Esporte e Educação Física

...

Assim, os alunos teriam a formação para se tornarem seres pensantes e críticos, ampliando as suas potencialidades e capacidades de entender o mundo e a sociedade onde está inserido.

Uma escola que assume por missão consolidar a capacidade e a vontade

dos indivíduos de serem atores e ensinar a cada um reconhecer no outro

a mesma liberdade que em si mesmo, o mesmo direito à individualização

e à defesa de interesses sociais e valores culturais, é uma escola de

democracia. (TOURAINE 1998, p.339)

Pois o esporte não pode ser aplicado de qualquer jeito na Educação Física escolar, é importante a escola e o professor de Educação Física promover jogos onde o caráter lúdico e educativo ganhe destaque, e não só o fazer por fazer, repetição de movimentos sem nenhum aprendizado.

Muitos alunos tem o primeiro contato participativo com o esporte na escola, fundamental que este primeiro contato seja feito de forma educativa, pois assim os alunos associaram o esporte à educação. Os veículos de informação já mostram outra realidade do esporte que é o esporte-perfomace, a violência nos estádios.

É preciso incluir os alunos nas aulas de esportes, quebrar o paradigma que só os talentosos podem participar nas aulas de Educação Física e essa inclusão tem que partir do professor, pois este tem que conhecer a realidade da escola e dos alunos, e atender de forma pedagógica as necessidades impostas pelos alunos.

Há de se cuidar sempre a maneira com que oferecemos as atividades de Educação Física para nossos alunos, pois a mesma atividade que para alguns oportuniza momentos de crescimento, para outros é momento de exclusão e desapego as práticas esportivas, levando então a não sociabilização. O mesmo esporte que atrai a tantos também exclui, pois nem todos tiveram boas aprendizagens e convivências por seu intermédio. (NEUENFELDT, 2008).

Partindo de tudo que foi relatado, deixa claro que o esporte tem seu papel fundamental na Educação Física escolar, quando é lecionada com embasamento teórico e com objetivos, entretanto, é importante salientar que o professor tem que proporcionar um ambiente para executar as atividades, o aluno deve ser direcionado a conquistar a sua cidadania e a por em prática.

Betti (1999) aponta para a necessidade de três princípios: princípio da inclusão, princípio da alteridade e princípio da formação e informação plena. O princípio da inclusão vem de encontro com o que os Parâmetros Curriculares da Educação Física tem como eixo principal, ou seja, não basta que o aluno simplesmente frequente a escola, ele tem que ter acesso ao conteúdo da disciplina, para tanto, a Educação Física, não pode mais selecionar por habilidades ou constituição física qual aluno vai participar das atividades e o que ele irá realizar; cabe ao professor elaborar estratégias nas suas aulas que contemple a todos.

No princípio da alteridade, o autor defende a importância de o professor olhar o aluno na sua totalidade, e não como mais um na sua lista. Segundo o autor, o princípio da alteridade caracteriza-se pelo professor colocar-se no lugar do aluno, ou seja, procurar “ser o aluno”, possibilitando um procedimento dialético, no qual ele flutuará no papel de professor e de aluno, para enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem.

Para o princípio da formação e informação plenas, procura estabelecer uma inter-relação entre as dimensões corporais, cognitivas e sócio-afetivas, portanto, para cada conhecimento da área de Educação Física, o professor deverá utilizar uma abordagem teórica-prática, oferecendo aos alunos condições de futuras práticas autônomas de atividades físicas com qualidade.

Através destes três princípios, o professor poderá trabalhar com os conceitos atitudinais, conceituais e procedimentais. Constituindo o caráter, a democracia, a cidadania dos alunos.

Conclusão

Este artigo busca caracterizar um esporte para a Educação Física escolar fundamentando-se na compreensão de esporte-prática. Estabeleceram-se quatro princípios fundamentais: princípio cinestésico, pois o esporte é uma atividade predominantemente física; princípio lúdico, pois o esporte, antes de tudo, é um jogo; princípio agonístico, porque não há como negar a competição, e o princípio ético, que oferece valores norteadores para a conduta de quem pratica esporte. Acredita-se que o esporte-prática é uma tentativa de fornecer aos profissionais de Educação Física uma visão de esporte que contribua na formação dos alunos, ensinando os a viverem em harmonia consigo mesmos e com a sociedade.

Referencial Bibliográfico

BETTI, M. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.

DARIDO, S. C. Educação Física na escola: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí, 1994.

NEUENFELDT, D. J. Esporte, Educação física e formação profissional. Lajeado, RS: Editora Univates, 2008.

TOURAINE, A. Podemos viver