O tempo e o vento - teatro
Por: SonSolimar • 6/2/2018 • 3.831 Palavras (16 Páginas) • 455 Visualizações
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Josepino: Olhe lá.
José: É a dona Bibiana, tá caduca e velha.
Josepino: Tu deverias ter atirado.
José: Porque não fizeste tu o serviço antes.
Josepino: Porque eu sou macho de frente. Mas o coronel mandou matar qualquer coisa que se mexesse no sobrado, até Dona Maria valeria.
Sétima cena: ( No quarto, Valeria, empregada, e Alice. Quando acontece o parto de Alice)
Com a Alice gemendo.
Empregada: Só mais um pouquinho. Pronto! Pronto! A burra de sangue já desceu.
Alice segue gemendo.
Empregada: Agora é só faze mais força, precisa de força e muita água.
Oitava cena: (Cena com Bibiana e Licurgo no quarto)
Bibiana: É preciso abrir a janela, é uma coisa muito forte. Escuta Licurgo é o vento, é vó Ana Terra querendo entrar aqui no sobrado.
Licurgo: É impressão vó Bibiana. É só vento. Ana Terra já morreu a muitos anos atrás.
Nona cena: (Cena do parto)
Empregada: Calma que nossa senhora do parto, nossa senhora do parto. Força!
Alice geme.
Decima cena: (Onde Bibiana retira seus pertences de dentro do baú)
Bibiana: Eu tenho que achar. Laurinda!
Mas ninguém aparece. Enquanto isso ela acha a tesoura.
Bibiana: Vó Ana, a tesoura de cortar umbigos, os homens tens as facas, mas são as mulheres que cortam os umbigos.
Decima primeira cena:
Fandango: Pensei que tinham se bandido para o lado dos Amaral.
Antero Moro: Tenho uma só palavra.
Licurgo: Bueno, mas vê se tu ficas por perto.
Bibiana desce as escadas e Licurgo mais Fandango vão ao encontro dela.
Licurgo: O que você vai fazer ai em baixo vó volte lá para o quarto.
Bibiana: Eu trouxe a tesoura da vó Ana para cortar o umbigo da criança.
Licurgo: Mas essa tesoura agora está toda enferrujada.
Bibiana: Todo cambará teve um umbigo cortado com essa tesoura.
Licurgo: Pois é, mas agora já está velha demais, me da à tesoura.
Bibiana: Se não cortar o umbigo com essa tesoura a criança não vinga. Vó Ana me disse.
Fandango: Vamos Bibiana vamos lá para cima pro quarto.
Bibiana: Tira essas mãos de cima de mm, donde já se viu um homem ser chamado de Fandango. (hum) Não pode ser coisa boa mesmo.
Licurgo: Vamos!
Assim a tesoura cai no chão.
Bibiana: Eu não disse?
Decima segunda cena:
Jango: Dr. Licurgo.
Licurgo: Fala!
Jango: Faz mais de dez horas que eu não dou um tiro.
Licurgo: Deve estar acontecendo alguma coisa para tanto silêncio.
Jango: Parece que os maragatos já deixaram a cidade.
Licurgo: Não se tivesse abandonado já tinham vindo aqui me avisar. Se pelo menos a gente pudesse enterrar essa gente, esses cadáver.
Jango: Quando bate o vento, a gente não aguenta o mau cheiro.
Licurgo: Será que tem alguém lá no camparino?
Jango: Não sei, pode se.
Licurgo: Tem alguma coisa.
Jango: De certo os maragatos estão se preparando para abandonar a cidade.
Licurgo: Por quê?
Jango: Faz pouco que vi um homem chegar escondido na independência, eu fiz pontaria, mas não atirei, mas não quis perde bala. Depois tem os movimentos vai e vem lá perto da igreja.
Licurgo: Fique de olho, se aparece alguém faça fogo às 6 horas mando alguém vir.
Decima terceira cena: (No velório da criança, a emprega vem do quarto)
Valeria: Alice acordo?
Empregada: Continua na mesma, dorme, acorda, dorme.
Valeria: E a Dona Bibiana?
Empregada: Dormindo um pouco.
Valeria: E os meninos?
Empregada: estão no quarto da frente brincando.
Licurgo: Quando é que os homens vão poder comer alguma coisa?
Valeria: Comer o que seu Licurgo?
Licurgo: Os restos de farinha e laranja.
Valeria: Se ainda esteira sobrado alguma coisa.
Florêncio: Eu não estou com fome, não quero nada.
Empregada: Bom, eu vou ver o que pode se comer lá. (assim se retira)
Licurgo: Eu acho que hoje é o ultimo dia do circo. Jango viu um movimento muito esquisito lá na praça da independência, acho que os maragatos estão liquidados.
Valeria: Precisamos enterrar essa criança Licurgo.
Licurgo: Enterrar, mas aonde?
Valeria: No porão, só até terminar o circo, depois a gente leva o corpo para o cemitério.
Florêncio:
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