RESENHA: SOU SURDA E NÃO SABIA

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Muitas vezes a utilização de linguagem oral pelos surdos acaba tornando a comunicação limitada, já que não é uma linguagem própria para eles, e por muitas vezes Sandrine se sentiu assim, foi então que ela decidiu por deixar de utilizar a linguagem oral, já que a língua de sinais atendia a todas as suas demandas. É recomendável que as crianças surdas, aprendam a linguagem de sinais como primeira língua e como segunda língua aquela que é falada em seus pais. Esse método de ensino é chamado de bilinguismo. Nessa modalidade, ambas as línguas não são ensinadas ou utilizadas de forma simultânea.

É perceptível que uma parte dos ouvintes sempre estão tentando dizer aos surdos o que eles podem ou não fazer, como devem ou não se comunicar, que carreiras profissionais podem ou não seguir, o que torna difícil, se não impossível fazer com que os surdos tenham identidade própria dentro de uma sociedade que parece tentar a todo custo ignorar as diferenças alheias. Por isso, se tornou tão importante para Sandrine o ativismo. Lutar pelos direitos dos surdos (que pareciam possuir somente deveres) fez com que ela encontrasse o seu caminho.

Apesar de existir uma grande quantidade de pessoas surdas no Brasil, em questão de apoio a essa classe, o estado ainda peca muito. Não existem muitas escolas especializadas na alfabetização dos surdos, principalmente em cidades do interior. No município de Tanque Novo, por exemplo, não existe nenhum programa especial de aprendizagem para surdos, alguns deles frequentam a escola normalmente, mas como o ensino é quase que totalmente oral, eles acabam ficando excluídos em sala, o que torna seu rendimento muito baixo e em muitos casos resulta em desistência.