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Área, localização e formação físico-geográfica da Cidade do Recife

Por:   •  6/5/2018  •  3.582 Palavras (15 Páginas)  •  376 Visualizações

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Unidades Ambientais do Recife – Prof.ª Edna Medeiros

A hidrografia da Cidade do Recife é caracterizada pela abundância de rios e afluentes. Graças ao grande número de rios e ilhas componentes da cidade, esta recebeu a denominação de “Veneza brasileira”. Caracterizado também pela presença do manguezal na região de baixo estuário e uma pequena região litorânea. Uma das poucas lagoas do estado está localizada no município, a Lagoa do Araçá.

As bacias que se destacam no Recife são as dos rios Capibaribe, Beberibe e Tejipió. Além de ser composto por vários outros rios que se encontram canalizados, como o Canal do Arruda e o Canal do Cavoco.

O Recife apresenta um clima tropical. O que significa que a temperatura média é acima dos 18ºC e não tem estações bem definidas. O clima tropical húmido da cidade é representado por As’ segundo a classificação de Köppen-Geiger. Isso nos diz que o município está num clima megatérmico e que as chuvas ocorrem no período outono-inverno.

O tempo médio de insolação é de 2550 horas/ano, o que faz com que a evaporação da água ocorra de maneira intensa, causando um grande número de chuvas. O índice pluviométrico é superior a 2000 mm anuais, concentrados de abril a julho.

Gráfico climático da Cidade do Recife

O Recife possui uma pequena área de mata atlântica na região do bairro de Dois Irmãos, onde fica o Parque de Dois Irmãos. A vegetação também é composta pelos manguezais localizados na região da foz dos rios e na fronteira com Olinda.

3. A OCUPAÇÃO DO ESPAÇO E EVOLUÇÃO HISTÓRICO-URBANA DA CIDADE DO RECIFE

A partir de 1501, um ano após a chegada dos portugueses, foram iniciadas expedições com o intuito de explorar o novo mundo, com objetivo de obter novas fontes de riquezas. Já era conhecida a existência dos índios na região, generalizando, os tupi-guaranis, com estes tiveram o primeiro contato, que se deu com extrema estranheza para ambas as partes, de mundos opostos e culturas diferentes foi uma relação que se deu de forma muito conturbada e violenta.

Por volta de 1534 a Coroa portuguesa instituiu o regime de Capitanias Hereditárias, uma divisão administrativa para ajudar no governo do novo mundo, mas também com a expectativa de descobrir e explorar minas de metais preciosos. Inicialmente tais objetivos não foram alcançados, mas a cana-de-açúcar foi o que tornou a capitania de Pernambuco, uma das mais prosperas da época, está, foi entregue ao fidalgo português Duarte Coelho, que seguiu para o sul e se estabeleceu estrategicamente no alto de colinas, onde existia uma pequena aldeia chamada pelos índios de Marim, instalando assim o povoado que deu origem a atual Olinda. E com cerca de uma légua de distância existia o Porto de Olinda (Recife), que com o tempo foi ocupado por um povoado onde viviam pescadores, marinheiros e mercadores, e onde funcionava o portuário. Um espaço descrito como “planície constituída de ilhas, penínsulas, alagados, mangues e pauis, envolvidos pelos braços d’água dos rios que, rompendo passagem através da cinta sedimentar das colinas, se espraiam remansosos pela planície inundável. Foi nesses bancos de solo ainda mal consolidados - mistura ainda incerta de terra e de água - que nasceu e cresceu a cidade do Recife, chamada de cidade anfíbia, como Amsterdã e Veneza, porque assenta as massas de sua construção quase dentro de água, aparecendo numa perspectiva aérea, com seus diferentes bairros flutuando esquecidos à flor das águas" de acordo com Josué de Castro, grande escritor e geógrafo do século XX.

Com o tempo as atividades comerciais cresceram e a povoação foi se transformando e expandindo. O mercantilismo ganhava espaço e com o porto era garantida a saída da produção açucareira e de entrada de tantas outras mercadorias. Formou-se um núcleo urbano, cresciam as construções o espaço se expandia, com troca de hábitos, informações, moedas e mercadorias vindas de outros lugares.

Nesse novo século (XVII), o Recife torna-se cada vez mais próspero, não só com o fluxo do açúcar, mas também entrada de escravos, e mercadorias valiosas e essenciais para a manutenção da colônia. O sítio urbano do Recife se alargava junto com a valorização mercantil. O que trouxe muitos olhares de fora.

Diante da invasão Holandesa na Capitania de Pernambuco em 1630, com o propósito de se beneficiar com o crescimento desse novo núcleo urbano que se expandia, estabelecem a Nova Holanda ou Brasil Holandês que dura cerca de 24 anos. Em 1637, com a chegada do conde Maurício de Nassau, auxiliado por uma equipe de engenheiros, arquitetos e cientistas, inicia-se uma transformação na paisagem da Cidade Maurícia, atual bairro de Santo Antônio. São inauguradas pontes, diques e canais para vencer as condições geográficas locais, além de edifícios, como Freeburg, sede do poder de Nassau na Nova Holanda. O atual Recife passa a ter ares de uma cidade moderna comparando com outras Capitanias do Nordeste.

Segundo o historiador José Antônio Gonsalves de Mello “A nova cidade foi projetada por Nassau segundo planos urbanísticos definidos: ruas cortadas regularmente, saneamento da zona, escoamento das camboas, construção de pontes e de diques”. E conclui que a “futura capital foi iniciada com características da cidade segundo a concepção norte-européia”.

Por razões econômicas (dividas), e outras questões, o descontentamento com os holandeses foi crescendo, e o povo de Pernambuco se rebelou contra o governo holandês, iniciando a Insurreição Pernambucana; com o apoio de reforços portugueses, holandeses foram expulsos em 1654. Apesar de terem contribuído significativamente para a transformação do espaço urbano da cidade do Recife, durante seu governo intolerância religiosa só aumentou, as ameaças sobre confiscações de terras tornaram-se constantes, e passou-se a exigir pagamentos de dívidas de forma abusiva.

Mesmo com tais situações, o povoado do Recife foi elevado à categoria de vila independente em 1710. Por conta da Guerra dos Mascates, um conflito de interesses políticos e econômicos entre recifenses e olindenses, houve um aumento populacional, ocasionado pela vinda de portugueses para o Brasil em busca de investimentos promissores, afinal o porto mantinha sua importância e o comércio prosperava.

Outro ponto que trouxe muitas vantagens para a cidade do Recife foi à produção cinematográfica brasileira, onde a nova capital de Pernambuco se destacava, mesmo com o foco no Sudeste pela sua produção

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