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Síntese de Artigos sobre Inclusão

Por:   •  9/10/2018  •  3.570 Palavras (15 Páginas)  •  299 Visualizações

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- A necessidade de se discutir sobre a prática educativa aumenta quando se percebe que grande parte da população estudantil é excluída, assim como mostra os índices de repetência e evasão. Isso reflete a incapacidade das escolas em desenvolver a aprendizagem. Diante disso, é necessário que a inclusão se torne uma política social educativa e não uma ação voluntaria caridosa. Consequentemente, tratar a inclusão como tal, implica em refletir sobre a diversidade e isso exige transformações e superações.

- A partir da década de 90, há uma expansão dos movimentos de estruturação de escolas inclusivas em diversos países, como o Brasil, por meio de instrumentos políticos internacionais (por exemplo, Conferência de Jomtien, na Tailândia e Conferência Mundial sobre Igualdade de Oportunidade, na Salamanca). Tratar das escolas inclusivas implica na busca por uma diferenciação pedagógica, assim como necessita de uma transformação das práticas pedagógicas avaliativas, que deveriam ser tidas como uma orientação aos docentes no sentido de melhorar suas práticas e diminuir as desigualdades e preconceitos.

- A diferenciação pedagógica propõe uma organização das atividades que confronte os alunos com situações que sejam estimulantes para eles. Porém, uma vez que o sentido da atividade varia de aluno para aluno, é necessário diferenciá-las em seu contexto, a fim de que cada um encontre nelas uma oportunidade de aprendizagem significativa. Além disso, essa diferenciação não implica em desprezar as interações entre os indivíduos, pois essas são fundamentais e facilitadoras da aprendizagem.

- A Declaração de Salamanca afirma que a inclusão do estudante especial é de responsabilidade da escola como um todo, a qual, ao incluí-lo, romperá com a padronização.

- Portanto, “é necessário que a escola seja analisada em sua totalidade, enquanto instituição social, estruturalmente, quanto aos seus objetivos e posturas pedagógicas e ainda, quanto às metodologias e estratégias que utilizam para promover a aprendizagem dos educandos”. É preciso que ela passe a ser responsável “pela escolha de atividades, conteúdos ou experiências mais adequadas ao desenvolvimento das capacidades fundamentais dos alunos, considerando suas potencialidades e necessidades”.

33) Questões Preliminares sobre o Desenvolvimento de Políticas de Educação Inclusiva

- Educação inclusiva é uma reforma educativa de renovação de práticas e valores característicos da escola pública tradicional que buscava desenvolver metodologias de ensino que possibilitassem aos alunos uma aprendizagem em conjunto considerando suas diferentes capacidades. Além disso, ela abarca todos os alunos da escola, isto é, responde às necessidades de cada um e não rejeita nenhum aluno. Para que essa reforma ocorra, é preciso que sejam alteradas as práticas, as políticas e a cultura da escola.

- O cumprimento dessa reforma, em razão de sua grande abrangência, pressupõe algumas dificuldades e interrogações. São elas:

- Público-alvo da Educação Inclusiva

Efetivar uma educação que tenha como alvo todos os alunos e, principalmente, aqueles propensos à exclusão, é demasiadamente difícil. Em razão disso, os países têm limitado as pessoas que seriam especial e especificamente atendidas, estabelecendo, então, categorias de deficiência. Essas podiam ser úteis, uma vez que proveriam, humana e materialmente, a escola para que respondesse adequadamente a uma determinada necessidade; mas, podiam não ser tão adequadas, pois pessoas com a mesma deficiência podem apresentar necessidades educacionais diferentes. Diante disso, é válido analisar quais as necessidades que almejam respostas, e não apenas criar padrões de respostas baseados no tipo da deficiência. Portanto, a Educação Inclusiva destina-se a todos os alunos, porém, a atenção dada àquele mais vulnerável deve ter caráter inclusivo e não segregacionista.

- Modelos de apoio frequentes

Quando apareceram, nas escolas regulares, os primeiros alunos com deficiência, o atendimento dado a eles era individualmente e em salas de apoio. Ou seja, ele era de responsabilidade do professor de Educação Especial. Porém, atualmente, o problema de atender um aluno com necessidades tornou-se uma preocupação de toda comunidade escolar, sendo o professor de Educação Especial um dos recursos da escola na promoção da aprendizagem. Portanto, fica bem claro que, encontrar nas escolas um profissional responsável por promover o êxito dos alunos com dificuldades, é um modelo de exercer a inclusão. Um outro modelo é o chamado professor itinerante, o qual apoia duas ou mais escolas, assim como as denominadas “escolas de referência”, que são especialmente dotadas de recursos específicos (apesar das suas vantagens, apresenta inconveniências).

- Alterações nas escolas

Há uma grande preocupação em remover as barreiras que há nas escolas, como aquelas que advêm da acessibilidade, da organização da escola (remover do processo de aprendizagem os constrangimentos que, ligados indiretamente a ela, podem afeta-la), e do currículo (deve ser aberto e flexível).

- Recursos necessários

Existem três principais recursos que precisam ser disponibilizados para a escola. Primeiro, a qualificação profissional: englobando a formação continuada e a supervisão das políticas e práticas da escola. Segundo, os recursos materiais: por exemplo, meios informáticos que diminuem os problemas colocados pela deficiência à educação. E, terceiro, os recursos humanos: integração entre os professores e, também, deles com outros técnicos, como psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, etc.

- Relação com as escolas especiais

Apesar das suas desvantagens, não se pode desconsiderar a competência que as escolas especiais desenvolveram ao longo do tempo. Por isso, elaborou-se a ideia de que os conhecimentos sedeados por uma escola especial pudessem e devessem ser uteis no melhoramento da educação de todos os alunos da escola regular (daí vem a concepção destas escolas como Centro de Recursos para a Inclusão – CRI). Porém, para que esta ideia se efetive, há alguns impasses. São eles: a reconceptualização do sistema de financiamento, que deveria ser feito a partir do número de apoios proporcionados; o fato de os professores das escolas regulares deverem aprender a trabalhar com alunos com dificuldades, assim como os professores das

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