O que é Trânsito - Resumo
Por: Hugo.bassi • 9/11/2017 • 2.570 Palavras (11 Páginas) • 324 Visualizações
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Além desse lado autoritário dos condutores Vasconcelos apresenta o lado contrario, no qual os pedestres se submetem a esta autoridade dos motoristas, praticamente aceitando ser um cidadão de segunda classe.
Posteriormente Vasconcelos nos traz a ideia de movimento, ou melhor, que o trânsito é movimento. Neste contexto temos que para gerar movimento produzimos poluição sonora e os veículos motorizados poluição sonora e atmosférica. Ou seja, o último gera poluição ambiental necessária.
Em busca de sua otimização, ou seja, aumento da fluidez e da velocidade com que o trafego acontece, podemos ao mesmo tempo em que beneficiamos os motoristas prejudicar os pedestres e moradores da região. Assim, voltamos ao questionamento de atender a todos, a conclusão é a impossibilidade de tal ato no mesmo espaço.
Com a procura de melhorar a fluidez se afeta a segurança e acessibilidade, e a procura de segurança se afeta a fluidez. O que ocorre são as soluções de compromisso, que nada mais são que beneficiar um e posteriormente o outro preservando a segurança e funcionalidade dentro de um limite para ambos, pois a organização do trânsito de uma cidade é sempre muito complexa e não é possível atender a todos os interesses ao mesmo tempo.
Em nossa sociedade capitalista em que o famoso ditado popular que “tempo é dinheiro” é levado a sério temos um reflexo desta ideologia no trânsito. Todos buscam fluidez, ou seja, aumentar a velocidade em que transitam sem interrupções como semáforos ou pontos de parada obrigatória. Contudo o fator que interfere neste sonho de fluidez é a segurança. Sua mediada se da pelo índice de acidentes, que em nossa realidade esta muito longe de zero, que seria o ideal.
A acessibilidade também entra interferindo no trânsito, ela diz respeito à facilidade ou dificuldade de chegar aos vários lugares da cidade. Se a cidade é acessível às pessoas e mercadorias chegam mais rápido a seus destinos, e muitas vezes com segurança por não ter obstáculos em seus trajetos.
E finalmente a qualidade de vida. Esta diz respeito a compatibilidade entre o uso das vias e como isso afeta os moradores que habitam áreas próximas. Caso não haja desconforto para ambos a qualidade esta preservada no local.
O problema da qualidade de vida
O processo de construção da cidade esta intimamente ligada ao problema da qualidade de vida. Tudo começa quando a cidade ainda é inabitada ou com poucos moradores. O planejamento de seu fluxo, a estimativa de quantos moradores que a área comporta e como essas pessoas irão se deslocar é fundamental. Tudo isso faz parte do planejamento do trânsito da cidade, para que as pessoas e veículos tenham condições de circular em toda a cidade.
A falta de planejamento leva a problemas de compatibilidade, Vasconcelos nos traz um problema de nosso país. Áreas que geram um grande fluxo de veículos como shoppings, escolas, cinemas e etc... São difíceis de chegar e quando se chega é difícil de estacionar. E isto reflete na falta de planejamento global. A cidade cresce nas livres regras no capitalismo.
Grandes problemas são decorrentes destas situações. A falta de controle dos solos disponíveis leva ao loteamento clandestino e a invasões de propriedades particulares que são um dos principais problemas gerados.
Nestas áreas vendidas para pessoas de baixa renda, sem o mínimo de urbanização necessária se forma uma circulação irregular que dificulta o trânsito para os próprios moradores e para veículos que precisam passar no local em seu dia-a-dia.
Os automóveis, com sua prioridade desordenada em nossa sociedade acabam por gerar a necessidade de desapropriar e alargar as vias perto dos locais onde essas pessoas de baixa renda vivem. Assim apenas os veículos passam a ter qualidade ou como Eduardo diz se “sentem bem”, sendo que eles usam a via apenas como um meio para se deslocarem e as pessoas ficam desabitadas e sem consolo.
Garantir a qualidade de vida das pessoas e evitar que elas fiquem sem suas casas é um grande problema. Se houvesse um planejamento urbano a cidade poderia ser estudada e seus problemas minimizados, o que ocorre raramente em nosso país.
O problema da qualidade de vida pode ser resolvido ou minimizado com tratamentos de zonas centrais da cidade, construindo passagem para os pedestres em toda a largura da via, mesmo que tais projetos prejudiquem a fluidez dos veículos. O fechamento parcial das vias em áreas residenciais, instalações de interseções internas e outras são “técnicas de restrições ao trafego”. Todas elas visão a defesa da qualidade de vida em seu aspecto mais amplo. Elas acontecem quando o fluxo de pessoas é superior ao de automóveis e desta forma a via será predominantemente delas.
O problema do congestionamento
Vasconcelos nos traz o conceito de capacidade das vias para que possamos entender o problema do congestionamento. As vias tem certa capacidade limitada, ela depende de fatores como o de sua largura útil, de sua geometria além da “oferta” (capacidade) e da “demanda”.
Neste contexto surgem os problemas, em certos horários a demanda se torna maior que a capacidade das vias, conturbando o trânsito. O congestionamento é determinando pelo aumento constante da fila de veículos ou quando os semáforos estão abertos para a passagem dos automóveis e os mesmos não conseguem andar, e se andam é por poucos metros.
A “taxa de saturação” é determinada em situações como a das anteriores. Ela mede o quanto o fluxo esta longe ou perto do congestionamento. Segundo Vasconcelos a rigor os congestionamentos são inevitáveis. Evita-los diz respeito a fazer que a demanda seja sempre inferior à oferta.
Vasconcelos nos traz o problema da “flutuação” do trânsito. O que nada mais é que mudanças bruscas de fluxo de acordo com determinados horários. A noite é baixo e aumenta no pico da manhã, enfraquece na hora do almoço e aumenta novamente quando os trabalhadores estão voltando para casa, por fim cai após o inicio da noite. Tal ciclo é reflexo do nosso comportamento diário, da nossa rotina.
Soluções para este problema são complicadas. Seria necessário alargar as vias para que estas atendessem a demanda nos horários de pico. No entanto, exatamente isto que é impossível. Destruir casas e mais casas desapropriando os moradores. Nossa economia não suportaria o financiamento de tais projetos que fariam o sistema viário crescer junto à demanda.
Porém podemos agir do outro lado, interferindo no
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