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O principe Maquiavel

Por:   •  1/1/2018  •  5.556 Palavras (23 Páginas)  •  488 Visualizações

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2-TEMA/ PROBLEMA DE PESQUISA/ JUSTIFICATIVA

O presente estudo sobre a sua obra, O Príncipe de Maquiavel, foi feito no intuito de entender melhor a situação política da qual nós nos deparamos neste momento, pois Maquiavel foi um dos grandes pensadores políticos da história, e desenvolveu enorme importância para a sociedade renascentista e até hoje, continua sendo analisado. Tendo como eixo a análise do conteúdo da obra e a atualidade de suas instruções que abrange as questões políticas.

Tendo como foco a temática citada acima, Maquiavel elaborou tal obra em forma de tratado político, e tinha intenção de delinear a estrutura governamental de sua época. A política em Maquiavel identifica-se com a manutenção do poder, e a mesma é a esfera do poder por excelência, entrelaçando-se a realidade objetiva, com os reais problemas das relações entre os homens, passando a ser vista como uma técnica ao invés de prescritiva, com leis próprias, atinente ao cotidiano dos indivíduos.

Segundo Ferreira (1998), a política significa: prática e arte do governo das sociedades humanas; civilidade; astúcia no trato comercial ou de outra natureza; habilidade em lidar com outrem. O conceito de Ferreira sobre política faz perceber que foi influenciado por romanos, gregos e principalmente por Maquiavel.

Maquiavel tinha um pensamento diferenciado sobre a política, ele buscou fundamentar uma filosofia política tendo como pressuposto a dominação dos homens. A definição de política para Maquiavel é tida como toda ação humana relacionada ao poder, e ela deve ter habilidades de executar estratégias que tenham por finalidade a conquista e a manutenção do poder. Não é só a teoria que impulsiona, ela requer prática. O conhecimento e o fazer propriamente dito das ações visam o poder, tornando o homem um ser dominador e glorioso, o que significa dizer que a dominação é essencial na concepção de Maquiavel. Seu maior interesse é o fenômeno do poder formalizado na instituição do Estado, procurando compreender como as organizações políticas se fundam, se desenvolvem, persistem e decaem.

A obra O príncipe, deixa claro que a aspiração de Maquiavel não é argumentar sobre política, mas fazer um guia prático, que partindo do empirismo ensina que, se preciso for, o governante deve infringir a moral para se manter no poder. Ele fez um tratado sobre o modo de fazer política, analisando os modelos políticos, quais se saíram bem ou não, fazendo uma leitura realista do homem. Deixando as claras que os fins justificam os meios surgindo o conceito “maquiavélico”. Mas apenas na medida em que estes meios não entram em contradição com os fins almejados Segundo ele, se o povo está rebelde, cabe ao governante fazer alguns atos de crueldade para que o povo veja quem é o governante, porém sem exagerar na crueldade. “O príncipe deve saber servir-se da natureza do animal, deve entre eles tirar as qualidades da raposa (estratégia e esperteza) e do leão (força, domínio, coragem)”. (MAQUIAVEL, 1983, p.73).

O príncipe deve desejar ser visto como piedoso e não como cruel. Daí surge uma questão muito debatida: é melhor ser amado ou temido?

Assim Maquiavel diz (1996, p.83).

Os homens hesitam menos em ofender aos que se fazem amar do que aos que se fazem temer, porque o amor é mantido por um vínculo de obrigação, o qual, devido a serem os homens pérfidos é rompido sempre que lhes aprouver, ao passo que o temor que se infunde é alimentado pelo receio de castigo, que é um sentimento que não se abandona nunca. Deve, portanto o príncipe fazer-se temer de maneira que, se não se fizer amado, pelo menos evite o ódio.

Nicolau acredita que os homens, de forma generalizada, que são ingratos, volúveis, dissimulados; buscam correr dos perigos existentes e são muito gananciosos; e o príncipe deve beneficia-los, isso faz com que as pessoas fiquem ao lado do mesmo.

E Maquiavel (1983, p.68) diz.

Isso porque dos homens pode-se dizer, geralmente, que são ingratos, volúveis, simuladores, tementes do perigo, ambiciosos de ganho; e, enquanto lhes fizeres bem, são todos teus, oferecem-te o próprio sangue, os bens, a vida, os filhos, desde que, como se disse acima, a necessidade esteja longe de ti; quando esta se avizinha, porém, revoltam-se.

De acordo com Maquiavel o melhor é serem as duas coisas tanto amado quanto odiado, mas por que é difícil reunir ao mesmo tempo essas duas qualidades, é satisfatório ser temido do que amado.

A ética em Maquiavel contradiz à ética cristã herdada por ele da Idade Média. Para a ética cristã, as atitudes dos governantes e os estados em si estavam subordinados a uma lei superior e a vida humana destinava-se à salvação da alma.

Segundo Escorel ( 1979, p. 93):

A filosofia cristã, legada pela Idade Média ao Renascimento, concebia o homem como um ser temporal, de vocação social, dotado, porém, de uma destinação extraterrena, isto é, como um ser que vive naturalmente em sociedade, subordinado à lei positiva, mas que deve, antes de mais nada, obedecer à lei natural, colocada acima da própria autoridade do Estado, e que este não deve contrariar, pois ela emana da própria lei eterna.

O autor não nega os valores éticos, religiosos e espirituais, mas sim faz afirmações que esses valores devem ser subordinados ao estado, devendo contribuir para o bem do estado, se caso não acontecer serão subordinados a ele. Maquiavel rejeita o legado ético cristão da idade média e a constituição de uma moral laica de base naturalista.

O campo da ética é diferente da moral, pois na ética não lhe concerne formulações de juízos valorativos, e a moral presume regras de ação e imperativos materializados em realidades históricas concretas, antecedendo à própria ética, e sua função consiste precisamente me regulamentar as relações entre os indivíduos e entre estes e a comunidade, contribuindo para a estabilidade da ordem social.

Em Maquiavel não há oposição entre moral e política e, não existe nenhuma distinção entre moral privada e moral pública, pois ela condiz em um objetivo comum, que é o bem da comunidade, ou pelo menos o bem do príncipe, o que significa o bem do Estado. Os problemas entre moral e política aparecem a partir de alguns objetivos políticos, um deles é quando se propõe admissão de medidas condenáveis pela consciência moral, em nome de valores ou princípios que transcendem a jurisdição temporal do Estado.

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