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Educação Jesuitica na Sociedade Brasileira

Por:   •  26/4/2018  •  2.636 Palavras (11 Páginas)  •  449 Visualizações

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3. A ACULTURAÇÃO DOS ÍNDIOS

Neto e Maciel (2008) contam que em 1549 chegou à Colônia brasileira o primeiro grupo de jesuítas, mesmo período em que chegou o Governador-Geral Tomé de Sousa.. Esse grupo de jesuítas era chefiado pelo padre Manuel da Nóbrega e veio a pedido do rei Dom João III. De acordo com Neto e Maciel (2008), o padre e seus companheiros fundaram em agosto de 1549, na Bahia, o primeiro colégio de ler e escrever brasileiro. Segundo Neto e Maciel (2008), o sistema de ensino era organizado pelo padre Manuel da Nóbrega e constituía-se pelo aprendizado da língua portuguesa, a doutrina cristã e a alfabetização. Neto e Maciel (2008) falam ainda que, em outra etapa do processo, havia um ensino médio e o profissionalizante, que era escolhido de acordo com os atributos mostrados no ensino primário cursado pelo aluno. Ainda em Neto e Maciel (2008), vemos que as construções de aldeias de catequização próximas das vilas e cidades tinham como principais objetivos ensinar a religião e a fé cristã para os índios, inserir o costume do trabalho como base na formação da sociedade e utilizar os índios catequizados para combater outros índios considerados selvagens.

[...]a história da Educação brasileira, ou pelo menos, da Educação Brasileira pós-descobrimento, começa com a chegada dos primeiros jesuítas, em 1549. Estes religiosos da Companhia de Jesus chegam ao Brasil com o objetivo de converter os índios ao cristianismo. São peças fundamentais no processo de aculturação imposto por Portugal na colonização do Brasil. E, no ensejo de propagar a fé católica, de quebra, ensinam aos nativos saberes básicos, como ler e contar. (NICOLIELO, 2009)

De acordo com Souza (2010), o modelo de educação dos jesuítas além de catequizar, tinha caráter de transformador social, pois pretendia mudar de forma radical a cultura indígena brasileira. Ainda em Souza (2010), vemos que o segundo grupo de padres jesuítas chega ao Brasil em 1551 e traz 20 meninos órfãos de Lisboa que haviam sido treinados para auxiliar os jesuítas na sua missão de catequização. Foram enviados para os colégios dos jesuítas e a escola da Bahia foi transformada em Colégio dos Meninos de Jesus.

[...]A lista de línguas indígenas vai muito além do tupi-guarani e era a primeira barreira na conversão dos índios, junto com os costumes da gente local. Por isso, os jesuítas passaram a morar em aldeias indígenas. Foi o jeito que eles encontraram de entender como realmente funcionavam a vida e as tradições dos índios. (NICOLIELO, 2009)

Couto (2012) conta que a educação era segregada, os filhos de burgueses tinham uma educação diferenciada dos índios, que recebiam uma educação voltada para a serventia e o trabalho. Couto (2012) diz também que, para os mais importantes, havia o ensino fundamental e o religioso, sendo que os alunos de maior destaque iam estudar em Coimbra, na faculdade portuguesa fundada pelos próprios jesuítas. Vemos em Couto (2012) que as famílias de posse solicitavam aos jesuítas escolas da Companhia em suas cidades e municípios, para isso, era criada uma comissão de jesuítas para estudar os detalhes da solicitação, o pedido era feito ao Vaticano para ser aprovado ou não e o financiamento dessa estruturas teria que vir das famílias mais abastadas, pois a própria igreja exigia que os pais sustentassem as escolas. Segundo Couto (2012), as escolas deveriam ser financeiramente independentes do Estado e da Igreja, ou seja, auto-sustentáveis. Couto (2012) conta que o Vaticano também levava um porcentual em cima das arrecadações e o colégio deveria fornecer também estrutura e alojamento para os padres e alunos.

[...]a educação dos indios começava a ficar cada vez mais cara. Era preciso vesti-los, alimentá-los e comprar remédios. "Sem dinheiro, os jesuítas tiveram de assumir a Educação dos brancos também" explica Diana Vidal. A proposta partiu da Coroa Portuguesa, que responsabilizou os jesuítas pela criação dos colégios. O primeiro foi criado na Bahia, em 1564. Depois, em 1585, Olinda e Rio de Janeiro ganham seus colégios. Esses colégios, mais estruturados que as escolas de meninos eram internos e recebiam órfãos portugueses e filhos da elite colonial. (NICOLIELO, 2009)

De acordo com Neto e Maciel (2008), a conversão dos índios ao cristianismo destinava-se a tornar o indígena civilizado adotando padrões e costumes europeus do século XVI, pois havia uma necessidade de inserir o índio ao mundo burguês, ensinar o hábito de trabalhar e produzir ao invés da ociosidade e improdutividade. A pesquisa de Neto e Maciel (2008) mostra que, no inicio da colonização, os jesuítas tinham uma imagem positiva dos índios, de seus modos e hábitos e chegavam até mesmo a ser admirados, não só pelos jesuítas, mas os conquistadores e colonizadores também tinham uma imagem semelhante do índio. Ainda em Neto e Maciel (2008), vemos que com o passar tempo, vendo que era difícil a compreensão do sistema novo, os índios começaram se ser vistos pelos padres como um problema, pois não conseguiam adaptar-se ao trabalho pesado destinado à acumulação e não à sobrevivência e logo foram abandonando as missões e voltando para suas aldeias, não aceitando mais as ordens dos padres.

4. A EXPULSÃO DOS JESUÍTAS POR MARQUÊS DO POMBAL

Segundo o trabalho de Delphino (2010), no século XVIII, o Brasil colônia viveu uma batalha entre o governo e a Igreja. A Europa havia adotado uma política contra o Iluminismo e pregava o Absolutismo, Portugal adota então o Despotismo Esclarecido no qual o rei era divino por direito e o chefe de estado podia interferir em assuntos da Igreja que precisava ter aprovação do monarca.

[...]Sebastião José de Carvalho, o Marquês de Pombal, realizou várias mudanças nos mais diversos setores da Coroa; alterações essas que afetavam diretamente o Brasil. As reformas tinham por objetivo organizar a administração, a fim de avançar nos progressos industriais da Coroa, além de adaptar sua maior colônia, o Brasil, a todos os ditames portugueses. A reforma educacional pombalina teve seu maior destaque, especialmente, com a expulsão dos jesuítas de todo Império Lusitano. O processo educativo pedagógico em Portugal era governado pelos inacianos e, com a extinção dos colégios jesuítas, emerge uma nova era, inclusive na colônia brasileira. (OLIVEIRA et al., 2013)

Delphino (2010) conta que neste cenário temos o Marquês do Pombal como representante do Despotismo Esclarecido e ministro do reino de Portugal, que com a Reforma Pombalina, Marquês do Pombal extinguiu a escravidão dos índios, liberando até mesmo

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