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A Ludicidade nas series inicias

Por:   •  6/12/2018  •  4.034 Palavras (17 Páginas)  •  383 Visualizações

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Dessa forma, verifica-se a necessidade de estabelecer a delimitação da problemática em estudo, por meio de observações prévias e do diálogo no campo de pesquisa. A adoção destas estratégias favoreceu, a percepção da forma como ocorre o relacionamento dos alunos com o lúdico, a relação existente entre escola e professores em situações práticas em que há casos que interferem no emocional e consequentemente no rendimento escolar das crianças.

Portanto, a primeira parte da pesquisa envolve o levantamento de fontes bibliográficas sobre os autores que abordam a importância do trabalho lúdico na escola, a partir da leitura de alguns autores, sendo encontradas respostas aos questionamentos levantados e, partindo deste princípio, foram desenvolvidos estudos por meio da pesquisa, sobre a relação que a escola tem no processo de ensino e aprendizagem.

Na segunda parte, foi utilizada a observação participante in loco, mais precisamente na E.M.E.I.F Jacinta Pires de Casa de Tábua - Pará, no qual os sujeitos da pesquisa foram dois professores e 20 alunos do 2° e 3° ano. Como instrumento e técnica de coleta de dados foram realizadas observações em sala de aula, leitura de textos relacionados ao tema em estudo e registro documental.

3- DESENVOLVEMENTO

3.1- O LÚDICO NO PROCESSO DA EDUCAÇÃO NAS SERIES INICIAIS.

Os estudos sobre ludicidade teve início no século XIX com discussões sobre sua importância. Por meio das descobertas e da criatividade, a criança pode expressar-se, criticar e transformar a realidade. Para que a ludicidade avance na educação é preciso fazer-se uma reflexão sobre o processo de ensinar e aprender.

Ressalta-se que na Idade Média, os jogos eram basicamente destinados aos homens proibidos para as mulheres e as crianças, pois não eram consideradas cidadãs naquela época é, por conseguinte, estando sempre à margem, eram excluídas de todas as atividades organizadas pela sociedade. Porém, em algumas ocasiões nas quais eram organizadas as festas da comunidade, os jogos funcionavam como um grande elemento de união entre as pessoas Ariés (1981).

Conforme Silva (2010) a palavra lúdico originou da palavra ludus, tem origem latina, advinda da noção de jogos, visto que a concepção inicial partiu dos jogos. Sendo assim o termo lúdico significa aquilo que se refere a jogos e brincadeiras, dessa forma, lúdico e jogo são palavras de significado muito próximo, utilizados atualmente em ampla escala nas escolas brasileiras.

De acordo com Winnicott (1975) e Piaget (1975), conceitos como brinquedo, jogo e brincadeira são formados ao longo de nossa vida. É a forma peculiar que cada criança define suas brincadeiras como fonte de divertimento.

Vale ressaltar que para Vygotsky (1998, p. 47), o educador poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras, histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas pelo adulto. Assim sendo, o lúdico pode ser utilizado como uma estratégia de ensino e aprendizagem.

Segundo Rau (2012) muitos profissionais da área educacional utilizam a ludicidade como um recurso pedagógico, pois a utilização de recursos lúdicos, como jogos e brincadeiras, auxilia a transposição dos conteúdos para o mundo do educando.

Neste sentido, os Referenciais Curriculares da Educação Infantil (1998:23), anunciam que:

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.

De acordo com Goés (2008 p 37):

(...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser melhorado, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos nesse processo.

Para Lima (2005, p. 63) o ato de brincar na escola está relacionado principalmente ao professor o qual deve apropriar-se de subsídios teóricos que consigam convencê-lo e sensibilizá-lo sobre a importância dessa atividade para aprendizagem e para o desenvolvimento da criança.

A proposta pedagógica tradicional coloca os conceitos de aprendizagem nos alunos de forma obrigatória, repetitiva através do método de memorização, então a forma de aprendizagem era mais lenta e difícil. Mediante tal fato é possível entender que ao aprender brincando a criança fixa melhor seu processo de aprendizagem, uma vez que é oportunizado vivenciar situações imaginárias facilitando seu desenvolvimento cognitivo e facilitando a interação com pessoas.

Neste contexto é interessante citar Kishimoto (2002, p. 23) que pontua que o jogo é considerado uma atividade lúdica que tem valor educacional, trazendo ao ambiente escolar inúmeras vantagens já que funciona como motivador e através dele as crianças sentem prazer em desenvolver as atividades propostas. Sobre a utilização de jogos e brincadeiras em sala de aula é fundamental que o professor participe ativamente da atividade com os alunos propondo desafios, buscando soluções e incentivando a participação de todos.

Portanto, verifica-se que a organização do trabalho pedagógico através de projetos exige do professor um maior comprometimento e domínio do conteúdo a ser ministrado, na qual de acordo com Barbosa; Horn (2008, p.40) o professor precisa estabelecer situações ricas e contextualizadas de aprendizagem para a criança, precisa saber muito sobre os temas enfocados.

Para tanto é de suma importância que o professor esteja atento e exerça uma participação efetiva na educação da criança e sendo assim é necessário que a composição do currículo escolar esteja de acordo com a realidade educacional.

É preciso compor o currículo com as necessidades que nós, os adultos, acreditamos que sejam aquelas apresentadas pelas crianças e que podemos obter por meio da observação das brincadeiras e de outras manifestações não verbais, assim como da escuta de suas falas das quais emergem os interesses imediatos. (BARBOSA; HORN, 2008, p.42)

Nesta ótica, o

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