O manifesto republicano conclui-se dando um ultimato ao governo vigente

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O documento expõe também a chamada verdade democrática, ou o fato de que o estilo de governo vigente, no caso a monarquia constitucional representativa não passa de um ideia utópica ao tentar unir dois elementos heterogêneos, a monarquia hereditária e a soberania nacional, o poder cedido divinamente e o poder pela vontade popular.

O manifesto republicano conclui-se dando um ultimato ao governo vigente: É necessário a convocação de uma nova assembleia constituinte com poder de instaurar um novo regime, e que as reformas propostas não devem ser negadas nem adiadas, pois isso só faria aumentar a resistência e irritar as frentes republicanas. A conclusão é então voltada para o cenário internacional, onde o pais é, perante a Europa, uma democracia monárquica que não provoca simpatia e, perante a América, uma democracia monarquizada onde a força do povo não tem poder perante a onipotência do soberano.

Apesar de servir de base intelectual para o movimento o documento é consideravelmente superficial, nele se observa declarações de não-reconhecimento à soberania monárquica e críticas as Instituições Imperiais, porém muitos assuntos considerados estruturais ou controversos são evitados. O exemplo mor disso foi a questão de como tratar o Abolicionismo que nem se quer foi abordada no manifesto original.

Em 1873 aconteceu a Convenção de Itu, onde se fundou o Partido Republicano Paulista, formado fundamentalmente por grandes fazendeiros de café, escravocratas e senhores. A questão do Abolicionismo volta a aparecer no Manifesto Republicano Paulista, que novamente não expõe nenhuma opinião consolidada sobre o fato, referindo a questão como não pertencente ao movimento republicano por se tratar de uma questão social, deferindo assim ao âmbito provincial para lidar com essa questão juntamente com todos os partidos, especialmente os monarquistas devido ao fato de que são os que detém posse do poder que devem estabelecer os meios do seu desfecho prático, mesmo assim defendiam que a Abolição deveria vir junto com uma indenização aos senhores de escravos e que a substituição pelo trabalho livre deveria ser gradual de acordo com as possibilidades de cada província. Tais considerações defendiam os interesses dos que constituíam o Partido Republicano Paulista.

Concluindo então percebemos que o modelo do Manifesto Republicano de 1870 serviu para nortear o início dos Clubes Republicanos que foram surgindo ao longo dos anos, e serviu também para expor, mesmo que superficialmente, alguns dos sentimentos que afligiam aos que lutavam pelo fim do domínio monarquico.