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Estudo Disciplinar

Por:   •  8/4/2018  •  1.278 Palavras (6 Páginas)  •  1.736 Visualizações

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sobre as comunidades. A arrecadação diminui, o consumo cai, os serviços básicos são afetados, a coesão cultural é enfraquecida e multiplicam-se patologias sociais e dramas pessoais.

Os últimos séculos foram marcados por reinvenções sucessivas do trabalho, da agricultura para a indústria e desta para os serviços. As transições foram traumáticas, mas cada estado final representou uma evolução em relação ao seu ponto de partida, com mais empregos e mais riqueza. As tendências atuais apontam, entretanto, para a criação de uma massa paralela de destituídos, sem emprego ou competências para subsistir em um mundo intensivo em tecnologia.

Podemos identificar três grandes tendências. A primeira delas é a superação do trabalho pelo capital. Desde os anos 1980, as empresas investiram em reestruturações e em automação industrial, na busca de formas eficientes para organizar o trabalho e automatizar seus processos. O resultado foi o enxugamento dos quadros e uma perda progressiva do poder de barganha do trabalho diante do capital. A segunda tendência é o desaparecimento progressivo do trabalhador. Estatísticas norte-americanas indicam um aumento inexorável do porcentual de homens que não estão trabalhando ou procurando por trabalho. A terceira tendência relaciona-se ao avanço das tecnologias de informação e comunicação. Os impactos de mudanças tecnológicas podem demorar anos para se manifestar, mas, quando ocorrem, são contundentes. Vendedores, caixas, atendentes e funcionários de escritórios são os primeiros na linha de fogo.

O trabalho preenche três funções sociais: é uma forma pela qual a economia produz bens, um meio de as pessoas garantirem seu sustento e uma atividade que provê sentido e propósito à vida das pessoas. O que ocorrerá se as tendências acima mencionadas se aprofundarem? A primeira função social parece cada vez menos dependente de trabalhadores. A economia poderá continuar produzindo bens, com menor número de empregos. Mas sem salários, quem irá consumi-los? A terceira função social poderá ser substituída, uma vez que há outras atividades passíveis de prover sentido e propósito para os indivíduos. Mas o que ocorrerá com a segunda função social? Como continuar a garantir o sustento sem uma oferta condizente de empregos?

Muitas pessoas detestam sua profissão, seu emprego ou ambos. Porém perder o ganha-pão pode ser trágico. Nos países desenvolvidos, a infraestrutura madura e as redes de proteção social, aliadas a certa criatividade individual e doses crescentes de empreendedorismo, poderão tornar a vida na informalidade laboral passável, até recompensadora. Nos países em desenvolvimento, a transição poderá ser mais dura e trágica.

Entretanto, o pessimismo necessário deve ser temperado com doses homeopáticas de otimismo. Trabalhos estáveis e de tempo integral talvez sejam vistos no futuro como peculiaridade de uma época. Os nostálgicos talvez lamentem seu desaparecimento. Outros talvez celebrem seu declínio, como uma porta aberta para o cultivo das virtudes, como desejavam os antigos gregos.

Disponível em <http://www.cartacapital.com.br/revista/860/o-fim-do-trabalho-5512.html>.

Com base na leitura, analise as afirmativas:

I. Para os gregos, o trabalho era visto como algo ordinário e reservado às classes inferiores, e tal visão justifica a recente crise econômica que a Grécia enfrenta, pois, segundo o texto, “as sociedades industrializadas modernas, contrariamente aos gregos, celebram o trabalho como valor central, algo capaz de gerar riqueza e bem-estar, beneficiando o indivíduo e a sociedade”.

II. Segundo o texto, a redução de trabalhadores põe em risco a produção mundial, uma vez que “estatísticas norte-americanas indicam aumento inexorável do percentual de homens que não estão trabalhando”.

III. Depreende-se do texto que a virtude humana sempre esteve associada ao trabalho e à produtividade, uma vez que o trabalho enobrece e dignifica o homem.

IV. De acordo com o texto, a automação industrial e os avanços tecnológicos são responsáveis pela transformação das relações de trabalho.

Está correto o que se afirma somente em:

Resposta Selecionada: e.

IV.

Respostas: a.

I e IV.

b.

II e IV.

c.

I, II e III.

d.

III e IV.

e.

IV.

Feedback da resposta: Resposta: E

Comentários: I – Afirmativa incorreta: A visão grega sobre o trabalho na Antiguidade não tem qualquer relação com a crise econômica e política atualmente vivida pelo país. II – Afirmativa incorreta: O texto afirma que a economia poderá continuar produzindo com menos trabalhadores. Além disso, o trecho citado

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