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A Dificuldade que o Brasil enfrenta para exportar suco de laranja em relação aos Estados Unidos

Por:   •  2/10/2018  •  2.969 Palavras (12 Páginas)  •  411 Visualizações

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Keywords: Export, Orange, Tariff Barriers.

Introdução.

A laranja chegou ao Brasil vinda da Asia, por portugueses no século XVI, onde encontrou uma condição climática e de solo melhor para seu desenvolvimento do que da sua origem. Adaptou-se em várias regiões do país, porém foi no Rio de Janeiro que um produtor buscando suprir o grande consumo in natura do Rio de Janeiro e São Paulo, foi o primeiro a montar um núcleo produtor da fruta. Entre os anos de 1920 e 1940, a produção da fruta dobrou, expandindo-se. Quando em 1950 chegou ao interior de São Paulo e encontrou ótimas condições para desenvolvimento. Em 1959, foi fundada a primeira fabrica de suco de laranja do país, e com as condições climáticas nos Estados Unidos em 1962, as fortes geadas, o Brasil se viu induzido a produção e exportação do suco para o até então maior produtor do mundo de laranja e suco de laranja. Essa indústria no Brasil começou em meio à 2º Guerra Mundial no estado de São Paulo, com a finalidade de abastecer o mercado interno e evitar o desperdício da fruta. No entanto, esta experiência fracassou por falta de mercado consumidor. Somente no pós-guerra iniciaram as exportações do suco, porém, estas ainda eram insuficientes para absorver toda laranja disponível em cada safra. No ano seguinte o Brasil foi exportador de 5,5 mil toneladas de suco concentrado congelado. Em quinze anos após esse dado, 1978, a exportação foi de 335 mil toneladas. Sua grande marca em exportação absoluta foi na década de 80, pois as geadas decorrentes na Flórida nos anos de 81, 83, 85 e 1989, acabaram por castigar fortemente a produção norte-americana. Enquanto isso a expansão Brasileira na área era garantida. No ano de 1984, o Brasil assume a primeira posição mundial da produção do suco, que contou com o auxilio da tecnologia cada vez mais desenvolvida. Com a queda da produção americana os preços da fruta foram recordes, o que incentivava a expansão do plantio, pois era garantido o aumento da exportação do suco, que também provocou o aumento do consumo no mercado interno. Porem na década de 90, a Flórida começou a se recuperar, pois migraram as plantações para Estados onde a temperatura é mais elevada, aumentando sua safra. Já em 2000, com a volta da produção americana, o crescimento constante do cultivo paulista e brasileiro, a queda do consumo de suco de laranja nos principais mercados e também por parte dos americanos, gerou uma estagnação nas exportações, mudando totalmente o quadro da comercialização de suco de laranja, transformando esse mercado agora, em um cenário de disputas. Hoje, com o reconhecimento de sua competitividade no âmbito internacional, o setor citrícola brasileiro sofre inúmeras restrições de entrada e outras barreiras à exportação, as quais decorrem desde barreiras fitossanitárias a medidas antidumping. Estas barreiras têm um enorme impacto, principalmente, no caso do suco de laranja concentrado, o qual sofre pesadas barreiras tarifárias e não tarifárias e tem sua entrada prejudicada em mercados desenvolvidos, como o dos EUA. Especificamente neste mercado, o suco de laranja chega a ser tributado com tarifas próximas à metade do seu valor.

Desenvolvimento

Os brasileiros são grandes apreciadores de suco de laranja, porém preferem o suco fresco por se tratar de uma oferta abundante da fruta. Sendo assim o país exporta 98% de sua produção de suco. Só a região de Campinas é responsável por 80% dessa exportação. Conseguimos consumir o suco que qualquer outro mercado deseja consumir. O suco fresco. Com base nisso fabricas brasileiras desenvolveram uma cadeia altamente eficiente, pois cerca de 35% dos pomares que fornecem a fruta pertencem as próprias industrias, com responsabilidade de 90% de suco produzido, que são elas: Citrosuco, Citrovita, Sucocítrico Cutrale e Louis Dreyfus Commodities. O suco da laranja concentrado, é o grande responsável pelo sucesso da bebida no mundo, e é transportado, a partir das fábricas, geralmente por caminhões tanques para tanques de estocagem no porto de Santos, ali permanecendo até serem bombeados para os navios tanques. Um navio pode transportar até 40 mil toneladas do suco, e não há nenhum contato da bebida com o ambiente externo. E são recebidos no exterior, (Estados Unidos, União Européia, Japão e Austrália) por empresas brasileiras que administram terminais portuários. Já em países onde o mercado é um pouco menor (China, Emirados Arabes) a exportação é feita através de tambores. Em função das restrições, o produto brasileiro perde competitividade no mercado internacional, gerando um entrave para o desenvolvimento do setor e perda de receita oriunda dessas exportações. Conforme gráfico abaixo, a produção de suco de laranja concentrado mundial por safra, teve algumas oscilações e no ano de 2012 até Setembro de 2013 teve um registro de significativa queda, o que gera um desafio para a ampliação de mercados.

Desde que o Brasil se tornou o maior produtor de laranja na década de 80, começou a ser alvo de severas barreiras às exportações da fruta e do próprio suco, com a maior regulamentação das tarifas nesse período, inseriram-se no contexto de barreiras também as não tarifárias.

Em função das restrições, o produto brasileiro perde competitividade no mercado internacional, reduzindo a entrada de divisas para o país. Um dos principais meios para corrigir esses impasses são acordos bilaterais, podendo ser na forma de isenção de tarifas, acordos de subsídios, liberação das cotas, dentre outros. Tendo os EUA como um dos principais destinos do suco de laranja brasileiros, a isenção de tarifas através de um acordo de liberalização comercial, alavancaria o setor, gerando empregos e melhorando o saldo da balança comercial brasileira.

No início da década de 90, o Brasil perde espaço no mercado americano de suco de laranja. Os EUA já estavam, praticamente, autossuficientes na produção da fruta, o que no início da década de 90, representava 350.000 toneladas exportadas por ano, de suco de laranja concentrado. Caiu em 1995 para aproximadamente 200.000 toneladas, uma retração de 43%, devido também ao protecionismo elevado neste período.

Os anos posteriores foram de recuperação, o Brasil voltou a recuperar uma parcela maior do mercado americano, voltando a exportar, com exceção do ano de 2001, valores próximos aos de meados da década de 90.

Os EUA utilizam uma forma diferenciada de proteção à entrada dos produtos agrícolas brasileiros, principalmente, o açúcar, soja, laranja e seus derivados. Além dessas barreiras formais,

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