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O MAQUIAVEL

Por:   •  21/3/2018  •  1.752 Palavras (8 Páginas)  •  316 Visualizações

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O livro foi escrito por Maquiavel durante seu exílio e por isso antes que tenha inicio a obra propriamente dita, há uma dedicatória a Lorenzo II de Médici, com a qual busca ser reempregado na administração publica, como pode ser observado no ultimo parágrafo. Esta obra se tornou um guia de como chegar ao poder e se manter nele. Ela não prevê a busca de um ideal, porém, se mostra muito realista, ditando não apenas as formas, mas oferece os caminhos e também exemplos práticos – para a época – de como os governantes deve e não deve agirem, tornando-se essencialmente comparativo.

CONTEXTO HISTÓRICO E POLÍTICO

No início do século XVI, a Itália vivia uma grande instabilidade política, sendo dividida em pequenos reinos ou Repúblicas. Predominava a formação de Milícias, através de Mercenários ou condottieri (comandantes contratados para conduzirem o exército).

Estava também, submissa a todo o tipo de exações, principalmente as dos franceses e dos espanhóis.

Neste contexto, Maquiavel escreve o Príncipe, no qual constava como deveria ser restaurada a ordem política vigente, fundamentada no principado e na unificação da Itália, que deveria se consolidar sob o comando de um Monarca que a dirigiria e a faria uma nação forte.

“Todos os estados, todos os domínios que tiverem e têm poder sobre os homens foram e são ou repúblicas ou principados”. ( pag. 5)

A NATUREZA HUMANA

Sem enfatizar termos idealistas, sugeridos por crenças religiosas medievais. Maquiavel preconizava que não havia meios que os fins não justificassem, nem códigos morais que não pudessem ser transgredidos, nem princípios religiosos que reprimissem o governante. Ao fazer a distinção entre o que um homem era e aquilo que deveria ser, ficou com a realidade como a via e eliminou o "deve ser“.Homem autossuficiente: o homem é o deus para o homem, exercendo seu próprio poder criador sobre uma natureza expurgada de raízes religiosas.

Ao fazer a distinção entre o que um homem era e aquilo que deveria ser, ficou com a realidade como a via e eliminou o "deve ser“.

O PODER

Quanto ao príncipe (líder), o poder deve ser conquistado e mantido, e para tanto, justifica-se o poder absoluto. Não existe poder sem um Estado Nacional forte. Típico pensador do Renascimento, Maquiavel é Considerado o primeiro teórico do Estado moderno. Ele vislumbrava a necessidade de um Estado centralizador e poderoso, em que o governante se sobressaísse sobre os demais senhores feudais e tivesse poder para conduzir a sociedade.

O poder era cada vez mais “multipolarizado” e Nicolau, devido a sua vasta experiência política sabia que a estabilidade só poderia ser conquistada por ações rápidas e precisas, que só um governante forte poderia executar. E um governante forte nessa época deveria ter pulso firme, ser determinado e não medir esforços, era preciso ser capaz de agir.

E a partir da necessidade do monarca ser capaz de agir sem medir esforços, com o passar do tempo, surgiu de forma errônea a frase de que “os fins justificam os meios”, o que Maquiavel nunca chegou a realmente pregar. Em parte, na época para a qual a obra foi escrita, sim o fim – unificação italiana – “justificava” o meio, mas apenas no sentido de fazer o necessário e nada mais. Uma vez que o manter no poder que Maquiavel prega e ensina, não busca o absolutismo, mas sim a unificação e estabilidade.

O APOIO POLÍTICO

Maquiavel discorre sobre a necessidade de o governante ter o apoio do povo, sempre melhor do que o apoio dos grandes, que podem ser traiçoeiros. Visto que, é da natureza humana a procura incessante pelo poder, glória, fama e etc...

A ação do príncipe

- virtù: (virtude no sentido grego de força, valor qualidade e virilidade) Os príncipes de virtù são governantes especiais, capaz de realizar grandes obras e provocar mudanças na história.

- fortuna: (ocasião, acaso) Para agir bem, o príncipe não deve deixar escapar a fortuna, isto é, a ocasião oportuna.

FUNDAMENTOS DO PODER POLÍTICO

Segundo Maquiavel, as forças da política está centrada no modo precavido e/ou ousado em que príncipe virtuoso, aproveita o acaso e a sorte das circunstâncias e guarda a ocasião propícia, como observador atento do curso da história.

A VIRTU e a FORTUNA torna o príncipe virtuoso, porém, isso não quer dizer bom e justo, mas sim de ter a capacidade de perceber a situação, para então agir, conquistar e manter o poder. Maquiavel garante que é necessário governar com ele. A força popular é forte demais para poder ser ignorada. A política é uma disciplina positiva e não normativa.

MANUTENÇÃO DO PODER

Maquiavel, constitui dever do príncipe manter-se no poder a qualquer custo, por isso, às vezes, pode ser legítimo o recurso ao mal – o emprego da força coercitiva do Estado, a guerra, a prática da espionagem, o uso da violência. Maquiavel, no entanto, distingue entre o príncipe de virtù, que é forçado pela necessidade a usar da violência visando o bem coletivo, e o tirano, que age por capricho ou interesse próprio.

O governante é trabalhado em sua obra como virtuoso, como algo correspondente ao intimo do dominador, atuando de acordo com a situação, sempre para se manter no poder, seria um meio adquirido; outra característica é referente à fortuna, dentro do aspecto da conquista de território, como Estado hereditário. O governo ideal seria a junção de tais aspectos. Em que este governante utiliza da crueldade mal ou bem elaborada, esta como a que é feita de maneira imposta, rápida, mas que com algum tempo é esquecida, já aquela que é feita aos poucos, assim a insatisfação na população torna-se “constante”. Havendo também a bondade boa: a que é realizada de maneira parcelada; e a mal exercida: é quando se faz tudo de bom de uma vez e depois, não se implementa mais nada.

O POVO

Maquiavel garante que é necessário governar com ele. A força popular é forte demais para poder ser ignorada. Cabe ao príncipe encontrar o equilíbrio entre o apoio dos grandes e a aceitação das multidões. O soberano prudente é aquele que sabe alternar a força bruta e a inteligência astuta.

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