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A CONTRIBUIÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO ATENDIMENTO AO PACIENTE ONCOLÓGICO: a experiência com o suporte social na Liga contra o câncer

Por:   •  17/10/2018  •  12.300 Palavras (50 Páginas)  •  399 Visualizações

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provocar um isolamento familiar e social. Dessa forma é fundamental que esses familiares possam identificar uma rede de suporte social. Diante do exposto fez-se necessário a produção deste artigo, onde foi possível documentar o processo de trabalho do Assistente Social frente às demandas apresentadas durante o tratamento do paciente com câncer e as respostas dadas por

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estes profissionais. Contudo, apresenta-se um estudo a partir de pesquisa bibliográfica e documental, bem como consultas no diário de campo produzido no período de estágio na Liga contra o câncer. Assim, este artigo tem como objetivo geral analisar a importância do trabalho do Assistente Social frente às demandas oriundas no processo saúde-doença dos pacientes oncológicos internados na UTI, a partir da experiência do suporte social. Para melhor compreender, o estudo estruturou-se em cinco seções, além desta Introdução e das Considerações finais. A segunda seção, com o título: a política de saúde no Brasil na contemporaneidade, apresentará elementos da política de saúde na contemporaneidade, a partir do marco constitucional, analisando de forma breve as conjunturas vividas na época no âmbito da saúde e como se desenvolveram até os dias atuais. O primeiro sub-item desta seção tem como título: política de saúde voltada ao paciente oncológico; traz ao leitor(a) o conhecimento sobre a política de saúde voltada para oncologia, contextualizando o aumento progressivo da demanda por diagnósticos e tratamentos, tornando importante o acesso à rede de assistência oncológica de forma adequada e estruturada, a partir do marco da criação desta política em dezembro de 2005. A terceira sessão tem como título: o fazer profissional do assistente social na saúde: a atuação no âmbito da oncologia; remonta a importância do fazer profissional do Assistente Social na saúde, dando ênfase à atenção oncológica. A quarta sessão tem como título: a experiência na liga contra o câncer; traz para o leitor(a) a contextualização do espaço profissional, caracterizando a Liga contra o câncer do Rio Grande do Norte e todas as suas unidades, o público alvo, bem como a experiência obtida na prática do estágio na unidade III da Liga contra o câncer, Policlínica, principalmente no que diz respeito a atuação profissional na UTI. O primeiro sub-item dessa seção tem como título: a contribuição do serviço social no atendimento ao paciente com câncer: a importância do trabalho no setor oncológico; traz o relato do projeto de intervenção com o intitulado: Paciente oncológico hospitalizado em unidade de terapia intensiva (UTI): como enfrentar melhor esse momento? que teve como objetivo informar e orientar os familiares dos pacientes oncológicos sobre o processo de hospitalização em unidade de terapia intensiva, bem como fazer com que eles descubram a importância do suporte social.

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2 A POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL NA CONTEMPORANEIDADE

A saúde é uma política pública, assegurada pela Constituição Federal de 1988, que prevê um Sistema único, pautado em princípios como a Universalidade, Equidade e Integralidade da atenção à saúde da população brasileira, assim como princípios organizativos tais quais a Descentralização, a Regionalização, a Hierarquização e a Participação social. No entanto, é fato que esse sistema passou e passa por inúmeros avanços e retrocessos, diante da realidade contemporânea de um Estado Neoliberal5. Apesar disso, não se pode deixar de considerar que olhando para a história desta política, o modelo de saúde atual mesmo longe do ideal, apresenta avanços no sentido de sua abrangência, da percepção do que é saúde – a partir dos parâmetros da OMS6 - bem como dos serviços a ela atribuídos. Nesse sentido, viu-se que a saúde no Brasil já passou por várias mudanças. Antes se tinha mais um caráter voltado para as iniciativas privadas, sob a responsabilidade principalmente, de ações filantrópicas das Casas de Misericórdia voltado para aqueles que não tinham como “pagar” e dos sistemas de saúde privados voltados para aqueles inseridos no mercado de trabalho e que podiam contribuir para isso, a exemplo das CAPS7 E IAPS8. Já as iniciativas públicas eram muito embrionárias e tinha mais um caráter de vigilâncias, e assistencialista. Somente com a Reforma Sanitária9, fruto das lutas e reivindicações dos movimentos sociais nos

5 Doutrina proposta por economistas franceses, alemães e norte-americanos, na primeira metade do século XX, voltada para a adaptação dos princípios do liberalismo clássico às exigências de um Estado regulador e assistencialista, que deveria controlar parcialmente o funcionamento do mercado. Assim, no plano das políticas econômicas, o neoliberalismo impõe um conjunto de formulas que têm por objetivo sanar a crise fiscal dos Estados e retomar a acumulação do capital em escala internacional. Para isso propõe o desmonte dos Estados de bem-estar social, as e a consequente contenção nos gastos sociais; as privatizações dos ativos públicos; desorientação das atividades sindicais e a flexibilização do trabalho; a desregulamentação do mercado e a globalização da economia (FUHRMANN, 2004). 6 A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social (OMS, 2002). 7 Caixas de Aposentadoria e Pensões. 8 Institutos de Aposentadorias e Pensões. 9 O movimento da Reforma Sanitária nasceu no contexto da luta contra a ditadura, no início da década de 1970. A expressão foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde, tais como melhoria das condições de vida da população, a saúde como um direito do cidadão, um dever do Estado e o acesso a todos os bens e serviços que a promovam e recuperem seja universal. Resultando, na universalidade do direito à saúde, oficializado com a Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) (FIOCRUZ, 2014).

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anos de 1970, a saúde brasileira passa a ser gerida a partir de uma perspectiva de direito e de Seguridade Social para a população. O grande marco legal deste processo de luta e de mobilizações passa a ser a Constituição Federal de 1988, contendo pela primeira vez uma seção sobre

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