Ergonomia - Conceitos e Aplicações
Por: Juliana2017 • 6/5/2018 • 2.056 Palavras (9 Páginas) • 424 Visualizações
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O conceito de carga de trabalho pode ser, didaticamente, abordado a partir de três dimensões interligadas: o físico, o cognitivo e o psíquico. Toda a carga de trabalho é portadora destes três componentes, ou seja, a sobrecarga produzida em qualquer um deles repercute nos demais.
MÉTODOS E TÉCNICAS DA INTERVENÇÃO ERGONOMIZADORA
A Ergonomia, ao realizar pesquisas e intervenções, se utiliza de diversas metodologias para o levantamento de dados e preparação de análises ergonômicas. Porém, primeiramente é necessária a definição dos objetivos da pesquisa, e a elaboração do projeto de pesquisa, com sua contextualização, problematização e definição de variáveis.
A análise ergonômica pode ser dividida em duas técnicas, a objetiva ou direta, que se dá por meio do registro de atividades durante certo período de tempo, através de observações a “olho nu” e/ou assistida por meio audiovisual, e subjetiva ou indireta, que ocorre por meio de questionários, checklists ou entrevistas.
Existem também três aspectos fundamentais da analise ergonômica: meta conhecimento, que se especificará com base na situação abordada no trabalho; os dados coletados, que validarão ou não as hipóteses formuladas, e o processamento e análise desses dados.
ETAPAS E FASES DA INTERVENÇÃO ERGONOMIZADORA
Que é dividida da seguinte forma:
Apreciação ergonômica: fase inicial onde se mapeiam os problemas ergonômicos, a partir de observações do local de trabalho e entrevistas com trabalhadores, e realização de registros em foto e vídeo. Essa fase se conclui com a hierarquização dos problemas e sugestões preliminares de melhoria.
Diagnose ergonômica: nessa etapa aprofunda-se a análise dos problemas levantados e faz-se uma análise macroergonômica e das tarefas do sistema homem-tarefa-máquina, e observa-se sistematicamente as atividades da tarefa. Essa etapa encerra-se com o diagnóstico ergonômico (recomendações ergonômicas em termos de ambiente, arranjo e conformação de postos de trabalho, seus subsistemas e componentes, programação da tarefa).
Projetação ergonômica: A projetação ergonômica compreende o detalhamento do arranjo e da conformação das interfaces, dos subsistemas e componentes instrumentais, informacionais, acionais, comunicacionais, interacionais, instrucionais, movimentacionais, espaciais e físico ambientais. Termina com o projeto ergonômico: conceito do projeto, sua configuração, conformação, perfil e dimensionamento, considerando espaços, estações de trabalho, subsistemas de transporte e de manipulação, telas e ambientes; mudanças na organização do trabalho e na operacionalização da tarefa.
Avaliação, validação e/ou testes ergonômicos: A avaliação, validação e/ ou testes ergonômicos tratam de retornar aos usuário/operadores/ usuários/ consumidores/ manutenidores/ instrutores os argumentos, as propostas e alternativas projetuais. Compreende simulações e avaliações através de modelos de testes.
Detalhamento ergonômico e otimização: O detalhamento e a otimização ergonômica compreendem a revisão do projeto, após sua avaliação pelo contratante e validação pelos operadores, conforme as opções do decisor, segundo as restrições de custo, as prioridades tecnológicas da empresa solicitante, a capacidade instalada do implementador e as soluções técnicas disponíveis. Termina com as especificações ergonômicas para os subsistemas e componentes interfaciais, instrumentais, informacionais, acionais, comunicacionais, interacionais, instrucionais, movimentacionais, espaciais e físico ambientais.
SISTEMATIZAÇÃO DO SISTEMA HOMEM-TAREFA-MÁQUINA
Considera-se todo sistema como parte de um sistema maior que o influencia, que por sua vez está incluído em algum outro sistema. Logo, um sistema analisado é um subsistema de um outro sistema maior e contém, ele próprio, outros subsistema.
O objetivo do sistema de ordem inferior é determinado em função da necessidade de se atingir o objetivo do sistema de ordem superior.
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Todo sistema apresenta outros sistemas paralelos a ele préprio. Todo sistema recebe, como entrada, produtos provenientes de outros sistemas que o antecede (input) e produz saídas para o sistema que o sucede (output). Logo, existe hierarquia e posições em série.
PROBLEMATIZAÇÃO DO SISTEMA HOMEM-TAREFA-MÁQUINA
Consiste na formulação de problemas, de maneira positiva ou negativa, de modo claro e de forma individualizada, especifica e inconfundível, para que a sua solução seja a correta e para que se eliminem erros.
A problematização ocorre em três fases:
Reconhecimento do problema, na qual se ressaltam os erros e falhas mais graves ;
Delimitação do problema, na qual se classificará o problema, a partir de uma observação mais sucinta, que destacará os elementos mais relevantes do problema;
Formulação do problema, na qual se reduz o problema a uma situação com seus aspectos mais significativos e solucionáveis.
Alguns problemas ergonômicos do sistema homem-tarefa-máquina são os interfaciais, que é a postura prejudicial resultante de inadequações do campo de visão, os instrumentais, que é o arranjo físico incongruente de painéis de informações de comando, os interacionais, que são as dificuldades no dialogo computadorizado e problemas de utilidade e usabilidade de interfaces informatizadas, entre outros.
O sistema homem-tarefa-máquina pode também apresentar disfunções sistêmicas, tais como falha nas entradas e saídas, na manutenção e conservação das máquinas, onde pode ocorrer o descuido com a limpeza e irregularidades de reparos, e deficiências no desempenho do sistema, etc.
Parecer ergonômico
Compreende uma síntese dos problemas levantados anteriormente, a qual determinará os passos que se seguirão na diagnose ergonômica.
A tabela G.U.T. (gravidade, urgência, e tendência) corresponde a hierarquização dos problemas, priorizando-os alguns critérios, tais como gravidade do problema, a urgência de se eliminar o referido problema e a tendência de crescimento do mesmo.
A seguir, elabora-se as sugestões preliminares
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