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MAQUIAVEL - REPÚBLICA X PRINCIPADO

Por:   •  25/10/2018  •  1.473 Palavras (6 Páginas)  •  454 Visualizações

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O Príncipe era uma obra voltada ao principado, ou seja, os príncipes que entravam no poder político. Através dessa obra, Maquiavel aconselhava os príncipes em administrar um bom governo, chegar ao “sucesso” e se manter no poder. Maquiavel vai falar sobre o “príncipe novo”, que aconselha o príncipe a ter uma certa estabilidade política enquanto está no poder, pois o simples fato de ganhar uma guerra ou conquistar um território, não é o suficiente para se manter no poder e administrá-lo de forma correta e segura. O desafio do príncipe é manter o equilíbrio do Estado, que encenam a realidade social e política. Assim, o conflito entre os grandes e o povo, ou seja, entre os grupos sociais, constitui na essência política de Maquiavel. Maquiavel defende as divisões sociais como de grande importância, a fim de que o povo se sinta sempre em conflitos sociais, percebendo a necessidade do Estado, em um processo dependência continua. Esse fato nos remete a grande parte da população marginalizada, onde alguns oprimidos percebem-se enquanto sujeitos de liberdade plena, enquanto o governo não legitima os desejos das organizações populares, em busca de igualdade de direitos. Maquiavel dizia que o príncipe pode chegar ao poder através do povo ou da aristocracia. Ele afirma ainda que uma vitória se efetiva de forma mais ágil quando o governante possui o apoio do povo, e que o mesmo deve impor-se e fazer com que o povo tenha sempre a dependência do Estado, a fim de conter qualquer ameaça de revolução.

Analisando um pouco da obra de Maquiavel: Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio, o que se modifica na passagem do principado para a república é a própria natureza da vontade envolvida, da república aristocrática para a república democrática. O que muda é somente o modo de formação da vontade coletiva. A vontade coletiva tem necessidade de que sejam respeitadas determinadas regras (como, por exemplo, a da maioria), as quais não se aplicam à formação da vontade do príncipe, que é a vontade de uma pessoa física. Maquiavel diz que as medidas tomadas numa república favorecem a muitos, ao contrário da monarquia que: “Com frequência, o que o monarca faz em seu próprio interesse prejudica o Estado, e o que beneficia o Estado é nocivo aos interesses do monarca” (DISCURSOS: II,02). Maquiavel vê também que não pode haver progresso onde não reina a liberdade, porque a possibilidade de desenvolvimento do potencial de um povo fica limitada: “Quando a tirania se levanta no meio de um povo livre, o menor inconveniente que traz é a interrupção do progresso, deixando o país de crescer em poder e em riqueza, porque o normal é que, nesse caso, o Estado regrida”. (DISCURSOS: II,02). Maquiavel acreditava que a forma perfeita de governo republicano é aquela que apresenta características monárquicas, aristocráticas e populares de forma harmoniosa e simultânea, ou seja, uma república mista. Observa que uma monarquia facilmente se torna uma tirania, que a aristocracia se corrompe em oligarquia e que o governo popular se converte em demagogia, formas corrompidas da república. Porém, Maquiavel vai dizer também que a organização ou reforma de uma república, da mesma forma que a fundação de um reino, exige um chefe com poder absoluto. É importante dizer que não se deve afirmar que Maquiavel estaria defendendo um tirano, pelo contrário, ele faz seu ódio à tirania, que não tem como meta o triunfo do estado, mas sim o engrandecimento de quem se apoderou do seu poder. A demonstração de Maquiavel em favor da República é dada por dois pressupostos especificamente políticos, no qual não é o bem individual, mas sim o bem geral, que faz a grandeza das cidades e que o bem geral é apenas observado nas repúblicas.

Para concluir, podemos dizer que o governo para ser bem sucedido, seja uma monarquia ou república, deve objetivar a segurança das propriedades e da vida, sendo esses os desejos mais universais da natureza humana. A contribuição de Nicolau Maquiavel para o mundo político é bem notável. Maquiavel ensinou, através de suas obras, a vários políticos e governantes. As obras de Maquiavel entraram para sempre não só na história, como na nossa vida cotidiana atual, já que é aplicável a todos os tempos. É possível perceber que “Maquiavel, fingindo ensinar aos governantes, ensinou também ao povo” e é por isso que até hoje, e provavelmente por muito tempo, ele será reconhecido como um dos maiores pensadores da história do mundo.

Referências:

MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Madras, 2006. Caps. II, V, VI, XVII, XVIII

MAQUIAVEL, Nicolau. Discurso sobre a primeira década de Tito Lívio. São Paulo: Martins Fontes,

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