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A Verdade Sobre os Alongamentos

Por:   •  14/3/2018  •  1.093 Palavras (5 Páginas)  •  380 Visualizações

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Teoria sensorial para o aumento da extensibilidade muscular

Se o aumento da extensibilidade muscular observada após os alongamentos se devesse a um aumento do comprimento dos músculos (suportado por qualquer uma das teorias mecânicas citadas acima), deveria ser observado um resultado como o apresentado na figura 1, ou seja, um deslocamento para a direita da curva tensão/comprimento. Contudo, em todos os trabalhos revisados em seres humanos, ocorre a representação da figura 2, ou seja, apenas um aumento na posição articular final e na força aplicada. Como o ponto final do alongamento é determinado por uma sensação subjetiva (relato de: “início da dor”, “máximo alongamento”, “máxima dor suportável” etc), a única conclusão possível para esses estudos é que a sensação de alongamento, durante a realização do mesmo, ocorre mais tarde. É importante acrescentar ainda que vários estudos de autores renomados (Magnusson et al 1996; Halbertsma et al 1996; Halbertsma e Goëken 1994), usando apenas uma sessão ou um programa de até 8 semanas de alongamento, concluíram exatamente apenas o que está representado na figura 2, corroborando a teoria sensorial para o aumento da extensibilidade muscular.

[pic 6]

Fig. 1

[pic 7]

Fig. 2

Analisando todos os achados citados acima, é possível fazer uma relação direta com os princípios do Método Busquet, que, há muito, já sugere a teoria sensorial como a responsável pelo “ganho” de amplitude após os programas de alongamento, além de expor também que esses resultados, como a própria literatura confirma nesse estudo, não são duradouros.

Nas explanações sobre a importância dessa revisão para as pesquisas e para a prática clínica, os autores comentam sobre um estudo realizado em atletas de endurance com os músculos isquiossurais tensionados que apresentavam um gráfico de tensão/comprimento realmente deslocado para a esquerda. Relatam que o programa de alongamento parece não deslocar essa curva para a direita e ainda acrescentam que o grande desafio da ciência é encontrar uma abordagem terapêutica que proporcione um real e duradouro deslocamento dessa curva para a direita nesses indivíduos, achado que até hoje ainda não foi encontrado.

Acerca de um outro estudo, os autores comentam que indivíduos diagnosticados com Síndrome de Hipermobilidade Articular Benigna parecem não ter músculos verdadeiramente mais longos do que o normal. Relatam que o excesso de extensibilidade muscular desses indivíduos foi devido a uma alteração da sensação de alongamento e não de um aumento mecânico dos músculos. Mais uma vez, é possível relacionar os conceitos apresentados por Léopold Busquet para corroborar esses achados. Principalmente nos casos de joelhos em hiperextensão, é comum haver o diagnóstico de Síndrome de Hipermobilidade Articular Benigna, porém a lógica das cadeias musculares permite concluir que se trata, na verdade, de uma superprogramação da cadeia de extensão nos membros inferiores.

De uma maneira geral, apesar dessa revisão ter sido publicada desde 2010, o princípio da teoria sensorial apresentado acima ainda é pouco difundido na Fisioterapia. Entretanto, é inegável a elevada importância dessa pesquisa para a prática clínica das profissões de saúde, que provavelmente, em breve, revisarão os programas de alongamento como entidade terapêutica. E mais uma vez, esse resultado reforça a utilidade de estudar a anatomia de uma maneira funcional, como é a base do Método Busquet.

Paulo Bastos

Professor Assistente do Método Busquet

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