TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO EM LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Por: Salezio.Francisco • 31/10/2018 • 4.307 Palavras (18 Páginas) • 479 Visualizações
...
2. A LITERATURA INFANTIL E SUAS CONCEPÇÕES
Desde quando, no final do século XVII e início do XVIII, surgiu uma nova concepção de infância a criança passou a participar da vida social com novos valores a ela foram atribuída passou-se a ter preocupação com a disciplina e com a moral em relação a formação desse novo indivíduo.
A literatura infantil surgiu no século XVII com FENÉLON (1651 – 1715), justamente com a função de educar moralmente as crianças. Foi nesse período que a literatura infantil e, principalmente, os contos de fada formam decisivos para a formação da criança em relação a sim mesma e ao mundo em sua volta.
As histórias tinham uma estrutura maniqueísta dividindo as personagens em boas e más, belas ou feias, poderosas ou fracas, etc., a fim de demarcar claramente o bem a ser aprendido e o mal a ser desprezado. Isso facilita à criança a compreensão de certos valores básicos da conduta humana ou do convívio social.
Segundo Magda Soares (2009):
Na educação infantil, devem estar presentes tanto atividades de introdução da criança ao sistema alfabético e suas convenções – alfabetização- quanto às práticas de uso social da leitura e da escrita – Letramento. (Art. Revista pátio, julho/outubro 2009, pág. 7).
A maioria dos contos de fadas, fábulas e mesmo muitos textos contemporâneos incluem-se nessa tradição. Tais textos não precisam ser rejeitados por aqueles que pretendem formar eticamente a criança __ ao invés de apenas educá-la moralmente __ basta que o bem e o mal apresentados sejam problematizados e não, simplesmente, aceitos como respostas aos problemas tratados nas historias (CADEMARTORI, 1991).
Para os educadores da época a produção literária para a infância surgiu com o objetivo de ensinar valores, caráter didáticos, ajudar a enfrentar a realidade social e propiciar a adoção de hábitos e infelizmente, ainda hoje, podemos encontrar esses objetivos na produção infantil.
O Brasil, desde a chegada da família real, começou a implantar seu sistema educacional afastando-se de sua tradição da educação jesuítica. A Constituição de 1824 declarou o ensino “gratuito a toda a instituição primária” expandindo a instrução popular e o acesso à imprensa.
O movimento de educadores escolanovistas que realçavam a necessidade do ensino menos teórico. Nesse contexto ocorreu a primeira fase da literatura para crianças no Brasil com a divulgação de folhetins infantis despertando o interesse pela literatura e pela informação. A contribuição da imprensa na circulação de jornais infanto-juvenis foi de grande valia para o desenvolvimento da literatura infantil no país.
Alguns nomes são merecedores de destaque desta “Nova Pedagogia”: Rui Barbosa, Teodoro Morais e, em nossos dias, podemos citar, dentre vários outros Anísio Teixeira e Loureiro Filho, precursores da Escola Nova no Brasil, e um de maior destaque da Literatura Infantil foi Monteiro Lobato. (CARVALHO, 1996, p. 37).CARVALHO (1996. p. 38), em sua obra “A Literatura Infantil”, retrata bem a importância da obra de Monteiro Lobato:
[...] È importante que a criança viva em seu mundo, sem ser perturbada, para que ela seja criança enquanto for criança. Lobato realizou uma obra onde a criança, desinibida e autêntica, é livre para ser criança. E é isso que é importante. Ele não mente a criança, mas não lhe impõe os problemas. A criança merece beleza e respeito, sem precocidades vulgares, sem permissividades, porque o nosso objetivo é dar-lhes condições de crescer. É isso que faz a obra de Lobato.
Monteiro Lobato tornou-se um autor de grande respeito na literatura brasileira, considerando o maior clássico de todos os tempos, sendo original em seus escritos, embora utilizasse o rico acervo da literatura, clássica infantil de todo mundo. Sua maior fonte de inspiração foi à própria criança estimulada pela sua vivência, suas fantasias. Nos dias de hoje, o ensino da literatura em relação à literatura infantil continua sendo de grande valia. Destaca-se a importância de os educadores perceberem o contexto ideológico inserido nos livros didáticos, buscando desvendá-los junto com as crianças, colocando-as como sujeitos ativos da história e valorizando o prazer do conhecimento.
Para Mota (1994, p. 122),
Quando a leitura é uma necessidade, um ‘gosto’ apreciado no ambiente em que a criança vive se é partilhada, usufruída em comum, a criança desenvolverá o quanto puder a capacidade de ler, mesmo que ainda não conheça, não domine a letra, a palavra escrita.
É importante também que o educador faça uma pesquisa, selecionando alguns livros de Literatura Infantil que contenham aspectos na imagem que permitam o desenvolvimento de alguma atividade com os alunos, aonde professores vêm buscando trabalhar com projetos começam a passar da teoria para a prática executando um trabalho que se torna um grande desafio.
3. A LEITURA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DA CRIANÇA
Podemos ressaltar que o conceito de literatura infantil é bastante comentado entre os autores, pois, cada um deles tem uma visão diferente ao que se refere literatura infantil. Há aqueles que defendem o objetivo escolhido pelo seu próprio leitor, outros defendem que é objeto de formação de um agente transformador da sociedade e há aqueles que questionam o fato de existir uma literatura infantil, ou dela ser uma questão de estilo.
Segundo COELHO, (2000, p. 15): [...] a literatura, e em especial a infantil, tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação: a de servir como a gente de formação seja no espontâneo convívio leitor / livro seja no diálogo leitor / texto estimulado pela escola.
Literatura infantil são os livros que têm a capacidade de provocar a emoção, o prazer, o entretenimento, a fantasia, a identificação e o interesse da criançada. (CUNHA, 1998, p. 48).
Algumas publicações nos dão conta de que um dos primeiros livros para as crianças tenha sido trabalho de Comenius: Orbis Sensualium Pictus (1658) criado com o intuito de ensinar latim através de gravuras constituindo, pois, um antepassado, talvez dos atuais livros didáticos ilustrados para crianças.
Antes dessa época não havia nada que pudesse ser tratado como literatura infantil, pois é o que se deduz da falta de registros a respeito. Depois de algum tempo, surge a literatura infantil, com moldes ideológicos e com a responsabilidade de servir
...