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Arborização no perímetro Urbano de Cruzeiro do Sul - Ac

Por:   •  14/11/2018  •  6.840 Palavras (28 Páginas)  •  412 Visualizações

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Desde as civilizações antigas as árvores já eram utilizadas com finalidade estética, espiritual e ambiental. Apesar disso e a arborização urbana no Brasil é considerada um tema recente, que caminha a passos lentos, e que exige uma maior intervenção das autoridades públicas e a comunidade. O crescimento desordenado na maioria das cidades brasileiras, e a ocupação irregular do solo, têm dificultado o planejamento adequado que viabilize a relação área construída – área vegetada.

São muitos os benefícios que a arborização das cidades traz para os habitantes: reduz o calor, a poluição atmosférica e sonora; diminuem a velocidade dos ventos; produzem conforto térmico; captam e drenam água evitando enchentes, contribuem para a formação das nuvens; embelezam ruas, canteiros, praças e jardins; protegem o solo; atraem a avifauna, dentre outros benefícios.

O ambiente urbano é bastante restritivo para o crescimento das árvores. Compactação e contaminação do solo, podas drásticas, pequena diversidade de espécies, depredação, estresse hídrico, temperaturas extremas e iluminação noturna, entre outros, são fatores limitantes a saúde e crescimento das arvores. A fragilidade e a complexidade desse sistema requerem planejamentos cuidadosos que tenham como objetivos maximizar as funções da arborização e reduzir custos (Meneghetti, 2003).

O planejamento da arborização é indispensável para o desenvolvimento urbano, para não trazer prejuízos para o meio ambiente. O planejamento de qualquer recurso se baseia no conhecimento da situação atual, e para tanto, são utilizados inventários.

Em virtude da necessidade de um planejamento da arborização urbana, esse trabalho baseia-se na importância de um plano de arborização que valorize os aspectos paisagísticos ecológico com a utilização de espécies nativas. Partindo também das necessidades encontradas em planejar uma arborização que se ajuste ao clima e ao espaço, e o uso de árvores adequadas e compatíveis com as características físicas da cidade.

Baseado nessas informações, esse trabalho apresentou como objetivo principal a elaboração de um inventário arbóreo no centro de Cruzeiro do Sul – AC. Os dados foram levantados através de visitas in loco, realizando um senso de todos os indivíduos com Diâmetro a Altura do Peito (DAP) superior a 05 cm, que se encontram nas praças, calçadas e ruas, do centro da cidade. Foram levantadas as seguintes informações: localização, identificação, altura total, altura da primeira bifurcação, diâmetro a altura do peito, relação da copa com a fiação, afastamento predial, fitossanidade aparente, relação da raiz com a pavimentação, necessidade de poda e o registro fotográfico.

O trabalho se inicia descrevendo o levantamento bibliográfico realizado a respeito de questões pertinentes ao tema, tais como os conceitos relacionados à arborização urbana, o histórico dessa atividade no mundo e no Brasil, os benefícios gerados pela arborização urbana, e a importância do planejamento dessa atividade.

Em seguida é exposta uma descrição da área de estudo, assim como a metodologia e materiais utilizados na coleta e processamento dos dados. Posteriormente são apresentados os resultados das análises dos dados obtidos, e por fim, são apresentadas as considerações finais do trabalho.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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CONCEITO DE ARBORIZAÇÃO URBANA

De acordo com Sanchonete (1994), arborização urbana pode ser definida como o conjunto de áreas públicas ou privada, com cobertura arbórea natural ou cultivada, que uma cidade apresenta, podendo ser inseridas, ainda, as áreas verdes que apresentem coberturas não arbóreas.

Para Lima et al., (1994), a expressão refere-se aos elementos vegetais de porte arbóreo existentes em uma cidade, tais como árvores, arbustos e outras, plantadas, inclusive em calçadas.

Segundo Gonçalves (2000), o conceito atual de arborização urbana tem dado lugar a um conceito mais abrangente e a nova área do conhecimento denominada “silvicultura urbana”, por se entender que os agrupamentos de árvores são mais significativos que árvores isoladas.

Kirchner et al., (1990) subdividiram o termo arborização urbana em três setores: áreas verdes públicas, áreas verdes privadas e arborização de ruas. Mas ressaltam que a simples existência desses três setores não caracteriza um sistema de arborização urbana, sem a existência de um adequado planejamento.

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HISTÓRICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA

- Arborização Urbana no Velho Mundo

Desde as civilizações antigas as árvores já eram utilizadas com finalidade estética, espiritual e ambiental. Os povos egípcios, fenícios, persas, gregos, chineses e romanos, construíam jardins e bosques sagrados, adornavam templos, e mantinham conhecimentos rudimentares sobre as árvores e sua manutenção (Milano e Dalcin, 2000).

Na Grécia do século VI a.C, as cidades eram formadas em torno de uma praça central, onde a população se reunia para se discutir a política da república. Apresentava também templos de diversas divindades, que eram arborizados, como forma de homenagem aos deuses e propiciar conforto térmico (Lima et al., 1994).

No período do Renascimento, as praças passaram a fazer parte da estrutura urbana, surgindo então cidades burguesas. Nesse período o homem passou a buscar e cultivar espécies trazidas de outras regiões, colecionadas e exibidas nos jardins botânicos (Milano e Dalcin, 2000).

Por volta de 1700, as árvores passaram a serem mais presentes nas cidades, fazendo parte da composição urbana, e passou a ser até os dias de hoje, como componentes obrigatórios para os ambientes urbanos. (Milano e Dalcin, 2000).

- Arborização Urbana no Brasil

A arborização de ruas e avenidas no Brasil é uma prática recente, se comparado aos países europeus, tendo-se iniciado aqui há aproximadamente 200 anos atrás, como parte dos preparativos para o casamento de D. Pedro I (Dantas e Souza, 2004)

Meneghetti (2003) cita que as cidades coloniais geralmente não apresentavam arborização viária. A beleza natural encontrada no entorno desses núcleos é apontada até mesmo como um motivo possível do retardo dos investimentos em jardins públicos, já que tal beleza era considerada um

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