Analise dos filmes A que horas ela volta e Som ao redor

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A presença de uma milícia em uma rua de classe média na zona sul do Recife muda a vida dos moradores do local. Ao mesmo tempo em que alguns comemoram a tranquilidade trazida pela segurança privada, sob liderança de Clodoaldo, outros passam por momentos de extrema tensão.

Os primeiras imagens do filme já nos tem a muito a pensar, com fotos dos traços da herança cultural escravagista, cenas da casa grande, do abismo social, da crueza da vida dos trabalhadores, da simplicidade do povo brasileiro.

As discussões que pretendo trazer sobre esse filme serão mais pela sutileza de algumas cenas. O filme mostra de maneira tênue a realidade da sociedade brasileira. As pessoas entrando em espaços que não são os delas. Os prédios tão parecidos, uma uniformidade da arquitetura moderna. A favela e suas habitações precárias em contra ponto prédios enormes.

O tratar o próximo como invisível, ignorar o diferente. Gerando uma violência silenciosa e cada vez maior. A questão de classe apresentada no filme com alguns vizinhos incomodados por outros vizinhos estar “melhorando de vida”. A falsidades e hipocrisias cotidianas. Que são um reflexo do cotidiano da modernidade, as relações volúveis. Como a empregada que foi demitida e simples assim saiu da vida daquelas pessoas mesmo tendo passando anos com eles.

Outro ponto interessante para discussão são as pessoas ditas como “simples”, classe mais baixa, chamando patrões ou pessoas com a classe mais elevada de “doutores”. Afirmando uma diferença entre eles, lembrando a relação que existia a séculos atrás com os títulos de nobreza.