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Discussão teórica sobre o processo de globalização de modernização da sociedade brasileira e seus impactos nas áreas rural e urbana

Por:   •  30/8/2017  •  1.595 Palavras (7 Páginas)  •  596 Visualizações

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e não beneficie somente os camponeses das classes urbanas mais abastadas. (Etxezarreta et alii, 1995; Saraceno, 1999).

A globalização trouxe para a humanidade um complexo de consequências, dentre as quais injustiças sociais, na justa medida em que passou a acompanhar a evolução do capitalismo, as mudanças do rural para o urbano. O agronegócio é um dos setores da economia que mais recruta pessoas para trabalhar em regime de escravidão. E entre as atividades rurais com maior número de trabalhadores resgatados, o desmatamento para expansão da fronteira agrícola, especialmente na Amazônia, está em primeiro lugar. Com o crescimento da cana de açúcar para a produção do etanol, muitos trabalhadores morreram nas lavouras de cana, onde com muitas horas de trabalhos, falta de higiene e lugares adequados para alimentação acarretaram muitas doenças e mortes.

A escravidão, cercada de preconceitos e crueldade, é algo que só vai se repetindo na história do mundo. Segundo o Pensamento Social Brasileiro, a colonização comercial portuguesa, fundada no monopólio da terra e na escravidão, deu origem a uma sociedade brasileira segmentada em estratos sociais distinguidos por preconceitos associados à origem, riqueza e cor da pele, o que formou a base da condição de subalternidade atribuída aos segmentos majoritários da formação social por gerações, apesar de ser esse contingente (povo) quem construiu o país. Com a abolição dos escravos, foi deixada uma herança perversa de homens e mulheres livres, sobras do sistema que os explorara e que agora estavam à própria sorte, discriminados na ordem social que se constituíra. Os escravos emancipados e aos negros brasileiros livres coube encontrar formas de inserção na ordem e de nela sobreviver em condições supostamente melhores que as vividas como escravos. Para tanto, exploraram os caminhos e as “capilaridades” da estratificação social, e os relacionamentos com os brancos foram recursos significativos, não somente para oferecer trabalho, mas também para ter acesso a oportunidades de educação e emprego.

De acordo com Fundamentos de Economia para as Ciências Sociais, a globalização permitiu acesso a informações e promoveu um sentimento de progresso, principalmente nos países de economia em desenvolvimento, mas na prática não se traduziu em acesso aos mesmos benefícios usufruídos pelos países desenvolvidos. Apesar das promessas de progresso da globalização, os fatos demonstram que não diminuíram as distâncias entre os países pobres e ricos. O crescimento econômico elevou a renda em termos globais, mas a redução da pobreza não teve o mesmo êxito. A exclusão social é a face perversa da sujeição na vida das pessoas às leis do mercado e isso inclui o analfabetismo.

Ser analfabeto hoje em dia significa estar à margem da sociedade tecnológica e burocratizada em função qual nossas atividades se articulam. Essa situação não afeta apenas as condições materiais de vida, mas se reflete também na diminuição das expectativas do analfabeto quanto às suas possibilidades de mudança e participação social.

A alfabetização dos mais pobres, sempre esteve fora de preocupações do Estado. Isso significa que o interesse pela educação e incluindo o rural, surge no Brasil no momento em que o analfabetismo começa a incomodar a cidade, para onde o desenvolvimento industrial e a expansão do comércio e dos serviços em geral passam a carrear levas crescentes de migrantes rurais, em grandes partes, analfabetas. Quase a dizer-se que o interesse pela educação rural é produto dos movimentos de industrialização e urbanização do país; ou então, que passa a ser importante alfabetizar e escolarizar o campo, porque a cidade o exige. Segundo Didática específica, Paulo Freire desde cedo se voltou para o estabelecimento da educação popular para a alfabetização de adultos. Ele alfabetizou 300 trabalhadores rurais em 45 dias e repercutiu internacionalmente. Suas iniciativas ganharam corpo na educação de crianças e jovens, voltando-se para os processos de conscientização. Freire criticava o sistema tradicional de alfabetização, o qual utilizava cartilha como ferramenta central da didática para o ensino leitura para o ensino da leitura e da escrita. A valorização da cultura do aluno é a chave para o processo de conscientização preconizado por Freire. Para ele, o educador e o educando precisam aprender juntos, a diversidade pode contribuir para o dinamismo da aula, para o despertar do interesse, da atenção e do envolvimento, garantindo a todos a possibilidade de se expressar sobre aspectos da realidade, mantendo uma ligação com o universo conhecido deles, impulsionando para novas descobertas.

Conforme Sociologia Interdisciplinar, as mudanças de paradigmas na vida em sociedade nas ultimas décadas exigiram novos modelos educativos, assim como colocaram novos desafios para os agentes envolvidos com o processo de educação. Hoje, não existe mais uma única maneira de ensinar e aprender, mas começa a desenhar a necessidade do cruzamento de saberes, de disciplinas, a interdisciplinaridade.

RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Estudos Avançados. Desenvolvimento rural no Brasil: os limites do passado e os caminhos do futuro. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142001000300009&script=sci_arttext>

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