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RESUMO: Moreninha

Por:   •  10/12/2017  •  1.422 Palavras (6 Páginas)  •  422 Visualizações

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brisa era fresca, a areia perdia seu calor, nosso belo satélite natural se duplicava em beleza, o silêncio imperava e o nível de romantismo ultrapassava os limites das emoções. Adorava levá-la a esse cantinho que eu tanto admirava...

Certo dia, minha, na época, bela mãe pediu para que eu não saísse, pois minha tia, recém casada e chegada na cidade, nos faria uma visita. Acatei com prazer, agradava-me muito a presença dessa minha tia. Naquele tarde, quase noitinha, tomei banho, fiquei todo cheiroso e fui para sala esperar minha dinda chegar. Mamãe fazia cookies e torta de frango para os convidados, o cheiro chegava a multilar de tão gostoso... "Ding-dong, ding-dong" Chegaram! Fui correndo em direção à porta. "Dinda! Que saudades de ti!", lembro-me de pular no pescoço de minha madrinha e ficar pendurado que nem uma preguiça, ah, foi engraçado, quase caimos! "Woow, como você ficou grande menino! Tá maior que eu! Ai, ai, não pode mais ficar se pindurando mais na dinda assim. Quase nos mata!" conheci seu novo marido a seguir, era alto, mais que eu, magro, contudo, robusto, moreno, cara simpática, ele tinha um sorriso bonito, muitos dentes, alvos; não vão pensar sandices, só achei o sorriso bonito, nada mais. Parecia uma pessoa de boa indole, alegre, animado. Minha dinda era toda sorrisos para ele, era bom, finalmente um homem para lhe fazer feliz, a pobrezinha não tivera sorte antes com os outros maridos, eram todos brutos, viciados, não a respeitavam nem colocavam um belo sorriso no rosto cansado de minha tia. Gostei de cara dele por ser o completo oposto deles. Atrás deles, vi cachinhos, minha nova prima! Ah, como a mcinha era linda... pele morena como a do pai, cabelos pretos, cacheados e curtinhos, boca carnuda e bem delineada, um piercing enfeitava seu lábio inferior esquerdo; o corpo era lindo, todo voluposo e sedutor, um deleite para os olhos... Eu sorria antes, "Miguel meu querido, essa é sua nova prima, Catarina. Diga oi, querida" teria sido um prazer conhecer minha nova prima... isso se eu já não a tivesse conhecido em um dia futigante de sol, se já não a tivesse amparado em meus braços, se já não tivéssemos conversado por horas, dias, semanas; se já não a tivesse beijado, se já não a tivesse desejado, se já não a amasse... eu, naquele momento morri. Morri, pois sabia que não, de maneira nenhuma, nos deixariam ficar juntos; morri, pois teria de abdicar de minha primeira e única paixão; morri, pois sabia que, mesmo sorrindo, minha amada chorava por dentro, e aquilo dilacerava-me; morri, por mim, morri por ela, morri pelo desgosto dos meus pais extremamente devotos e insanos, morri pelo meu futuro sem ela... Sorri em resposta à seu sorriso. Um sorriso triste que... nossa, como machucava aquele sorriso.

Nunca mais nos vimos depois do episódio contado acima. Não. Não pensem que eu desisti dela, não pensem que eu não lutei por ela, não pensem que eu não teria feito nenhuma pacto, se isso fosse possível. Não; eu lutei, sangrei, chorei, implorei e o resultado não foi um dos melhores. Fui mandado para um internato na Alemanha, sim meus amigos, aqui lhes fala um homem já letrado diretamente da Alemanha. Dizem que quando os pais não querem nem o diabo junta, não sei se isso é verdade, para mim, verídico é. Hoje possuo 27 anos, minha moreninha? Nunca tive notícias. Meus pais ainda são vivos, e até que eles morram e deixem de pagar essa prisão da qual lhes escrevo, não terei a possibilidade de ida. Essa é minha história de amor, ainda sonho com o dia em que estarei ao lado de minha Cat, sorrindo com a cabeça deitada em suas coxas enquanto olho nossos filhos brincando no tapete da sala. Espero que a recíproca seja verdadeira.

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