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COACHING PARA DEPENDENCIA QUIMICA

Por:   •  17/10/2018  •  7.069 Palavras (29 Páginas)  •  396 Visualizações

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Por meio de estratégias, o coach conduz seus clientes para o autoconhecimento e percepção do cenário atual, liberando seu potencial para maximizar seu desempenho. O coaching auxilia as pessoas a ir além do que já são e perceber o que querem se tornar no amanhã, expandindo suas competências e habilidades, seus resultados e suas crenças e atitudes (LAPPOLI; BEIRÃO FILHO; LAPOLLI; FRANZONI, 2010).

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

2.1 A Dependência química

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 2001. A dependência química está classificada entre os transtornos psiquiátricos, tendo sua classificação definida na CID-10 e também na DSM IV (ver abaixo); sendo considerada uma doença crônica que pode ser tratada e controlada simultaneamente como doença e como problema social.

Por se tratar de uma doença crônica leva a pessoa a uma progressiva mudança de comportamento, gerando uma adaptação a doença, a fim de proteger o uso da droga. Ainda na concepção da dependência química como doença, ela é caracterizada como progressiva, incurável, mas tratável, apesar de problemas significativos para o dependente. É uma doença de evolução própria, que pode levar à insanidade, prisão, morte ou ao tratamento.

De acordo com a Classificação Internacional das Doenças (CID-10) da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Dependência Química de Substâncias Psicoativas é considerada uma doença caracterizada por um padrão de sintomas e características que numeramos abaixo para que se possa diagnosticar mais precisamente.

- Forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância;

- Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância.

- Um estado de abstinência fisiológica quando o uso da substância cessou ou foi reduzido, como evidenciado por: síndrome de abstinência característica para determinada substância ou o uso de uma substância intimamente relacionada, com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência.

- Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são requeridas para alcançar os mesmos efeitos que se alcançava quando começou a ingerir a substância.

- Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso da substância psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessário para obter ou tomar a substância ou para se recuperar de seus efeitos.

- Persistência no uso da substância, mesmo compreendendo que a mesma é nociva, tais como dano ao fígado por consumo excessivo de bebidas alcoólicas, estados de humor depressivos conseqüentes a períodos de consumo excessivo da substância ou comprometimento do funcionamento cognitivo relacionado à droga.

Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-IV-TR) este define a dependência como um padrão mal adaptativo do uso de substâncias, levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, caracterizado pela presença de três ou mais dos critérios a seguir, pelo período de um ano:

• Tolerância (necessidade de quantidades maiores para obtenção do mesmo efeito ou menor intensidade do efeito com a dose habitual);

• Abstinência (síndrome com sinais e sintomas típicos de cada substância, que são aliviados pelo consumo);

• Consumo por período de tempo mais prolongado e em quantidades maiores que o planejado;

• Desejo persistente de uso e incapacidade para controlá-lo;

• Muito tempo gasto em atividades para obtenção da substância;

• Redução do círculo social em função do uso da substância;

• Persistência do uso da substância, apesar de prejuízos clínicos.

2.2 O Dependente químico

A necessidade da utilização de drogas altera a vida do dependente em todos os sentidos afetando o âmbito familiar, social e profissional, trazendo para o indivíduo um intenso sofrimento físico e emocional. Assim, o tratamento da dependência química vai além do próprio individuo e envolve toda sua rede social afetada (LEITE, 2000).

Antes de descobrir nas drogas a fonte ideal de alívio necessário à sensação de desconforto que o persegue, o dependente químico pode ter experimentado e freqüentemente abusado de comida, televisão, sexo, trabalho, perigo, jogo, esportes, religião, meditação, etc. No caso dos dependentes químicos, essas dependências foram insuficientes para manter sua necessidade de alívio.

Os prejuízos neurológicos, cognitivos e relacionais causados pelas substâncias são em sua maioria irreversíveis, progressivos e passam despercebidos pelo indivíduo. Os danos físicos e sociais quando percebidos impulsionam, ainda mais, o dependente químico a uma insaciável busca pelos efeitos da droga (SILVA, 2000, p.14).

2.3 O Tratamento e Recuperação

Para o Manual dos Narcóticos Anônimos (1993), o tratamento e recuperação de um dependente químico começa no momento em que ele se reconhece como sendo um dependente, e este é o primeiro passo a ser dado em busca da recuperação, em segundo é de supra importância traçar um perfil detalhado do mesmo pois isto possibilitará a elaboração de estratégias de tratamento.

A parte mais importante de um tratamento de um dependente químico consiste em despertar no mesmo a consciência de ser honesto consigo mesmo, aceitar-se como dependente, manter-se limpo (abstinência) e evitar recaídas e se estas acontecerem que os mesmos não se culpem e que imediatamente procurem novamente ajuda.

As metas de recuperação prevalecem as mesmas para todos e envolve reabilitação, reaprendizagem ou restabelecimento da capacidade de manter um estilo de vida positivo. Aprender ou reaprender a ter estilos de vida positivos em que as drogas não se façam presentes. A recuperação envolve ainda a mudança do modo como os indivíduos percebem a si mesmo no mundo, ou seja, sua identidade.

2.3.1 Plano de tratamento

A pesquisa se realizou em um centro de tratamento que se utiliza da política dos Narcóticos Anônimos, onde o eixo norteador é a aplicação dos Doze Passos para estabelecer a reabilitação física e espiritual, cuja premissa básica

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