Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Conceitos Elementares da Ergonomia

Por:   •  22/2/2018  •  5.581 Palavras (23 Páginas)  •  308 Visualizações

Página 1 de 23

...

Nota-se que essa criação de artefatos diversos funcionou como uma tentativa de ampliar seu equipamento biológico, adicionando suportes que enriqueceriam no desenvolvimento de suas atividades. Pode-se afirmar que a história da ergonomia, se confunde com a própria história humana, e dos primeiros grupamentos humanos até os dias de hoje marcados pela profusão vertiginosa de maquinas, o que vemos é essa busca constante do homem em encontrar as melhores formas de dar suporte as suas atividades cotidianas, na família, no trabalho e em outras atividades realizadas no âmbito da comunidade como um todo.

Nas últimas cinco décadas, com um processo que se desencadeia no pós guerra, passamos a assistir a uma aceleração vertiginosa, constante, exponencial, da evolução humana, que vem provocando o aumento do maquinismo em nossas sociedades e junto com esse avanço, novos desafios em adequar o ser humano a essa dinâmica constante de novas maquinas que se renovam a cada dia, em suas versões ponto.zero, alterando muitas vezes o design, as formas, os aspectos anatômicos. Paralelamente passamos a assistir ao surgimento da ergonomia como campo de estudo e a sua consistente consolidação dentro de um contexto multidisciplinar que reflete o homem em suas atividades cotidianas, especialmente nos seus processos laborais. Em meio aos estudos da psicologia, engenharia, fisiologia, saúde ocupacional a ergonomia vai aos poucos demarcando a especificidade de sua contribuição para esse processo multidisciplinar de busca e ao mesmo tempo vai apontando caminhos práticos para ajudar a outros campos de estudo a perceberem a amplitude que está embutida na realidade da interface homem-maquina e interface homem-trabalho.

Na realidade brasileira podemos identificar nas duas últimas décadas um interesse e preocupação maiores das instituições de ensino superior em implementar em suas matrizes curriculares os estudos de ergonomia. Antes disso, o que se tinha eram iniciativas isoladas e heroicas de trabalhar na universidade os conhecimentos já bem avançados no campo ergonômico, consequência sobretudo de um consistente trabalho desenvolvido pela Ergonomics Research Society (Inglaterra), pela Associação Mundial de Ergonomia e pela Human Factors and Ergonomics Society (Estados Unidos). Ainda hoje podemos observaar as reações de espanto de estudantes quando se deparam com a abrangência e riqueza de conhecimentos que já se produziu sobre esse campo de estudo. A informação que circula na mídia aberta trabalha aspectos bem elementares do tema, associando sobre tudo a ergonomia com a prevenção das doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho e as lesões por esforço repetitivo e também uma ênfase no que se refere ao mobiliário e construção de estações de trabalho adequadas.

Não faz muito tempo e ainda se podia se ter a imagem da ergonomia como uma disciplina que despertava curiosidade por ser ainda pouco trabalhada, que despertava certo glamour quando estava associada a aspectos relacionados ao design de mobiliário e outros equipamentos. A verdade é que com o passar do tempo o interesse pelo tema vem aumentando e hoje se podemos encontrar variados artigos informativos em revistas especializadas, ampliando mais o tema da ergonomia para além desses elementos elementares. Em grande parte esse interesse maior em trabalhar a questão na universidade se deve a uma demanda da globalização, uma vez que a busca de processos produtivos com padrão global não podem prescindir da contribuição dos conhecimentos acumulados sobre ergonomia.

O estudo em questão, não teve a pretensão de ser exaustivo e se explica justamente nesse contexto de buscar alimentar o meio universitário com textos que trabalhem e ampliem o entendimento das questões da ergonomia. No caso em questão, a proposta consistiu em trabalhar diferentes autores da literatura brasileira sobre o tema, alguns deles considerados básicos quando se trata do estudo da ergonomia na universidade. Também foram levantados elementos que demonstram a posição das grandes entidades mundiais representativas da ergonomia. Cabe aqui um registro de como o estudo da ergonomia chega ao contexto da universidade brasileira. O texto que segue apresenta elementos relevantes que demonstram de que maneira o estudo da ergonomia foi ganhando consistência ao longo das últimas décadas. Segundo Souza (2007, p.1):

No Brasil, a Ergonomia começa a ser estabelecida nos anos 1960, ao ser abordada como tópico na disciplina Projeto de Produto, ministrado por Ruy Leme e Sérgio Penna Kehl, na Escola Politécnica da USP. Posteriormente, em 1966, foi introduzida no Curso de Projeto de Produto na ESDI/UERJ; em 1967 a disciplina Introdução à Ergonomia foi incorporada ao Curso de Psicologia Industrial II, da USP de Ribeirão Preto; em 1970 a disciplina Ergonomia foi inserida no Mestrado em Engenharia de Produção da COPPE-UFRJ e na área de Psicologia do Trabalho, do ISOP/FGV e em 1971 foi instalada uma área de concentração em Ergonomia, Treinamento e Aperfeiçoamento Profissional no Mestrado em Psicologia do ISOP/FGV. Em 1968, foi publicado no Brasil o primeiro livro tratando do tema e seu foco foi o uso didático, com o título: Ergonomia: notas de aulas, de Itiro Iida e Henri Wierzbicki. Em 1975, foi publicado, por Itiro Iida o título: Aspectos ergonômicos do urbano. No âmbito da pesquisa acadêmica, em 1971, Itiro Iida defendeu Tese de Doutorado, na Escola Politécnica da USP, intitulada A Ergonomia do manejo. Atualmente, no Brasil, a ergonomia está inserida, predominantemente, no campo das Engenharias, desenvolvendo métodos e técnicas de análise dos ambientes de trabalho. Porém essas análises são realizadas somente em profissões de “grande massa” de trabalhadores, a exemplo, da agricultura, medicina, educação, dentre outras. Esse fenômeno pode ser constatado, por exemplo, no número e teor das dissertações e teses apresentadas no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina até março de 2007, que supera 540 títulos, e contempla vários campos de trabalho e ocupações profissionais.

Trata-se portanto de uma pesquisa de natureza bibliográfica, que de acordo com Amaral (2007, p.1) é “… uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa”. Rampazzo (2005, p.57), contribui ao afirmar que a “a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas (em livros, revistas, etc). Pode ser realizada independentemente, ou como parte em outros tipos

...

Baixar como  txt (39.6 Kb)   pdf (95.1 Kb)   docx (31.5 Kb)  
Continuar por mais 22 páginas »
Disponível apenas no Essays.club