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A Percepção do Assistente Social

Por:   •  22/3/2018  •  4.908 Palavras (20 Páginas)  •  258 Visualizações

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Diante disto, o trabalho foi estruturado conforme segue abaixo.

O capítulo 1 - Introdução - apresenta o tema e sua delimitação, as hipóteses, as questões de pesquisa que nortearam o estudo, os objetivos geral e específicos, a justificativa, a metodologia adotada e esta estrutura.

O capítulo 2 - Revisão da Literatura - aborda a infância na faixa etária de 4-6 anos de idade, com foco no direito de ser, pensar, sentir e sonhar da criança, como também a importância da educação infantil no desenvolvimento da criança.

O capítulo 3 aborda o serviço social em instituições de acolhimento e o processo educacional, as atribuições do assistente social e as características do acolhimento institucional com crianças pequenas.

O capítulo 4 traz uma Análise de Conteúdo inter-relacionando teoria e prática.

O capítulo 5 apresenta as Considerações Finais e Sugestões para trabalhos futuros, apresentando o entendimento da autora deste estudo.

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2 A INFÂNCIA NA FAIXA ETÁRIA DE QUATRO A SEIS ANOS DE IDADE

Este capítulo aborda a infância com foco no direito de ser, pensar, sentir e sonhar, com base no entendimento de Dallari (1986), como também, a importância da educação infantil no desenvolvimento da criança nesta faixa-etária, conforme a posição de Kramer (1994) e Vygotsky (1988).

2.1 A CRIANÇA E O DIREITO DE SER, PENSAR, SENTIR E SONHAR

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assim dispõe ao definir o termo criança: “Art. 2º Considera-se criança para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze (12) anos de idade incompletos. [...].”

Criança para Dallari (1986, p.21), significa “um ser humano que depende de outras para se revelar, mas que possivelmente abrirá para outras o caminho da vida. E que já nasceu como pessoa.” E complementando aponta que:

[...] toda criança é um testemunho da eternidade, uma certeza da renovação da vida, a portadora de um mistério. A criança é sempre um recomeço da humanidade, uma nova partida rumo ao infinito, uma parcela do espírito humano que poderá ser repositório de uma nova mensagem ou nascedouro de um novo tempo para todos os seres humanos. (DALLARI, 1986, p. 21).

Assim, inicialmente, no que diz respeito ao ‘direito de ser’, esta criança é frágil em sua constituição física, sendo incapaz de se auto-proteger e, consequentemente, é dependente de um ser humano adulto, tanto para a sua sobrevivência e desenvolvimento, quanto para revelar suas potencialidades. “A criança deve ser considerada em sua dimensão corpórea, mas também, na sua dimensão espiritual. Assim sendo, só poderá realizar-se integralmente quando atendidas em suas necessidades materiais e espirituais.” (DALLARI, 1986, p. 21-22).

Em seguida, quanto ao ‘direito de pensar’, Dallari (1986, p. 27-28) ressalta que a criança nasce sem hábitos, informações, preconceitos e compromissos com o passado. Desta forma, o ser humano adulto é responsável pela formação e a socialização deste ser, sem, no entanto, exigir que a criança reproduza crenças e costumes do mesmo. Ou seja, deve facilitar para que a criança conheça o seu entorno e, assim, comece a raciocinar por ela mesma. “É o modo de proceder de quem respeita o direito de pensar que toda criança deve ter.” (DALLARI, 1986, p. 28). Isto é, respeitar o direito de pensar da criança. A orientação do adulto é necessária, mas sem cercear o direito da criança. O ideal da comunicação adulto-criança é através do diálogo, sendo repassados conselhos, repreensões, elogios e punições. “Estimular a criança a usar sua inteligência é coisa que pode ser feita desde cedo e que lhe será útil para a vida inteira.” (DALLARI, 1986, p. 28; 30-31).

Após, o ‘direito de sentir’ é fundamental no processo de desenvolvimento da criança, sendo que esta ficará protegida de sofrimento. É um direito de toda criança expressar seus sentimentos, dando e recebendo afeto, estabelecendo vínculos, conquistando espaços em seu cotidiano. Neste sentido, Dallari (1986, p. 37) aponta que:

[...] impedir uma criança de expandir seus sentimentos, por uma ideia absurda de disciplina ou por entender que ela encare a vida com seriedade, querendo com isto dizer ‘racionalmente’, é agredir a natureza da criança; com isto ela acumulará frustrações e tenderá a fechar-se em seus sentimentos. [...].

Portanto, toda criança precisa receber afeto, que é a mola propulsora para o acolhimento de fato, como também, o estímulo para a superação das dificuldades e, muitas vezes, do sentimento de rejeição. Assim, o sentir e o gosto da criança é igual a do adulto. Sobre isto Dallari (1986, p. 38) observa-se que: “[...] gosta-se porque se gosta e não porque é útil, proveitoso, é agradável aos outros ou porque se quer gostar.” Isto pode ser aplicado aos brinquedos, à comida, às roupas, aos passeios, dentre outros, sem, no entanto, forçar a criança e fazê-la acreditar que ela gosta e/ou acabará gostando. Neste sentido Dallari (1986, p. 41) aponta que:

[...] a violência contra uma criança para mudar os seus gostos pode gerar duas espécies de comportamento. Pode ser que a criança não resista ostensivamente, porque percebe que se agir desse modo será castigada e tem medo do castigo. Então aceita a imposição, embora demonstrando má vontade, deixando claro que está sofrendo violência e que logo que puder voltará a fazer o contrário. Ou então a criança poderá achar mais conveniente fingir que se rendeu a imposição, fazer de conta que mudou o seu gosto, como os adultos queriam. No primeiro caso pode nascer aí uma revolta, um distanciamento afetivo [...]. No segundo caso a criança estará sendo forçada a agir com dissimulação [...].

Desta forma, diante da intolerância de um adulto, a criança poderá ficar com sequelas negativas que poderão acompanhá-la por toda a vida, e, por isto, é preciso mostrar a criança que o gostar ou não de alguma coisa é característica pessoal, que pode sofrer variações influenciadas por fatores culturais. “Respeitar o direito da criança de gostar é parte do respeito devido à criança e contribui para seu desenvolvimento interior e para a afirmação de sua personalidade.” (DALLARI, 1986, p. 42). Portanto, é preciso viabilizar

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