústias da existência carnal e finita. Há um vetor de despojamento e oblação que atravessa todo culto, e o culto espírito e verdade em primeiro lugar.

Merece uma palavra à parte a devoção aos antepassados, que é comum ao africano, ao indígena e ao católico popular sob forma de culto aos santos.

O morto é, a um só tempo, outro absoluto fechado no seu silêncio imutável, posto fora da luta econômica e aquela imagem familiar que ronda a casa dos vivos: chamada, poderá dar o consolo bem-vindo nas agruras do presente. Para conjurar a sua força, a comunidade abre um círculo de rituais e oração que não substituem (antes, consagram) as técnicas do cotidiano. Trabalho manual e culto não se incluem nem se contrapõem nos estilos de vida tradicionais, completam-se mutuamente. "Ora et labora" è o lema da ordem de São Bento uma das primeiras comunidades monásticas da idade média.

Conclusão:

Conclui-se que cultura é o conjunto de atividades e modos de agir, costumes e instruções de um povo. É o meio pelo qual o homem se adapta às condições de existência transformando a realidade, e um processo em permanente evolução, diverso e rico. É o desenvolvimento de um grupo

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