O Brincar não é uma preparação para nada, é fazer o que se faz em total aceitação
Por: kamys17 • 12/10/2018 • 9.316 Palavras (38 Páginas) • 299 Visualizações
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Para dar mais segurança à criança, facilitando a sua socialização e a integração no ambiente escolar, a educação lúdica é muito usada. Aliás, como afirma Brougére (apud KISHIMOTO, 1998), brincar é reconhecidamente a atividade mais natural para uma criança, é através dos jogos e brincadeiras que tem ocorrido à superação dos problemas enfrentados nestes primeiros contatos com a escolarização formal.
Durante a Educação Infantil, sobretudo dos três a seis anos, a criança está vivendo o seu período pré-operatório de desenvolvimento. A sua vitalidade e curiosidade são excepcionais, não sendo possível propor a ela atividades passivas, que as prendam em uma carteira escolar nesta fase, por ser algo inteiramente oposto à sua natureza.
O momento representado pelo estágio operatório-concreto é dominado pelos jogos de exercícios sensório-motores, sendo compatível com o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança neste período de sua vida; e, quando é corretamente explorado pela professora, contribui não apenas para a adaptação da criança à Escola Fundamental, como também para seu desenvolvimento afetivo e emocional.
Embora não exista, a teoria de Piaget, um momento rígido para o ser humano entrar e sair de um determinado período ou estágio de desenvolvimento cognitivo estima-se que a fase dos jogos de exercícios perdure ao longo desse período já mencionado: do nascimento ao aparecimento da linguagem: e que os jogos de exercícios sensório-motores tenham início por volta dos 18 meses e perdurem até os 6 anos de idade.
Graças à ajuda das atividades lúdicas, a escola prepara as crianças para a vida em sociedade, cuidando do seu desenvolvimento integral e instrumentalizando-as de forma que alcancem sua autonomia, criticidade, responsabilidade e cooperação. Kishimoto (1998) acredita que os jogos não representam apenas as experiências vividas, mas prepara o indivíduo para o que está por vir, exercitando habilidades e, sobretudo, estimulando o convício social, para o qual as normas morais são muito importantes.
Para que este desenvolvimento pleno seja alcançado, porém, é necessário que a Pré-escola e, inclusive, a Escola Fundamental, revejam a maneira pela qual estão conduzindo a educação lúdica em seus respectivos territórios.
Uma educação lúdica compartimentada, nos moldes apresentados na citação acima, é artificial e improdutiva, uma vez que funciona a partir do pressuposto teórico de que as crianças podem alcançar um desenvolvimento integral e dinâmico sendo estimuladas de formas compartimentalizadas, como se as muitas atividades que realizam na escola não tivessem uma estreita relação entre si.
Uma educação lúdica dessa natureza também não vai ao encontro da formação da personalidade integral das crianças, nem de suas necessidades. Sendo assim, além de integrar todas as atividades típicas da educação lúdica, é importante que a escola atente para o fato de que é preciso propiciar a todas as crianças um desenvolvimento integral e dinâmico (cognitivo, afetivo, lingüístico, social, moral e físico-motor, direcionado), relata KISHIMOTO (l998), para o contexto sócio-econômico ao qual elas pertencem. A educação lúdica ideal é aquela que, além de buscar o desenvolvimento integrado de todas as habilidades da criança, dentro de um clima de respeito mútuo entre professor e alunos.
Recomenda Lopes (1999) que o professor dê o primeiro passo, no sentido de construir as bases para esse relacionamento calcado no respeito mútuo, afeto e confiança. Isto é muito importante para proporcionar aos alunos as atividades lúdicas que levem ao desenvolvimento em suas várias formas. A aprendizagem lúdica, portanto, é dinâmica, participativa e criativa. Logo, na concepção de Lopes (1999), a integração entre as várias atividades a serem desempenhadas na escola só tem a favorecer uma aprendizagem mais rápida e efetiva.
Kishimoto (l998) mostra que o jogo é um meio básico para promover o desenvolvimento físico-motor. O equipamento utilizado e os espaços pensados para o jogo são fundamentais na motivação de diferentes tipos de jogos motores. Ao mesmo tempo em que se reconhece, hoje, a relevância do desenvolvimento físico-motor da criança, os estudiosos do assunto defendem a tese de que esta modalidade de desenvolvimento não deve acontecer sem a necessária integração com as outras áreas de desenvolvimento. Saber lidar com o lúdico é, pois, essencial ao educador infantil, tanto para que ele consiga aproximar-se da criança ou adolescente que necessita de sua ajuda, como para compreender de fato o que os jogos e brincadeiras significam na vida dessas pessoas.[pic 1]
Acreditam Sisto et al (1999) que, para quem trabalha com educação infantil, é claro que a brincadeira é uma fonte de prazer no dia-a-dia das crianças. Mas o brincar também tem outras importantes funções no desenvolvimento infantil.
A realização de jogos e brincadeiras na primeira infância envolve naturalmente o movimento, que vai dominar como componente, pois através dele a criança se coloca no meio, inteirando-se com os objetos, com as pessoas, explorando seu próprio corpo, o espaço físico. Uma das funções da brincadeira é permitir à criança o exercício do movimento. O movimento tem, assim, relevância destacada na infância, pois ele serve para a criança se relacionar com o outro, explorar o espaço - situando-se nele -, bem como os objetos e o próprio corpo.
1.2 - Direito a educação infantil
A criança marca e é marcada pelo meio social em que vive. Assim, ao interagirem neste meio, elas revelam suas percepções através de brincadeiras e expressam seu conhecimento através das múltiplas linguagens. A escola vem a contribuir imensamente para este desenvolvimento. Mas esse é um processo que ocorre lentamente ao longo do tempo, pois no início a escola era basicamente assistencialista, atendendo principalmente os orfanatos e as classes populares, cuja intenção era sanar certas carências tanto das crianças como das famílias. Não se considerava questões ligadas à cidadania e a princípios de igualdade e liberdade.
Froebel (1728 – 1852) pedagogo alemão, criador do primeiro Jardim de Infância o famoso “Kindergartens”. Para ele o educador era como um jardineiro, e as crianças como as plantinhas, que deveriam ser cuidadas diariamente. Esse é conceito de educação infantil de Froebel cuja idéia era de que as crianças se expressassem através de atividades sensoriais, no brincar e na linguagem. Foi o primeiro educador a valorizar o brinquedo e a atividade lúdica, fator determinante
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