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Dependencia quimica

Por:   •  27/2/2018  •  2.442 Palavras (10 Páginas)  •  316 Visualizações

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- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Droga é toda substância que, ao ser consumida (introduzida, inalada, ingerida ou injetada) provoca alterações no funcionamento do organismo, modificando as funções normais. Há um grupo de drogas que possui a capacidade de atuar no psiquismo, são as drogas chamadas de psicotrópicas. Estas drogas provocam alterações do humor, na percepção, sensações de prazer e euforia, alívio, medo, dor, entre outras. (GONÇALVES, 1998)

Todas as substâncias chamadas de drogas psicotrópicas têm efeitos no sistema nervoso, produzindo no homem resultados psicoativos. Estas podem ser classificadas em: psicolépticas (sedativas), psicoanalépticas (estimulantes), psicodislépticas (perturbadoras) e podem ainda haver os efeitos combinados ou potenciados. As drogas podem ser classificadas em naturais, semi-sintéticas ou sintéticas; lícitas ou ilícitas. Do ponto de vista sociocultural, podem ser socialmente integradas ou rejeitadas; de finalidade terapêutica ou não. (PATRÍCIO, 1999)

O uso abusivo de drogas pode se dar em qualquer etapa da vida de um indivíduo, a maior frequência é na adolescência e juventude, onde o uso e o abuso de álcool e outras drogas constituem as principais causas desencadeadoras de situações de vulnerabilidade na adolescência, como suicídios, violência, gravidez não planejada e a transmissão de doenças por via sexual ou por compartilhamento de seringas para drogas injetáveis. (CAVALCANTE et al., 2008)

Pratta e Santos (2006) realizaram uma pesquisa com vários adolescentes para identificar os motivos que os fizeram consumir drogas pela primeira vez. 44,8% dos entrevistados não responderam à pesquisa, talvez por vergonha ou por medo da exposição. 15,7% dos entrevistados disseram que experimentaram drogas pela primeira vez por curiosidade e 9,7% por diversão ou prazer.

Pode-se notar que os motivos que levam alguém a usar drogas são bastante variados. É importante ressaltar que não são pequenos motivos, ou uma única causa isolada, que levam o indivíduo a utilizar algum tipo de substância psicoativa. Geralmente, existe um conjunto de fatores que, ao atuarem no contexto no qual está inserida uma determinada pessoa, acaba predispondo-aà utilização de drogas. (DRUMMOND & DRUMMOND FILHO, 1998)

Após os primeiros contatos com as drogas, o usuário inicia uma luta contra ele mesmo e contra as drogas, esta luta pode ser perdida e levar à dependência química, e, além disso, levar o indivíduo a várias perdas.

Ingressar no caminho da dependência química é como montar um álbum de figurinhas, em que cada peça é o registro de uma perda importante: de uma pessoa amada ou dos pais que fez sofrer, de um vínculo que se rompeu, de um emprego que se perdeu, de uma confiança que foi quebrada, de uma agressividade gratuita, de um filho que não se viu crescer ou não ajudou a formar, de um(a) companheiro(a) que ficou no caminho, de um patrimônio que se esvaiu, de sonhos que se perderam, da saúde que se destruiu, enfim, de dias amargos de sofrimento. (DIAS, 2012, p.21)

Mendonça (1999) afirma que no início a relação droga-usuário é perfeita, mas as sensações agradáveis que são criadas artificialmente pela droga, em determinado momento, começam a ter contrapartida com as desagradáveis. Chegará um tempo em que a droga não corresponde mais da maneira esperada como no início, neste momento pode ocorrer um “desencanto” e a pessoa abandonar as drogas. Neste mesmo trabalho, o autor ainda cita a possibilidade da morte nesta fase de desencanto, tanto fazendo o uso de uma dose excessiva da droga para tentar aumentar a sua potência, ou entra em extrema frustração e apela para o suicídio.

Após a fase da adesão à droga, o dependente começa a trilhar um caminho solitário como se as outras pessoas deixassem de fazer parte de sua vida sombria e obscura. Junto com a dependência química, o indivíduo desenvolve habilidadespara mascarar seu uso e para obter a próxima dose. Com isso, sedimentadesvios de conduta que lhe permitem mentir, omitir, difamar ou roubar.As fases da dependência química são as seguintes (MENDONÇA,1999):

- 1ªFase: Esta fase é caracterizada pelo início do processo da dependência química que é causada pela autoadministração de drogas. A substância escolhida éa que tem afinidade com o temperamento do usuário. É a fase da “lua de mel” onde a droga satisfaz todas as expectativas do indivíduo e quando este ainda consegue controlar a situação.

- 2ª Fase: Neste período há duas características fundamentais: Primeiroinstala-se a dependência química e o consumo compulsivo das drogas que agem sobre o psiquismo (toxomania). Em seguida inicia-se o mecanismo da tolerância, que nem sempre é presente.

- 3ª. Fase: Período conflituoso de aparecimento ou agravamento dos sinais ou sintomas psicofísicos do uso da droga e quando a droga passa a ser dominante. Nesta fase o usuário que buscava liberdade nas drogas dá de cara com um grande equívoco e se deparacom uma dolorosa prisão. A droga já não é mais usada tanto para repetição dos efeitos agradáveis, mas sim para evitar o sofrimento decorrente da falta da droga.

- 4ª. Fase: Neste período, muitas vezes, o dependente químico busca a saída da droga. A saída, no entanto, não fácil dentro de uma perspectiva feliz para o dependente, pois pode ocorrer morte por vários motivos que são atrelados ao uso de drogas, morte por infecções (AIDS, tuberculose, septicemia), por suicídio ou por overdose.

Vários profissionais da área da saúde têm grande importância na reabilitação dos dependentes químicos, e o profissional da psicologia trabalha na base de todos os tratamentos. A principal função do psicólogo é a reinserção do paciente na sociedade, pois após o tempo de consumo de drogas, este encontra-se por muitas vezes marginalizado ou excluído.

A psicologia social tem grande contribuição para o tratamento de dependentes químicos. É importante realizar uma análise psicossocial considerando a influência da sociedade na construção do ser dependente químico. Já é relatado que um paciente com dependência química pode mudar o seu comportamento psicossocial apenas por estar em meados do tratamento (FERREIRA DE LIMA, 2008).

Alves (2006) aborda em seu trabalho um tratamento para a dependência química que leva em consideração a psicologia social. A autora relata que, no contexto da psicologia social, o Ser Humano é considerado produto e produtor dentro de seu contexto

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